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DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 108 46

de Beja só poderá ser movimentada pela central instalada ao Guadiana.
É indispensável resolver, e sem demora, este último problema da produção de energia eléctrica, fundamental para a política económica, do sul do Fará; com a activação de outras indústrias todas as povoações do Alentejo e Algarve seriam abastecidas da energia vinda da central do Guadiana.
Quando as três fábricas estiverem a trabalhar, deixaremos de adquirir os adubos estrangeiros, e por consequência muitos milhares de contos ficarão em Portugal a promover a riqueza e abastança; o sulfato de amónio, então obtido em boas condições, permitirá intensificar enormemente o fomento agrícola nacional - a principal fonte da nossa economia.
Outro problema muito importante é o da produção da folha de Flandres, que o Governo tem quási resolvido e de uma maneira felicíssima também.
Estudada a instalação desta indústria na metrópole, faltavam recursos financeiros e a coragem para montá-la.
Conseguiu-se que o Fundo corporativo do Instituto Português de Conservas de Feixe entrasse na sociedade, com cerca de 15:000 contos, e que assegurasse ainda a subscrição de todo o capital necessário; só a fábrica a instalar, provavelmente em Matozinhos, importará em mais de 90:000 contos.
A indústria da pasta de papel também não tardará a ser instalada em Portugal. Um técnico suíço, dos mais categorizados do mundo, estuda o assunto. A fábrica será instalada em Santa Comba Dão, onde não faltam a água nem os pinheiros, em homenagem ao Sr. Presidente do Conselho. Custará mais de 90:000 contos, importância que será em parte suíça e na outra portuguesa.
Por falta de energia eléctrica e porque se precisa de vapor de água a fábrica funcionará a lenha.
Quanto à indústria da cortiça, já se iniciou o seu estudo, e a metalurgia do ferro vai ser considerada também.
Actualmente trabalha-se dedicadamente na reorganização das indústrias existentes; o critério da organização em pequenas e grandes unidades industriais, entre outros fins, visa a produção em condições económicos que nos permitam concorrer com a indústria estrangeira. Já isso aconteceu com a indústria de chapéus o de resinas.
Acompanhando o ritmo progressivo da metrópole, em Angola, por exemplo, desenvolvem-se as indústrias de peixe e seus derivados, das carnes preparadas e lacticínios, do algodão hidrófilo, da cerâmica, dos tabacos, do açúcar e das madeiras. As importantíssimas indústrias salineiras de Cabo Verde e de Angola estão a atingir elevado grau.
Sr. Presidente: relativamente á construção dos dois grandes hospitais escolares e aos novos edifícios da Universidade de Lisboa, assunto a que me referi aqui no ano passado, tenho a declarar que prosseguem activamente os trabalhos da segunda fase das terraplanagens necessárias à implantação do hospital de Lisboa e os da primeira fase do hospital do Porto.
As dificuldades resultantes da conflagração mundial levaram a adoptar o critério da construção em duas grandes empreitadas, havendo-se já adjudicado o fornecimento das cantarias; está em via de resolução o fornecimento de blocos de tipo especial para os pavimentos, sendo de esperar que no próximo ano se prepare o concurso da primeira fase do Hospital Escolar de Lisboa.
Quanto aos novos edifícios universitários, houve necessidade de adaptar a execução do projecto definitivo os possibilidades construtivas do momento, substituindo-se, por exemplo, as vigas de betão por outros de madeira, depois de convenientemente tratadas.
Nas colónias portuguesas também se progride bastante no campo das instalações sanitárias e hospitalares.
Em Angola instalam-se os serviços de saúde centrais e regionais, postos sanitários e delegações de saúde, e constroem-se os hospitais de Nova Lisboa - para 700 leitos, no montante de 20:000 contos - , o de Sá da Bandeira e o de Vila Henrique de Carvalho. Em Moçambique, ao lado da actividade do desenvolvimento da rede de postos sanitários, que devem prestar assistência aos indígenas, erigem-se novos pavilhões para o hospital de Lourenço Marques, dignos de nota pela sua amplitude - como nenhum outro possuímos ainda , e aperfeiçoamento absolutamente de acordo com os mais modernos princípios da ciência hospitalar.
Também, Sr. Presidente, a Junta de Construções para o Ensino Técnico e Secundário não esmoreceu em seu labor, que, no ano passado, foquei de modo especial.
Estão em curso a construção de três liceus novos e a ampliação e melhoramento de cinco, subindo estas obras, nos dez meses de 1941, a mais de 7:000 contos.
Para 1942 está prevista a construção de quatro liceus novos o a ampliação e beneficiamento de outro. No Império de além-mar, a par de grande número de escolas primárias, achara-se quási concluídos os Liceus Salvador Corroía, em Luanda - o mais belo edifício de ensino secundário de Portugal - , cujo custo total foi de 15:000 contos, e o de Diogo Cão, na Huíla; e a escola agropecúária Dr. Francisco Vieira Machado, na Humpata - a mais importante sob o ponto de vista da colonização portuguesa - , que importará em mais de 3:500 contos.
Em Moçambique também têm sido construídos numerosos edifícios escolares; encontra-se em conclusão o projecto do novo Liceu Salazar, em Lourenço Marques - que ficará sendo o mais vasto e importante edifício liceal de toda a Nação.
E Sr. Presidente, para fim do balanço geral que estou a fazer sobre o valor e grandeza dos melhoramentos materiais a receber pelos estabelecimentos de ensino de todo o Império, guardei algumas referências na obras a efectuar com a projectada e tam ansiadamente requerida cidade universitária de Coimbra.
Falei há um ano nesta tribuna, com o maior entusiasmo e contentamento, deste tam interessante plano, cuja execução é absolutamente necessária à veneranda Universidade; confesso que já ia entristecendo por não ver iniciados quaisquer estudos ou projectos.
Desvaneceram-se, no entanto, todas as minhas apreensões ao tomar conhecimento da nomeação de ilustres personalidades para formar a comissão encarregada daqueles trabalhos, crente como estou de que se entrará numa fase de amplas realizações.
Sr. Presidente: é tempo de terminar a longa exposição que venho proferindo. Mas, antes de o fazer, permita-me V. Ex.ª que diga algumas palavras acerca das medidas que, muito sábia e previdentemente, o Governo tem promovido com o humano e patriótico intento de atenuar as maléficas repercussões da guerra sobre o abastecimento da nossa população e, sobretudo, na economia de aquém e de além-mar.
São dignos de louvor todos os esforços realizados pelos Ministérios da Economia, Colónias e Interior no sentido de combaterem o açambarcamento e a expeculação com os géneros alimentícios e para facilitar a troca de produtos metropolitanos ou coloniais.
Das démarches efectivadas no respeitante à intensificação das trocas dos géneros coloniais portugueses será oportuno apresentar alguns elementos elucidativos esclarecedores da actuação governamental.
Como se sabe, a Inglaterra tem procurado não privar do seu abastecimento regular alguns países, concedendo os cônsules britânicos navicerts - landcerts - certifi-