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3050 DIÁRIO DA ASSEMBLEIA CONSTITUINTE N.º 94

visa-o, para que lhe seja mais fácil depois desbaratar todas os adversários do grande capital, dos latifundiários e do seu regime de exploração e opressão.
5. Sr. Presidente, Srs. Deputados: O fascismo montou e manteve em funcionamento durante longos e longos anos uma máquina de intensa propaganda terroristas, que ,utilizava desde os processos mais brutais aos mais subtis, na acção de caluniar, de deformar, desinformar e de colonizar as consciências. Um dos ingredientes fundamentais dessa acção foi o anticomunismo. Tantos anos de tão forte propaganda teriam de deixar mancas, mesmo que delas muitas não tenham consciência. A instilação de processos mentais viciados e mecânicos de ódio ou desconfiança em relação aos comunistas era e é uma das formas de a grande burguesia utilizar elementos de centos camadas que de facto até por ela são dominadas e exploradas. Essa actividade, ainda lucrativa de utilizar os efeitos dessa tenebrosa propaganda fascista e de reactivar esses mecanismos é a tarefe miserável das mentores do anticomunismo na sociedade portuguesa de hoje, que assim recorrem continuadamente ao obscurantismo e à irracionalidade cultivada para defesa dos seus corruptos interesses de classe.
Nós sabemos que, por via dessa intensa dominação ideológica. a que foram e são submetidos, muitos homens e mulheres. honestos são, ainda hoje, presa fácil do anticomunismo. Parra esses, sobretudo quando trabalhadores, o nosso combate é o do esclarecimento, o do exemplo da nossa acção prática, a ajuda na sua luta. Aqueles que os instrumentalizam e escondem, sob o fraseado das direitos humanos, a sua acção de desrespeito frontal pela dignidade em que tanto falam, esses sem, são os nossos inimigos, as inimigos da classe operária, das camponeses, da povo trabalhador em geral, contra esses sim, é o nosso firme combate e a nassa confiança de que sairão triunfantes - as verdadeiras forças da democracia, da paz, da independência e do socialismo.

Aplausos prolongados.

O Sr. Presidente: - Dispomos de sete minutos. O orador agora inscrito é o Sr. Deputada Rodrigues dos Santos. Não sei se quer aproveitar este tempo?

Pausa

O Sr. Deputado desculpe, mas creio que há pedidos de esclarecimento.

Pausa.

Não Sr. Deputado, tenha a bondade.

O Sr. Rodrigues dos Santos (PPD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Antes de entrar propriamente na matéria que constituiria o objecto da minha intervenção, eu aproveito a oportunidade de responder ao Sr. Deputado do Partido Comunista que acaba. de falar, no sentido de lhe dizer que não me parecem absolutamente razoáveis as referências que faz com o ocorrido durante o 2.º Congresso do Partido Popular Democrático.
Tenho uma especial autoridade para o dizer, porque presidi a esse Congresso. E devo dizer-lhe que, efectivamente, houve uma ocasião em que alguém cantou, com versos de mau gosto, uma canção corrente, mas tenho também presente que foi imediatamente calado pelas reacções que provocou.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E, quanto às supostas ameaças contidas nessas vozes que não passavam, posso garantir, tenho a certeza de gracejos, embora de mau gosto, a verdade é que eu ainda prefiro, meus senhores, que haja ameaças em cantigas, a que haja execução efectiva como se tem verificado, algumas vezes.

Vozes: - Muito bem!

Aplausos.

O Orador: - De resto também não posso aceitar que o Partido Comunista, ou algum um elemento seu, insulte o PPD, considerando este Partido, como os senhores dizem, selvaticamemte anticomunista, porque não o chamavam assim ao senhor, nem aos seus delegados, quando se iam reunir a minha casa, comigo, em agrupamentos, em que trabalhávamos em comum contra o regime que então vigorava.

Vozes: - Muito bem!

Aplausos.

O Orador: - Admito, portanto, perfeitamente que o Partido Comunista tenha quaisquer razões de queixa de quaisquer excessos que se hajam cometido no decurso do 2.º Congresso, mas eu desafio-o a ele e a qualquer outro a que me apresente o caso de uma assembleia numerosa relacionada com um partido qualquer em que se não cometam excessos e exageros, que são totalmente insusceptíveis de serem imputados à responsabilidade do partido. Quanto ao que se tem passado, e de que a Assembleia tem sido, de certo modo, testemunho, aos acontecimentos internos do PPD, eu quero dizer a VV. Ex.as que se não houvesse ainda uns pequenos aspectos puramente técnicos e que supomos e persistimos em querer que são da exclusiva competência do próprio Partido, eu faria o que na realidade e apesar de tudo faço: quero declarar a VV. Ex.as que consideramos para todos os efeitos essa questão arrumada. O incidente interno do PPD acabou. Cada um fica nas posições que tomou e o assunto em si deixou de poder merecer qualquer interesse a quem quer que não pertença ao Partido Popular Democrático. Isto sem prejuízo de ter presente que para todos aqueles que foram, pois muitos há que foram sinceramente democratas, tudo isto representa alto prejuízo que ultrapassa os limites do Partido ...

Uma voz: - Muito bem!

O Orador: - ... e se projecta no próprio País, e na democracia.

Vozes: - Muito bem!

Aplausos.

O Orador: - Mas o assunto, não há dúvida nenhuma que deixou de merecer o empolamento que lhe tem sido dado. O PPD não pode deixar de reco-