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Diário das Sessões do Senado

O Sr. Presidente do Ministério e Mi-

••laiistro do Interior (António Maria da Sil-

-'^-•và): — Sr. Presidente: começo por apre-

-. .-sentar a V. Ex.a e ao Senado as minhas

• .«desculpas por não ter vindo na sessão

• ^passada a esta casa do Congresso infor-isná-la dos factos anormais passados-no interregno.

Soube que esta Câmara havia interrom-' jpido a sua sessão até eu éster presente,

• o que mais me maguou, por não poder ' -.--corresponder a essa extrema gentileza,

• emas como V. Ex.a sabe a discussão alar-

• igou-se na Câmara dos Srs. Deputados e íioi-me inteiramente impossível vir a esta

• jf .'amara.

, V. Ex.as conhecem, pelos relatos dos

r jornais e pela discussão havida na outra

•. ':casa do Parlamento, de forma que não

t. lhes dou qualquer novidade, caso deplo-

•u.rabilíssimo que é a repetição de outros

• ...'.aguai mente deploráveis, "mas revelando

•desta v e/ um sintoma especial, pois os

• i ^dirigentes do movimento não se limíta-

• -~:¥am à função de «salvadores».

• VÊ o país de «salvadores» e de «Mes--áias». Ora, é talvez devido a essa exuberância de «salvadores >r que não tem sido ...ainda possível salvar o país.

: Mas, como ia dizendo, os dirigentes

• *

• ;--de «salvadores». Iam mais longe: torna-

• «.-vara-se executores e não" estavam com

.meias medidas: decretavam logo a pena

JRisos.

M$& minha ausência, e da do Sr. Minis-"itro-da Guerra, o Governo tomou as providências que o caso requeria, e só te-

• mho de me louvar pela maneira enérgica «1-J8 rápida como actuaram os meus colegas •do Governo, as autoridades e a força pú-

1 .*• ,blica de terra e mar, que demonstraram,

• ^ .mais uma vez, o seu patriotismo e o cui-•<_ p='p' que='que' no='no' seu='seu' _-dado='_-dado' do='do' põem='põem' cumprimento='cumprimento'>

• ^--.dever.

Apoiados.

\ A instituição armada, a quem compete ' .-^.defender a ordem pública, a vida e.até .,- .'OS., haveres dos cidadãos, que tem defen-4 dido o nosso património e que até quando ;í!i

merece ela porque muitas vezes, apesar de um precário estado material, tem sabido impor-se ao respeito e consideração do país (Apoiados), e estou convencido que o exército cada vez se dignificará mais, se é possível, e envidará todos os esíorços para que se possa trabalhar nesta terra portuguesa.

•Começa a dizer-se que é preciso distinguir as pessoas que tomaram 'parte nesse movimento.

V. Ex.as compreendem o que seria a impunidade de soldados que não se limitaram a acompanhar os seus superiores, mas foram muito mais longe, pois acompanharam pessoas estranhas que pretenderam até liquidar os seus oficiais.

Isto é um sintoma grave, e é preciso que tais factos se não repitam.

Apoiados.

O Governo procedeu como era necessário que procedesse, tentando evitar a efusão de sangue, que é sempre uma desgraça, porque, em geral, os atingidos neátes duelos de fogo são pessoas perfeitamente indiferentes.

Já se começa a chorar, não sei se com lágrimas de crocodilo, as vítimas.

São as pessoas que fizeram a perturbação o que ordenaram o fogo sobre a cidade, resultando daí o ter uma criança apanhado na fronte com um estilhaço de granada que lhe vazou os olhos, uma sua irmã gravemente ferida, e ainda algumas outras pessoas.

Um oficial que se opôs mais terminantemente ao movimento foi ferido

O Partido Radical começa também já a pedir — é curioso — a diferenciação social dentro desse agrupamento, como se já nele houvesse distinções de.cada um dos membros desse radicaleiro partido.

Mas ninguém se importa com aqueles que ficaram feridos, com os agravos feitos e os prejuízos havidos e muito menos se importam ainda que o Governo tenha de vir ao Parlamento pedir créditos especiais para ocorrer às despesas provenientes de tais acontecimentos.

O processo é deitar uma bomba, fazer explodir uma granada, dar uma saraivada do tiros; mais nada.