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Diário das Sessões do Senado

lonial 90 (decreto) e portaria de 28 de Março do ano findo, que certamente serviram de base às considerações do Sr. Miguel Machado.

A minha idea de se marcarem terrenos próprios para as culturas e se proceder ao seu estudo foi para que o colono se não encontrasse no meio de uma floresta, metido numa palhota, sem poder trabalhar, e cheio de febres como na maioria dos casos tem sucedido.

Eu, Sr. Presidente, não sou daqueles que julgam que os colonos não se podem manter quási toda a vida naquelas regiões em que a temperatura média é de 20 a 30 graus, como no planalto de Mos-sâmedes, Namahacha e na serra de Na-muli em Moçambique, etc.

Estas regiões prestam-se perfeitamente a que o europeu se fixe, e quando quiser vir à metrópole que o faça. mas á sua custa.

Não tenho, pois, dúvida alguma cm que. preparados os terrenos, sejam mandadas as famílias necessárias para só fazer por completo o povoamecto nas respectivas zonas.

Se as regiões altas são as zonas de povoamento, outros pontos há que, como S. Ex.a sabe, são de exploração.

A Guiné é uma colónia de exploração, como também o são S. Tomé e o Príncipe, não se prestando a um povoamento eficaz por europeus, em vista do clima.

Devo também dizer que a forma como S. Ex.s ponderou a portaria é realmente aquela sob que eu julgo que os Governadores e Altos Comissários a encararão.

E foi debaixo dessa orientação que eu propôs que se aumentasse uma verba cie 5:000 contos no orçamento metropolitano para colonização, assim como também mandei que os Governadores de Moçambique e de Angola incluíssem no sen orçamento, para cada um deles, 2:500 a 3:000 contos.

Eles- preparam os terrenos, arranjam casas pelo sistema Tólet com 4 ou õ compartimentos, alfaias agrícolas, sementes e um subsídio aos colonos durante o primeiro ano.

Tudo isto é metido em conta corrente com o Estado, donde tirará nm juro àqueles que a sorte favorecer, até res--gate do despendido.

Na parte respeitante a S. Tomé, que

foi o ponto que S. Ex.a mais frisou, eu devo dizer que realmente a colónia não tem, pode_ dizer-se, nativos que trabalhem nas propriedades dos particulares.

Como S. Ex.a sabe, a colónia está dividida por uns 600 agricultores; mas, como há grandes tratos de terrenos incultos, e, se eles interpretarem o pensamento do Ministro respeitante aos diplomas, poderão ceder pequenas glebas aos colonos indígenas que para ali forem, concorrendo assim com a sua mão de obni para o desenvolvimento da ilha.

E uma solução próxima?

Levará muito tempo a fazer?

Não posso dizer a S. Ex.a, po.rque é a primeira experiência feita neste sentido.

Na ilha do Príncipe há ainda muitos terrenos pertencentes ao Estado, de forma que o Governador poderá mais facilmente dar-lhe execução e obter assim a fixação nessas regiões.

Falou S. Ex.a também sobre a questão da mão de obra.

Realmente, a mão de obra tem sido um dos problemas que mais tem dificultado modernamente o desenvolvimento da ilha de S. Tomé.

Desde que não foi possível recrutar trabalhadores tanto fim Moçambique como em Augola, a nossa primeira colónia como é S. Tomé. a nossa pérola como colónia agrícola, deve ter actualmente ans 15:000 trabalhadores, e S. Tomé para poder ter um desenvolvimento grande, apesar de haver outros factores que fizeram deminuir a produção, como o mal que atacou os cacoeiros, caso de que S. Ex.a é conhecedor, e que actualmente se estão a replantar, a ilha só pode manter o seu grande labor aí com 30:000 trabalhadores.

S. Ex.a sabe melhor do que eu, pois tem permanecido na ilha e eu só raras vezes por lá tenho passado, que todos os trabalhadores são tratados carinhosamente, têm os seus dormitórios, hospitais, médicos, têm emfim todos os benefícios necessários para poderem trabalhar em boas condições e não se darem os desastres que S. Ex.a aponta.

Há porém a questão do álcool.