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Sessão de 21 de Abril de 1920

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Há muito mais gente que não acredita também em que isso seja possível, acreditando de preferência em que os credores terão de se contentar com a continuação do pagamento en nature.

Este facto está com efeito previsto no plano Dawes. -

Mas ele é o ponto fraco do plano. É o seu aspecto precário, porque ele dá lugar a uma necessária, fatal transferência de moeda, quere dizer, a uma conversão de moeda alemã em divisas estrangeiras, em libras, em dólares, em francos, em escudos, etc., e não está perfeitamente assegurado que essa conversão não possa, com efeito, produzir um tam grave desi-quilíbrio na economia alemã que em vez de trazer vantagens aos credores os venha colocar na situação de sofrerem graves percalços.

Àss dificuldades de que se reveste esta operação o Sr. Stephan Lausanne chamou o bacillus de que sofre o piano Dawes.

Feita esta restrição, claro é que a possibilidade e as respectivas vantagens a que se referiu o ilustre Senador Sr. Júlio Dantas não deixaram nem deixarão de ser ponderadas pelo Governo, o qual, de resto, ainda sobre o assunto não disse a sua última palavra, pois ainda não trouxe ao Parlamento aquela proposta de lei a que a última palavra sobre o assunto o obrigará, sendo certo que, por outro lado, todo este problema se encontra um tanto ou quanto condicionado à função -do resultado a que chegamos na liquidação" da nossa dívida de guerra com a Inglaterra.

São, portanto, problemas que precisam de solução em breve espaço de tempo, que não está demorado e que não deve demorar desde que as cousas sigam o seu curso normal, devendo, assim, acontecer que em breve o Governo possa, talvez, dar ao Senado, ao Sr. Júlio Dantas ou qualquer outro parlamentar que se interesse pelo assunto, uma resposta concludente e satisfatória.

Parece-me que no decorrer das suas considerações de hoje o ilustre Senador Sr. Júlio Dantas não fez outras objec-ções além daquelas a que já respondi.

E tendo respondido tanto satisfatoriamente quanto me foi possível, até pela natureza do assunto que não permite que

já a esta hora tenha uma solução, pois que se encontra ligado à solução de outros problemas, solução pela qual o Governo se vtem interessado, como aliás ó do seu dever, e que Pão estando ainda solucionados o serão dentro em breve, oportunamente eu poderei então responder dum modo cabal às preguntas que hoje me fez o ilustre Senador Sr. Júlio Dantas.

S. Ex.a referiu-se a outro assunto, qual foi o da situação de um alto funcionário dos Estrangeiros que rios últimos dias tem sido acusado num jornal de Lisboa de irregularidade graves. A este respeito tenho de dizer que conheço essas acusações pela leitura desse jornal apenas.

Quero crer que, atendendo ao passado e às qualidades desse funcionário, elas não tenham fundamento. De qualquer modoj porém, que seja, encarreguei pessoa competente de proceder às necessárias averiguações, tendo-se convidado o director desse jornal a vir prestar decla-rações.

Disse.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — Dou a palavra ao Sr. Fernando de Sousa em virtude do artigo 140.° do Regimento.

Trata-se de um assunto importante de administração pública.

O Sr. Fernando de Sousa: -*- Ouvi com atenção as palavras autorizadas do Sr. Júlio Dantas, assim como as-lúcidas explicações do Sr. Ministro dos Estrangeiros, que tanto pela importância do assunto como pela sua elevação com que foi ver-, sado, ele merece toda a nossa atenção como muito bem ponderou V. Ex.a .

O Sr. Júlio Dantas frisou a falta de método que tem havido na nossa acção em matéria de reparações e formulou preguntas de incontestável importância.

Assim pj-eguntou comovseriam recebidas as indemnizações que cabiam a Portugal, em espécies ou em material, mostrando as suas preferências pela sua aplicação ao pagamento da dívida de guerra à Inglaterra'.