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Sessão de 23, 24 e 25 de Abril de 1925

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blicano e_jdemocrático, acabarão, de uma vez para sempre, as revoluções em Portugal.

A República não se fez para este ou para aquele Partido. Todas as pessoas reconhecidamente republicanas devem merecer a confiança do regime.

Se assim se proceder estou absolutamente convencido de que nunca mais haverá ambiento para se fazerem revoluções neste País.

Já tivemos aquela lição bem cruel de Monsanto. Nessa ocasião, bastantes horas amargas passei a bordo da pequena canhoneira Limpopo, que foi o primeiro navio que teve a honra de sair a barra para combater os insurretos, e foi também aquele que atirou as primeiras granadas para os revoltosos em Viana do Castelo.

Bastantes vezes incropei os políticos desta terra que levaram o País àquela situação desgraçada.

Não serviu do exemplo, porque tem-se continuado a reincidir nos mesmos erros.

£ Servirá agora de lição esto movimento?

Oxalá que assim seja.

Tenho dito.

O Sr. Dias de Andrade : — Não pedi a. palavra para discai ir os lamentáveis acontecimentos de Lisboa em 18 e 19 do corrente.

Na sessão passada associei-me, em nome da minoria católica, à saudação ao exército português e a todas as individualidades que mais concorreram para o restabelecimento da ordem, assim como me associei aos votos de sentimento pelas vítimas desse acontecimento, e fiz os votos mais ardentes por que da revolta se tirasse lição para que o Poder Legislativo, o Poder Executivo e o Poder Judicial exerçam por tal forma as suas funções, que possam servir bem e melhor o País não reincidindo em erros cometidos.

Novamente mo associo a essas saudações e sentimentos e novamente formulo os mesmos votos.

O orador não reviu.

O Sr. D. Tomás de Vilhena: —A hora ó mais para lamentos do que para saudações.

Não há nada mais triste do que as lutas civis, nelas todos tGm que perder e lamentar, os vencedores o os vencidos.

Para lamentar ó ainda que se estabeleça a atmosfera doentia de que para derrubar, um Governo ó necessário armas na mão.

Não tenho simpatia por qualquer revolucionário, porque iui sempre um homem de ordem, entretanto faço justiça e não tomo por criminosos aqueles que pegam em armas para defender um ideal.

Entendo, porém, que só em circunstâncias muito extraordinárias se deve recorrer a esse meio; mas repetidas lições desta República, em tal capítulo, ensinam o contrário.

Bom era que todos se penitenciassem e proci rassem acabar com as fontes de resistência que estão alarmando e entravando a nossa vida social.

Eu já o disse outro dia e volto a dizer. Há incontestavelmente no nosso tempo manifesta falta do carácter.

Ela sente-se em tudo.

Não quero crer que os homens que se prepararam para esta revolução o fizessem som que tivessem compromissos, o compromissos graves, de outras quaisquer personalidades.

Isto tem acontecido em todas as revoluções de todos os variados matizes que se têm dado em Portugal.

É necessário apurar essa responsabilidade, incontestavelmente.

Uma das formas de acabar de vez com as revoluções é convencerem-se aqueles que prometem neutralidade e apoio e que depois faltam, virando-se para o Governo a quem deslealmente prometeram não defender, que o facto de se terem depois colocado ao lado do Governo não lhes pode servir de salvaguarda para as sanções necessárias.

Isto de prometer uma adesão e de com essa adosão animar quaisquer elementos que saíram para fora da legalidade, e depois do ver Csscs elementos com todas as responsabilidades ficarem, em casa ou combater aqueles a quem tinham prometido solidariedades, é um procedimento que precisa ser estirpado da sociedade portuguesa, e um procedimento bem pouco leal.