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/Sessão de Ê de Março de 1926

Governo por meio da polícia faça depor o autor deste artigo a fim de se sabea quem ó o membro do Governo nestas condições.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Justiça e dos Cultos (Catanho de Meneses):—Sr. Presidente: ouvi com a atenção que me merece sempre qualquer representante desta Câmara as considerações que acaba de íazer o ilustre Senador Sr. Joaquim Crisóstomo, pessoa que, pelo que parece, costuma estudar detidamente os assuntos que vem versar nesta casa do Parlamento.

S. Ex.a afirmou, em relação às investigações concernentes ao Banco Angola/e Metrópole, que lhe parecia que o Sr. Dr. Alves Ferreira e seus ajudantes estavam na intenção de demorar as investigações.

Desculpe-me S. Ex.a que lhe diga, com aquela atenção que me merece, que nessa parte fez uma censura absolutamente injusta ao Sr. Dr. Alves Ferreira.

O Sr. Dr. Alves Ferreira, pelo seu passado na magistratura e pelo exemplo de abnegação de que deu provas aceitando este encargo, merece, na minha consciência e estou certo de que também aã de todo o país que pesa o assunto, os nossos mais rasgados elogios, as nossas mais rendidas homenagens.

S. Ex.a prestou um serviço ao Governo aceitando aquele lugar, de uma altíssima gravidade nas circunstâncias que estamos atravessando, tam dolorosas para o País, pois esse crime ia até o ponto de atentar contra a integridade nacional e contra o nosso património colonial.

Sendo aasim, e tendo por isso mesmo muito que investigar, não podia, evidentemente,, apurar tudo de um momento para o outro, mas posso garantir de uma forma absoluta ao ilustre Senador que o Sr. Alves Ferreira tem trabalhado dedicada e denodadamente com o maior desejo de esclarecer a verdade.

Sr. Presidente: sabem V. Ex.a e o Senado que este assunto do Angola e Metrópole é uma perfeita rede; foi, a bem dizer, um polvo com muitos tentáculos, que envolveu muita gente num assunto tam doloroso para o País, e compreende V. Ex.a que, dizendo-se aqui que as in-

vestigações se estão demorando unicamente pela vontade de as querer demorar, isto traz grandes inconvenientes pela repercussão que semelhantes palavras podem ter lá fora.

Asseguro a V. Èx.a e à Câmara que não há razão absolutamente nenhuma para que se diga que o Sr. Dr: Alves Ferreira e seus ajudantes estão a demorar propositadamente as investigações.

Eepilo, por consequência, essa acusação feita ao referido magistrado, que, repito, é digno do nosso maior respeito e consideração e não da mais insignificante censura.

O Sr. Ribeiro de Melo disse que o Sr. Dr. Pinto de Magalhães está sendo processado pelo Conselho Superior da Magistratura por inconfidência.

Este juiz foi muito além do que devia ir na nota oficiosa enviada aos jornais.

O Sr. Ribeiro de Melo:— V. Ex.a, é certo, não tem nada com isso; isto é apenas um reparo da minha parte.

O Orador:—Eu estou convencido de que se não hão-de dizer inconfidências.

Compreende-se bem a ansiedade do público em desejar saber alguma cousa num assunto de tanta importância.

E pode um juiz falar em termos tais que não comprometam a verdadeira investigação.

Nestas condições, talvez o que .se diz seja útil para o País e até para os repre.-sentantes da Nação.

Não se disse o resultado desta ou daquela investigação; diz-se apenas o que se está fazendo ou ao que se está procedendo.

E, então, não há que acusar. . .

O Sr. Ribeiro de Melo:— Há aí uma espécie de papagaiozinho. . .

O Orador: — V. Ex.a chama-lhe assim; eu, não*.

O que eu afirmo é que por emquanto não há razão nenhuma para censurar o alto magistrado que é o Sr. Alves Ferreira.