O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 23 de Fevereiro de 1926

27

se não as obtêm com a perfeição com que nós lhas podemos mandar, eles próprios as fabricam com banana, caju, etc.

E um assunto a atender, um assunto essencialmente médico, que compete mais a S. Ex.a, como distinto médico que é.

Presentemente, a mão de obra para S. Tomé deve ser mais facilitada, porque se conseguiu, apesar de todas as dificuldades apresentadas sobre o modus virendi, que a Sociedade de Emigração realmente o aceitasse, de maneira que dentro em pouco deve ser publicado, bem como um decreto interpretativo sobre o assunto, e S. Tomé poderá fazer também emigração da província de Moçambique, proibida desde os tempos em que o Sr. Brito Camacho foi Alto Com i-sá rio em Moçambique.

Ainda que não seja fácil nesta província e na situação actual obterem-se serviçais para S. Tomé com facilidade, e só o será se os agricultores de S. Tomé mandarem meia dúzia ou uma dúzia dos seus serviçais que retêm há muito tempo nati-tivos de Moçambique, para que junto dos seus conterrâneos desfaçam a lenda, as histórias que alguns naturais intencionalmente fizeram de que por lá todos têm morrido, etc., sem que isso se faça, sem que realmente esses homens vão espalhar que as histórias que lhes têm contado não são verdadeiras, pouca utilidade terá o sucesso diplomático obtido pelo Sr. Marinha de Campos, conseguindo arrancar a Moçambique essa concessão e conseguindo que a Sociedade de Emigração o aceitasse.

V. Ex.a referiu-se a um caso passado em Lourenço Marques com o regente agrícola Sr. Joaquim da° Graça do Espírito Santo. Sobre esse ponto não posso informar V. Ex.a, porque, tendo mandado pedir informações ao Alto Comissário, até hoje não obtive resposta alguma. No emtanto, direi a V. Ex.a que êsso facto podia muito bem ter-se dado, visto os hotéis ingleses não fazerem isso só àquele senhor, mas sim a todos os indivíduos que são absolutamente escuros.

V, Ex.a sabe que na América até exis-

tem hotéis especiais e leis'especiais para todos os indivíduos que são absolutamente escuros.

V. Ex.a referiu-se também à questão de Gonebra. Estou completamente de acordo com as considerações que V. Ex.a fez e não posso deixar de dizer quo realmente ôsse alto corpo que se formou depois da Grande Guorra, e que, pode-se dizer, ainda pertenci; à legislação da Grando Guerra, é, o tem sido sempre sobre qu os iões coloniais, muitíssimo injusta a nosso respeito, e tanto assim que bastava ler o relatório de Ross e ler depois a resposta do Sr. Afonso Costa.

Se há nação colonizadora que trate de todos os nativos com mais cuidado e humanidade é a nação portuguesa. Os próprios nativos, aqueles com quem nós lidamos, dizem, quando se fala nas outras nações, que a única cousa que querem é serem tratados por portugueses.

Portanto Ross foi muito injusto para connosco, naturalmente mal informado pelos intérpretes que arranjou, para dizer que nós não somos um povo colonizador e não temos as condições necessárias para ter colónias.

Todas as informações do Sr. Ross foram destruídas pela contradita do Sr. Afonso Costa, que faz parte, como nosso delegado, da Sociedade das Nações.

Sr. Presidente: este assunto da colonização dá margem para largas discussões; como não desejo, porem, cansar a atenção da Câmara e creio ter respondido aos diversos pontos a que se referiu o Sr. Espírito Santo Machado, termino por aqui as minhas considerações.

O Sr. Espírito Santo Machado : — Agradeço muito reconhecido ao Sr. Ministro das Colónias os comentários que acaba de fazer às minhas palavras.

O Sr. Presidente:—A próxima sessão ó amanhã, à hora regimental e sem ordem do dia.

Está encerrada a sessão.

Eram 19 horas.

O REDACTOR—Adelino Mendes.