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Sessão de 22 de Dezembro de Í926

rais, uma em Ameixial e outra em Que-rença.

Para a 2.a Secção.

Do Sr. Júlio Ribeiro, abrindo a admissão de alunos na Escola Militar aos filhos de oficiais da Grande Guerra.

Para a 2.° Secção.

Do Sr. Ferraz Chaves, declarando de utilidade pública vários terrenos no concelho de Ovar.

Para a 2.a Secção.

Dos Srs. Domingos Frias e Pessanha Vaz das Neves, cedendo à Câmara Municipal de Freixo de Espada-à-Cinta um edifício Nem ruínas no Largo do Boble, naquela localidade.

Para leitura. \

Pareceres

Da comissão de faltas, justificando as> dos Srs. Lima Duque e Francisco António de Paula.

Aprovados.

O Sr. Presidente: —O Sr. Ferraz. Chaves pediu a palavra para um negócio urgente: a catástrofe de Espinho.

Os Srs. Senadores que consideram urgente este assunto tenham a bondade d©= levantar se.

foi aprovado.

O Sr. Ferraz Chaves: — Sr. Presidente: obedecendo a uma velha praxe que muito-simpática me é, e sendo a primeira vez que uso da palavra nesta legislatura, permita-me V. Ex.a que lhe -envie os meus cumprimentos, bem como a todos os membros da Mesa, cumprimentos que são mais ditados pela amizade do que propriamente pela antiga praxe.

Agradeço à Câmara o ter votado a urgência do assunto, que desejo tratar, e lamento que tenha de levantar aqui a minha voz, quási como um dobre de finados, pelo grande desastre que houve em uma das mais formosas regiões do país.

Há pouco tempo ainda lamentei que um ciclone tivesse na Murtosa causado bastantes vítimas e, há menos de um ano, tive ocasião também de levantar aqui a minha voz acerca do desastre do Furadouro, que destruiu bastantes prédios.

Confesso que ainda hoje sinto imensa gratidão pela forma como todos os parlamentares do Senado votaram os créditos . necessários para acudir à miséria desses, trabalhadores do mar.

Sinto que novamente venha aqui tratar de uma outra catástrofe, porventura pior ainda, que devastou a região que eu aqui represento.

Todos sabem o que se passou em Espinho: um ciclone destruiu casas desde as mais humildes às mais sumptuosas, e deixou sem abrigo, como no Furadouro, muitas dezenas,, porventura centenas, de famílias; e, pior do que isso, causou desastres pessoais em um número que ainda não está fixado e de uma gravidade que ainda não se pode precisar, mas que não deixa de interessar todos que amam o seu país.

V, Ex.as devem saber pelos relatos dos jornais a extensão do desastre, e com certeza hão-de sentir, como eu sinto, todos os. horrores duma catástrofe tam grande: parece que a natureza se compraz nos, seus caprichos em castigar aqueles desgraçados que, dia a dia, têm a tortura e necessidade de lutar pela vida e pela existência.

Ora o mar roubou-lhes as casas e muitas vezes rouba-lhes as vidas. Mas como se isso não bastasse, ainda veio o vento a •deixou-os sem abrigo.

Sr. Presidente: neste momento não posso deixar de dirigir as minhas saudações ao Chefe do Estado, que teve uma. atitude digna de quem se interessa p,or aqueles que o levaram à suprema magistratura, visto que foi pessoalmente àquela praia para verificar a extensão do desa&-. tre.

S. Ex.a deve lá estar a esta hora. Lamento não ter podido, porque aqui me chamava o meu dever, comparecer a prestar-lhe as minhas homenagens e & apresentar-lhe os meus respeitos.

Tencionava e desejaria apresentar hoje-aqui um projecto de lei em que pcdesse dalgum modo remediar tam grande desgraça, tendo a certeza absoluta de que esta Câmara o receberia bem, porque conheço o seu carinho perante grandes desastres como o presente.