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Diário das Sessões do Senado

cão do Protocolo não sabe onde há-de procurar uni Senador a quem só dirige. Acho este facto imperdoável. Acharia muito simples e normal que, da Presidência da República, se não mandasse a este lado da Câmara convite para irmos a festas oficiais, e não viria fazer reclamação por esse facto.

Ainda no ano passado tive ocasião de manifestar o meu modo de ver e de sentir a ôste respeito ao Sr. S& Cardoso, então Ministro. S. Ex.a não gostou da afirmação e retorquiu dizendo que poderia-parecer estranho e ser censurado se as pessoas que ocupam ôste lado da Câmara, adversários do regime, não fossem convidados para as festas oficiais dadas pela Presidência da Eepública. Está muito bem e assim respondeu o Sr. Ministro. Contudo não posso esquecer que isto vem de uma repartição oficial representando neste caso, de facto, o Chefe do Estado e com obrigação do evitar inconveniências e incorrecções de que S. Ex.% ceitameate, nom conhecimento pode ter.

Esta carta foi-me entregue bcje à minha chogada por um dos contínuos, tirando-a do oscaninho do Senado, destinado à correspondência, lugar onde raras vezes procuro se há qualquer carta para ncim.

Fez-me incorrer em falta involutár.a e praticar a incorrecção de não dar uma resposta, como o fiz no passado ano em que logo comuniquei ao cidadão chefe do iProtocolo. que assim o pedia expressamente, não poder comparecer. • .

E compreende-sè muito bem esse pedido de resposta por não ser indiferente •contar com 3:000 pessoas e ver chegar 300.

Sobre isto ainda pedia a V. I£x.a para fazer chamar a atenção de quem exerce a função de chefe do Protocolo, para a redacção inconveniente da parte manuscrita deste convite. Dá-se nestor e naturalmente em todos os outros, às nossas mulheres, um tratamento que estas não têm, não podem, nem devem ter, empregando-se uma língua que não ô a nossa.

Não compreendo, Sr. Presidente, oue se diga isto: para o Senador A" ou Z e para madame X ou Z.

Acho deprimente que da Repartição do Protocolo saiam oficialmente endereços •escritos em estilo podendo sernnito apreciado e agradável quando acolhido em

qualquer 5.° andar da Rua dos Dourado-res, mas evidentemente impróprio da Repartição do Protocolo do Chefe do Estado.

Na minha qualidade de português, protesto contra esta forma inconveniente de tratar as pessoas das nossas famílias.

Muito encarecidamente peço a V. Ex.a Sr. Presidente, para fazer participar, com toda a doçura e carinho qne-V. Ex.a queira empregar, ao cidadão chefe daquela Repartição, pedindo-lhe que o retenha, o seguinte: em Portugal, para portugueses, a mulher portuguesa, casada com um português, não pode em caso algum ser tratada por madame f

Substitua-se isso por qualquer cousa portuguesa e evite-se-nos mais esse ridículo.

Disse.

O Sr. Presidente: — Relativamente à publicação do Diário das Sessões a comissão administrativa nada pode fazer.

A Imprensa Nacional prometeu que, se os originais fossem mandados a tempo, os publicaria sem grande demora.

Nesta sonformidade, pediu-se aos Srs. taquígrafos e redactores que apressassem os SPUS trabalhos, o que elos muito zelosamente fizeram.

Mas o que é certo é que nada se conseguiu. Foi por isso que se criou o Bole-letim do Congresso onde os Srs. Senadores, por omquanto, têm, no dia seguinte, um resumo do que disseram.

Relativamente ao convite que S. Ex.a recebeu, devo informar que a secretaria da Presidância da República tem a morada de todos os parlamentares.

Se houve um equívoco na morada de S. Ex.a, -decerto não foi intencional e para lhe faltar ao respeito, pois que ó um parlamentar como outro qualquer.

Tem S. Ex.a muita razão quando protesta contra o tratamento de Madame.

Particularmente já £z essa observação pedindo que não chamassem Madame a minha mulher, que é Maria 9 não Madame.

Risos. Apoiados.

O Sr. Augusto de Vasconcelos: — Há