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2 DE MARÇO DE 1962 899

cidade de aprendizagem se torne fastidiosa e inacessível. É para este aspecto que me permito chamar a atenção do Governo, pois que sem livros criteriosamente elaborados a acção do professor no ultramar Hera lenta e difícil. Há que acelerá-la e enriquecê-la com uma literatura formativa que progressivamente valorize o espírito.

O Sr. Reis Faria: - V. Exa. dá-me licença?

A Oradora: - Com todo o gosto.

O Sr. Reis Faria: - Ao lado do problema dos livros e professores há mesmo um campo de actuação junto dos professores um pouco diferente da planificação que se verifica na, metrópole. Como o nível do aluno é diferente do da metrópole, completamente diferente terá de ser a legislação.
Chegar à sanzala e conseguir a elevação do nível de vida do indígena no seu elemento até o levar ao alfabetismo é um problema absolutamente diferente do analfabetismo do branco. A legislação terá de se estruturar, pois, segundo esta diversidade de situação.

A Oradora: - Eu disse, se V. Exa. reparou, que realmente este plano terá de ter um carácter completamente diferente do da metrópole.

O Sr. Vasques Tenreiro: - Não chega, de forma alguma, o esquema da metrópole. Os moldes têm de ser outros.

A Oradora: - Sei que, neste momento, se está a começar a trabalhar em Moçambique, com entusiasmo, no problema da educação popular e da elaboração de novos livros, por iniciativa e segundo planos do Governo da província. Mas o problema- é tão importante que merece ser intensa e extensamente apoiado. Ao transmitir à Câmara tão louvável iniciativa, formulo esperançadamente o meu voto de que lhe não faltem os amplos meios de que carece, para que frutifique rapidamente a bem das populações de Moçambique, para bem de Portugal.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

A oradora foi muito cumprimentada.

O Sr. Sousa Rosal: - Sr. Presidente: um vento de insânia sopra sobre a terra, transportando no seu seio, pletórico de inovação e renovação, ideias, propósitos e actos que não se creditam como fautores da sociedade melhor que dizem querer inspirar e construir.
O seu soprar ciclónico é orientado designadamente para a subversão da Europa, mãe de pátrias, e destruição da igreja católica, mãe de humanidade e caridade, detentores de uma cultura, virtudes e experiência de séculos no lidar, no conduzir e no governar de povos de todos os continentes e raças, qualidades que são os mais sérios obstáculos que ainda se podem opor ao caos que, por algumas partes, está sendo gerado com transigências e abdicações reveladoras da mais ignara apostasia por homens que o destino colocou à cabeça de distintas e poderosas nações e que pelo seu comportamento hão-de enfileirar na galeria dos possessos e dos loucos responsáveis pelas grandes catástrofes e retrocessos de que fala a história da evolução da sociedade humana.
E contra nós que, neste momento, sopra mais rijo, por constituirmos com a Espanha o último baluarte onde está vivo, com toda a pujança e pureza, o sentimento da harmonia universal que irradia das palavras de Cristo e ilumina verdadeiramente os destinos do homem pelos caminhos que conduzem efectivamente ao fraterno convívio e à mais sentida solidariedade entra os homens.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A par da alma heróica com que estamos animados nesta cruzada para fazer frente e vencer as duras realidades que impendem sobre nós, nesta hora de penitência que estamos vivendo, mais por pecados dos outros do que pelos nossos, que alguns são, temos que tomar a altura e a estrutura com que possamos honrar espiritual e fisicamente o comando de Salazar, nas palavras e nas atitudes com que agiganta Portugal perante os poderosos do Mundo, acutilando-os e fazendo-os sangrar no ódio e na cobiça, brandindo apenas, com a mais alta dignidade e coragem, a espada da justiça, fazendo ecoar os argumentos da lei e acometendo com a força da razão.
A posição mural que heroicamente escolhemos tem que se apoiar em meios físicos para deter e vencer as acometidas que contra nós se dirigem nos terreiros da luta, nos domínios da subversão social e do esbulho económico, com primazia para aqueles que mais fácil e naturalmente possamos apetrechar e conduzir com êxito.
Temos que ultrapassar em muito o notável esforço que se tem feito e está fazendo para a renovação e reforço do nosso poder económico não só pela integração no seu domínio de todo o espaço geográfico português, como também pelas medidas específicas que têm sido tomadas para favorecer todos os sectores económicos, designadamente o industrial e agora o agrícolo-pecuário, tudo com vista a nossa integração no mercado europeu.
Entre as indústrias de maior projecção, a mais fácil de dotar e explorar, de momento, com assegurado êxito, é a do turismo ...

O Sr. Jorge Correia: - Muito bem!

O Orador: -... pelo desenvolvimento sempre crescente que está tomando em todo o Mundo e pela curiosidade que começamos a despertar com tanto interesse, com as nossas belezas naturais, raízes históricas e artísticas e qualidades afectivas e paz social.
Não podemos deixar perder a ocasião excepcional que se nos depara, marcada pela atracção ao País de um número nunca atingido de estrangeiros vindos de todo o Mundo, a tal ponto que as agências de turismo mundial estão altamente interessadas em explorar e fomentar esta tendência da corrente turística internacional, procurando saber directamente até onde estamos preparados para a receber.
Isto obriga-nos a fazer um enorme e sério esforço para pôr a nossa infra-estrutura turística e os meios de recepção ao nível do que esperam de nós para acolher com conforto e urbanidade quantos, por bem, vierem ao lar lusitano, qualquer que seja a sua condição de cultura e posses.
Se o não fizermos podemos transformar uma promessa de prosperidade num motivo de descrédito, de nefastos consequências.