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Diário das Sesgões do Senado

A tristeza que causam sempre desastres desta natureza é o facto de se tratar de um rapaz que eu bem conhecia e estimava pelas suas qualidades magníficas, constituem-me obrigação de protestar energicamente contra este estado de cousas.

Se esses aparelhos que para aí existem são verdadeira sucata impróprios para figurarem na 5.a arma, que haja a coragem de os pôr a um canto, porque eles em parte nenhuma serviriam. Só servem na nossa terra.

A cada passo vemos lá fora, que em qualquer país avançado, a aviação se está transformando num verdadeiro.instrumento de progresso e civilização.

j Aqui é um instrumento de morte e de tragédia!

Não pode ser, Sr. Presidente. Isto tem de acabar.

Lá fora os transportes de passageiros e bagagens fazem-se constantemente e com mais segurança que se fossem feitos em automóvel ou comboio.

Só neste País é que sucedem a cada passo desastres desta natureza.

Mostramos assim, desta forma, ao mnndo inteiro a nossa incúria, ao mesmo tempo que patenteamos o criminoso esquecimento a que votamos a mocidade do País.

Desculpe-me V. Ex.a que eu manifeste desta forma o meu sentimento de revolta, porque ele é motivado pela dor que sofri pela morte daquele rapaz que tanto estimava. E ainda por um alto interesse na-. cional.

Tenho dito.

O Sr. Ministro da Justiça e dos Cultos

(Catanho de Menses): — Sr. Presidente: , visto que o ilustre Senador Sr. Querubim . Guimarães se dirigiu ao Governo, eu não posso deixar de fazer algumas considerações sobre o seu discurso, comovido, como . S. Ex.a disse, pela emoção e até pelas relações de amizade que tinha por uma das vítimas.

S. Ex.a estabeleceu, neste caso, uma posição verdadeira, isto.é, que, se o Estado ttem alguma culpa no desastre sucedido, protesta.

Resta saber se essa culpa pode ser atri--buída ao Governo.

Como averiguá-lo? Só por meio de um inquérito.

Estou convencido de que o Sr. Ministro da Guerra, a quem vou comunicar as considerações de S. Ex.% dará as providências necessárias para que se fique sabendo o motivo real do desastre.

É defeito do aparelho?

E defeito daqueles que o guiam?

E qualquer outro defeito?

Só depois, do inquérito realizado é que S. Ex.a poderá então lavrar o seu protesto.

Mas, einquanto não se faz o inquérito, não pode S. Ex.a lançar quaisquer culpas ao Estado.

O orador não reviu. •

O Sr. Medeiros Franco: — Sr. Presidente : sobre o destino que têm as cotas com que contribuem os oficiais de justiça para o cofre de1 aposentações, preguntam alguns funcionários o que é feito do regulamento que trata do assunto; e, como está presente o Sr. Ministro da Justiça, desejava que S. Ex.a dissesse alguma cousa sobre o assunto, para que os interessados tivessem dele conhecimento.

Também desejava que S. Ex.a nos dissesse— visto o assunto ter vindo nos jornais— o que sabe acerca de uma suposta reclamação para a nossa baixela Germain figurar numa exposição de artes decorativas em França.

Os jornais dos últimos dias têm-se ocupado deste assunto e alguns deles até com uma certa forma alarmante.

E, Sr. Presidente, quanto a mim, entendo que o facto de a baixela Germain ser enviada a qualquer exposição estr^an-geira é prejudicar de certa forma o País, porque assim perdemos um grande ensejo de chamar a Portugal os turistas e amadores de arte.

Eu, que não conheço essa jóia da arte francesa do século xvm, o que estou certo acontece a muitos Srs. Senadores, muito desejaria que o Governo, em vez de dispensar essas peças para a exposição de Paris, expusesse a baixela em Portugal, • com o que muito teriam a lucrar aqueles qnp ainda se interessam pela arte.

O orador não reviu.

, O Sr. Ministro da Justiça e dos Cultos