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3020 DIÁRIO DA ASSEMBLEIA CONSTITUINTE N.º 93

O Sr. Herculano de Carvalho {PCP): - Era o que faltava!

Risos.

O Orador: - Mas é o que vocês fazem!
O Sr. Herculano de Carvalho (PCP): - Era o que faltava! Não respondemos a ultimatos durante cinquenta anos, não o faríamos agora, Sr. Deputado.

O Orador: - Mas é o que vocês fazem, que faz o PS. Diga isso mesmo aos outros ai em baixo!

Ora, apresentámos ao Governo, ao Sr. Primeiro-Ministro, condições que julgaríamos deverem ser satisfeitas para que se formasse um Governo democrático que funcionasse com um mínimo de eficácia no sentido da continuação da Revolução e da construção da democracia e do socialismo em Portugal.
Não somos nós, ou não fomos nós, alguma vez, que propusemos qualquer compromisso ou qualquer plataforma ao PC. Foi o partido do Sr. Deputado perguntante. Nunca tivemos qualquer intenção eventualmente, segundo ele suspeita, reeditada agora de compromisso histórico com o PC. Não propusemos programa comum nem plataforma. Foram outros. Portanto, devolvo-lhe a carapuça, e ate-a quando puder...

Risos.

Uma voz: - Muito bem!

O Orador: - Quanto ao Sr. Deputado Lage, que diz que eu fiz uma crítica ao Partido Socialista, suponho que ele não entendeu bem o que eu disse, ou eu talvez me tenha explicado mal, mas eu não fiz crítica nenhuma ao Partido Socialista. Fiz críticas a algumas personalidades que prestaram declarações e que são pertencentes ao Partido Socialista.
Quanto afecto de dizer, ou de ter interpretado, que neste momento há por parte do PS um abandono do social-marxismo, eu não disse isso! A única coisa que disse foi que o social-marxismo está tendo cada vez menos aceitação no País, incluindo por parte de alguns intelectuais.

O Sr. Manuel Alegre (PS): - Isso é o que a gente vai ver
Não duvido que o Partido Socialista continue a sua linha marxista.

Burburinho.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Se são caluniosas algumas afirmações feitas por elementos, ou figuras, personalidades do PS? É evidente que quando não se refervem exactamente à verdade ou tentam tirar ilações que não são correctas, essas afirmações, num contexto político, são caluniosas. Comparando-as com es que fizeram a1guns elementos que agora abandonaram o PPD, essas declarações desses elementos não passam a ser verdadeiras por as outras serem falsas.

Referindo-me á última questão: é possível, não distinguir entre realidades sociológicas o as intenções socias-democráticas de alguns políticos. É evidente que em todos os partidos há sempre uma dissociação entre a pureza dos ideais defendidos e o número ou o conjunto de pessoas. que eles congregam na sua acção política e até, por vezes, a sua prática, política.
É evidente que nós não tivemos o apoio da burguesia de Cascais, nem do Estoril, nem da Lapa,...

Burburinho.

Risos.

Vozes em uníssono: - Ah!

O Orador: -... nem da Boa Vista, nem do Porto. Tivemos um apoio da parte de trabalhadores - que não reclamamos a totalidade dos trabalhadores para nós -, de uma parte do campesinato, tivemos uma parte da pequena e média burguesia, tivemos, como partido interclassista que somos, um amplo apoio largamente distribuído entre as classes saciais.

Burburinho.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E que aos .poucos e poucos...
Eu ,não sei se as piadas às vezes doem, mas ... de vez em quando ...

Burburinho.

De toda a maneira, devo dizer-lhes que não podemos pressupor, parque não somos iluminados nem temos o destino traçado par uma escatologia histórica definida na século XIX, não consideramos assim, e como não somos iluminados nem bruxos, não saberemos qual será a composição nem a força do mossa eleitorado nas próximas eleições.

Burburinho.

Isso compete ao povo demonstrar, e aí se verá.
Temos esperança de que ele será forte, mas o futuro mostrará.

Uma voz: - A ver vamos ...

O Sr. Pedro Roseta (PPD): - Deixe lá, os votos não têm cheiro ...

O Orador: - Com certeza.

Quanto ao Sr. Agostinho Martins do Vale ...

Uma voz: - Não é senhor, é trabalhador.

O Orador: - Se calhar, é senhora!? ...

Risos.

Não é por solidariedade ... eu estou-lhe a negar ... se não é senhora ... se calhar, enganei-me!

Risos.