O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

58

Diário das Sessões do Senado

ressadas em que as cousas tenham o melhor êxito para o Estado.

O Sr. Herculano Galhardo: — Presto a minha homenagem a todas as pessoLS. Agora aos compradores ó que eu nuo tenho o direito de exigir um patriot'smc exagerado.

O Orador:—Quanto ao facto de os nr.vios irem à praça por metade do preço, deve dizer que realmente se impõe ujia avaliação rigorosa, depois da primeira praçL, porque à primeira é sabido que toda a gente deixará de ir, e esperará que os navios vão à segunda praça.

O Sr. Herculano Galhardo :.— Se os navios forem à praça, um por um, à entidade que se interesse por este, por acuele, ou por aquele, outro, será. facílimo chogar a um acordo, quanto à distribuição das unidades.

Aqueles cue estão interessados uunis. determinada unidade, hão-de fazer valer a sua presença para exigir daqueles que se interessam por outra unidade uma distribuição de lucros suplementares.

Quere dizer, nós, estando animados da melhor intenção, estamos todavia a defender um pDnto de vista imoral.

Não são admitidos concorrentes estrangeiros, mas eles cá virão disfarçado? em portugueses, porque', como não há dinheiro na praça, como o provam os próprios documentos cos interessados, a concorrência vai - aparecer.

Quem tiver dinheiro há-de vir especular, há-de vir praticar actos imorais, e é isso que estamos aqui a sancionar.

O Orador: — Efectivamente o Estado não terá modo de defender os seus interesses. Reconheço que na a::rema cação podem aparecer pessoas a especular, mas elas não devem causar receio tos interessados.

O Sr. Herculano Galhardo:—O Senado não teria dúvida em colocar os detentores dos navios nessa situação -se um alto ponto de vista o não preocupasse, o da assegurar carreiras para as colónias.

O Orador: — Os factos não condizem com essa iutençfio-do Senado, porque a

Companhia Nacional de Navegação tem fretado um determinado número de vapores, 3110 fazem falta às carreiras coloniais.

Pense que nos cumpre cuidar de todos os planos de aproximação luso-brasileira e assegurar às colónias a drenagem dos seu? produtos para o porto de Lisboa.

Neste momento, a Alemanha está fazendo carreiras para as nossas colónias em termos de comodidade e preço com que já hoje não podemos competir.

O Sr. António Fonseca, então Ministro do Com areio, assistiu na Câmara dos Deputados à discussão desta proposta de lei.

O Sr. Herculano Galhardo : — O Sr. António Fonseca concorda com esse ponto de vista, mas não o sustentou na Câmara dos Deputados. Disse-lhe eu isso na Secção, e S. Ex.a não teve resposta para me áar a esse respeito.

S. Ex.a disse que não ia fora de dar aos compradores, que assegurassem carreiras, uma redução nos preços.

Veja S. Ex.a como o Sr. António Fonseca foi concreto.

O Orador:—Como já disso, entendo que o Estado deve assegurar todos os meios de protecção à marinha mercante nacional contra as marinhas mercantes es* trangeiras. - -

Os prémios às carreiras de navegação estão sendo adoptados em todos os países, que cuidam de manter a sua marinha mercante, mas, desde que um feliz acaso nos fez empossar de um importante ramo de-•serviço público, como é o dos Transportes Marítimos, aproveitemos a oportunidade para pensar ha sua perfeita organização.

Hoje, alguns navios, já para nada servem senão para serem vendidos como su-eata, e outros não tardará que lhe suceda o mesmo. .. • • ' •'.

Dadas estas explicações que devia ao discurso do .Sr. Herculano Galhardo, que já tive ocasião de classificar de elevado no conc.Bito e na forma, quero apenas mostrar a minha inteira concordância com a proposta do Sr. Medeiros Franco.