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6 DE DEZEMBRO DE 1975 2959

devo, porque, de facto, há uma coisa que faz muita aflição a muita gente: é ver que o Partido Comunista é uma força unida com um pensamento monolítico.

Risos.

Eu farto-me de rir, Srs. Deputados, com algumas tiradas de .alguns jornais, que têm aqui alguns dos seus plumitivos, que dizem que no Partido Comunista há umas conspirações. Até a mim já me põem também! Há um Sr. Jornalista que já diz que eu me conformo sempre a ser segundo ...
É clara que eu compreendo que esta unidade de pensamento e acção do Partido Comunista deve fazer cócegas no umbigo a muitos dos senhores, enfim, que assim falam.

Risos.

Mas não há nada a fazer. É uma fatalidade histórica ...

Risos.

Manifestações várias.

Aplausos.

A unidade do Partido Comunista Português é mesmo unidade, e não há nada a fazer ...

Aplausos.

A outra pergunta é se nós condenamos as sublevações dispersas como antidemocráticas, criminosas, etc.
Eu creio que fui claro na minha intervenção. E, na minha intervenção, disse que nas sublevações houve objectivos diferenciados, que não se pode chamar a essas sublevações um golpe para a conquista do Poder. Disse, também, que nessas sublevações interveio a confusão, a complexidade da situação. Disse, também, que, da parte de muitos desses militares estavam homens que também do outro lado tinham correspondência nos objectivos de defender a Revolução, defender a Pátria portuguesa e a independência nacional. Disse, também, que estes homens foram também fruto de uma pressão extremista, sectária, que os levou a um gesto que, de facto, não favoreceu a democracia, não favoreceu o processo revolucionário português. Não há aqui uma condenação, como os senhores querem. Eu já disse - e interpreto o pensamento do meu partido - que nós somos o maior partido revolucionário português organizado ...

Vozes: - É de homem!

O Orador: - ... e que não aceitamos ultimatos, sejam de quem for. Durante muitos anos já aprendemos a responder a ultimatos de forças muito poderosas que nos obrigavam a ter uma vida difícil. Estamos sempre preparados para a vida difícil, mas não aceitamos ultimatos.

Pausa.

Pergunta outro Sr. Deputado se as sublevações constituem a defesa normal das liberdades democráticas.
Eu creio que, aqui, procura-se confundir uma questão importante, quer dizer, procura silenciar-se aquilo que tem sido a política do Partido Comunista Português. O Parrudo Comunista Português tem proposto a solução política da crise político-militar por meios políticos. Quer nos seus documentos, quer nas suas diligências pessoais práticas com outras forças políticas, tem-se batido por essa solução política.
Está implícito aqui que o Partido Comunista Português rejeita a via do confronto militar para solucionar os problemas da crise político-militar que vivemos.
Vozes discordantes que não foi possível registar.

E, portanto, esta pergunta tende exactamente a desnaturar o sentido das propostas da política do Partido Comunista Português.
O Partido Comunista Português, como força revolucionária, não é uma força que aceita todas as condições da luta revolucionária, tudo aquilo que, enfim, os outros querem. Não! Se o Partido Comunista Português, um dia, disse que não havia outras condições para resolver o problema da Revolução em Portugal senão a insurreição armada, nós estaríamos com a insurreição armada. Mas quando na sociedade portuguesa se produziram câmbios tão importantes como aquede que nos levam, a nós, comunistas, a estar aqui nesta Casa, onde nunca tínhamos posto pé durante cinquenta anos ...

Vozes: - Nem nós!

Burburinho.

O Orador: - Sim , também vós! Afinal, também vós, socialistas. É verdade!
E eu, quando estou a falar, não estou a falar, neste caso, enfim, com fins particularistas, com objectivos particularistas. Também vós, também vós cá estais!
Também cá estão outros que não deviam estar! E também cá estão outros que já cá estiveram! É outra questão ...

Aplausos.
Burburinho.

Mas quero eu dizer, portanto, que nós, comunistas, repudiamos, nas condições da Revolução portuguesa, a solução armada como forma de resolver a crise político-militar. É isto que quero responder ao Sr. Deputado que fez a pergunta.
Por outro lado, pergunta, também, de uma forma muito insidiosa, o Sr. Deputado José Luís Nunes se nós consideramos contra-revolucionários os oficiais do Conselho da Revolução que tomaram as medidas, etc.
O Partido Comunista Português não se pronunciou nem se pronunciará quanto às pessoas, quanto aos militares que, em determinadas fases, tomam tais ou tais atitudes.
Vozes difíceis de registar, visto se sobreporem.

Em certo momento da nossa história será o nosso país que julgará os actos das pessoas todas, os que estão no Conselho da Revolução e os que não estão, as minhas e as vossas, e as deles também!
Mas eu quero dizer que, em relação a vários dos oficiais que estão no Conselho da Revolução, o Par