O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de -23 de Fevereiro de 1926

21

crutar trabalhadores qne fazem falta ao trabalho nacional (Apoiados), prejudicando gravemente a economia da província.

Desejava, pois, saber se realmente a notícia que a este respeito vem nos jornais ó verdadeira.

Tenho dito.

O Sr. Ministro das Colónias (Vieira da Rocha): — Sr. Presidente: em resposta às considerações do Sr. Augusto de Vasconcelos, sobre o acordo da Rodésia, devo dizer que esse acordo já existia, não foi feito modernamente.

Como continuação do que já existia, não vejo inconveniente algum para a província no facto de irem 3:000 trabalhadores 'para a Rodésia.

A província deve ter perto de l milhão de homens válidos para trabalhar, e, além disso, o acordo estabelece na sua base l.a que não poderão ser recrutados indígenas que estejam, afectos a companhias ou a outros serviços.

Nesse ponto não vejo, portanto, inconveniente algum.

O Sr. Augusto de Vasconcelos : — estabelece-se alguma reciprocidade?

O' Orador: — Como V. Ex.a sabe, eles que os vêm recrutar é porque não têm mão de obra suficiente, ao passo que nós temos superabundância.

Não vejo, pois, que este facto venha prejudicar de qualquer forma os trabalhos da província.

S. Ex.a o Alto Comissário tem atribuições para fazer o acordo.

V. Ex.a encontra no Diário do Governo, l.a série, n.° 36, todas as bases em que se efectuou esse acordo.

O Sr. Augusto de Vasconcelos : — Pedia palavra para -agradecer ao Sr. Ministro das Colónias as suas informações, embora elas não me convençam completamente.

Confirmou S. Ex.a a minha suposição de que esse acordo é da autoria do Alto Comissário.

Estou absolutamente em desacordo com a afirmação de que há excesso de mão de obra nessa nossa província, quando é notório que a região do norte da província tem escassez e não abundância de mão de obra, e discordo, portanto, da concessão

ao Governo da Rodésia de &OQO trabalhadores, som compensações para a nossa província.

O Sr. Espirito Santo Machado:—Ao usar pela primeira vez da palavra nesta alta assemblea, cumpro o dever gratíssimo de cumprimentar V. Ex.a, Sr. Presidente, e nu pessoa de V. Ex.a toda a Câmara, e saúdo-a com tanta mais convicção quanto é certo que foi esta alta assemblea que me forneceu a prova irrefragável daquilo que constitui para inim um grande orgulho de ser português.

E a questão de raças uma questão que avassala e ocupa vários países do mundo.

Portugal, para honra nossa, nflo tem uma questão de raças.

Apoiados.

Permita-mc V. Ex.a que evoque neste momento, para mini solene na minha vida, todos aqueles que ine acompanharam desde os bancos da escola de instrução primária, que mo estimularam, e qu,e depois e através de tudo me deram todas as provas de estima, apreço e todo o galardão de virtudes que os nossos concida-.dãos nos colocam mau grado o nosso demérito.

Sr. Presidente : pedi a palavra para fazer mais considerações acerca de um diploma dimanado do Ministério das Colónias sobre a colonização do S. Tomé e Príncipe.

E um diploma que me parece de uma importância verdadeiramente transcendente, e parece-me mais que constitui talvez a tentativa mais feliz, senão mais elegante, de solucionar um problema que de longa data assoberba todos os colonialistas e todos aqueles que têm trabalhado em prol da colónia de S. Tomé e Príncipe.

S. Tomé e Príncipe atravessa uma crise dupla: a da produção e a da mão de obra.

Qualquer delas é de consequências tenebrosas que desnecessário será descrever. '