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19 DE DEZEMBRO DE 1975 3165

nosso país que não tenham tirado a lição dos pecados do passado e que persistam em cometer novos pecados.

Aplausos.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Porque se é com democracias cristãs ...

O Sr. Presidente: - Dois minutos, Sr. Deputado.

O Orador: - ... que no último Congresso do Partido desse nome, que já se constitucionaliza o priori, procurando utilizar a religião para fins políticos; se é dessa forma que se pretende defender os valores cristãos, eu digo: não, não é dessa forma!
E nós temos em Portugal, felizmente, homens como o bispo do Porto, que já há cerca de quinze anos ou mais o compreenderam. É para esses homens que eu me volto, ...

Aplausos.

... é para esses homens que eu me volto, fazendo um apelo: contribuam para o esclarecimento do nosso povo, contribuam para a emancipação do nosso povo, contribuam para a libertação do nosso povo, e então, todos unidos, quaisquer que sejam as nossas ideologias, nós podemos construir um país novo, um país independente, um país livre, um país progressivo, um país feliz, e é isso que o nosso povo deseja!
Tenho dito.

Aplausos.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Amândio de Azevedo, para um pedido de esclarecimento, naturalmente.

Pausa.

Mais pedidos de esclarecimento?

Pausa.

O Deputado Florival, não foi? Agostinho do Vale, Manuel Pires ... mais ninguém.

Pausa.

Tenha a bondade.

O Sr. Amândio de Azevedo (PPD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Sr. Deputado independente José Augusto Seabra, parece-me ter afirmado que foi convidado para Deputado do Partido Popular Democrático como Deputado independente, e que preferiu assumir plenamente as suas responsabilidades e inscrever-se no partido. Pelo que sei, isto não corresponde à verdade, uma vez que o Sr. Deputado se inscreveu no partido, creio que à volta do mês de Janeiro, antes de se proceder às primeira eleições da Comissão Política Distrital do Porto. Fez parte desta Comissão Política Distrital e só muito mais tarde é que veio a pôr-se o problema da escolha dos Deputados a apresentar pelo partido.

Gostaria que ele me dissesse se sou eu que estou enganado ou se, porventura, foi ele que cometeu um erro?

(O orador não reviu.)

O Sr. José Augusto Seabra (Independente): - Não, não fui ...

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Agostinho do Vale.

O Sr. Agostinho do Vale (PS): - Eu queria perguntar ao Sr. Deputado que acabou de se pronunciar sobre a análise (que em parte estou de acordo com ela), se quando o secretário do seu antigo partido esteve doente a social-democracia desse partido era de esquerda e se realmente, com a entrada dele novamente no partido, a social-democracia desse partido virou realmente para a direita?
Eu gostava que me explicasse melhor isto.

(O orador não reviu.)

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Florival.

O Sr. Florival Nobre (PS): - Eu pretendia saber do Sr. Deputado José Augusto Seabra, primeira pergunta: se sim ou não a social-democracia é a colaboração entre classes.
Segunda pergunta: se entende ou não o Sr. Deputado José Augusto Seabra que a construção do socialismo passa pela audição e organização das massas trabalhadoras e satisfação das suas necessidades.

(O orador não reviu.)

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado José Manuel Pires.

O Sr. José Manuel Pires (PS): - Bom, a pergunta que eu vou fazer é estritamente pessoal. De facto, depois de no nosso pai haver tanta esquerda, com certeza eu tenho de lhe fazer esta pergunta. E como representante, como o Sr. Deputado que acabou de falar, como representante da sua chamada social-democracia de esquerda, eu pergunto se esta reconhece a luta de classes e, no caso de a reconhecer, de que lado ou de que classe é que está a chamada social-democracia de esquerda.

(O orador não reviu.)

O Sr. Presidente: - Se o Sr. Deputado quiser responder ...

Foram quatro os interpelantes.

O Sr. José Augusto Seabra (Independente): - Em relação ao pedido do esclarecimento do Sr. Deputado Amândio de Azevedo, tenho a dizer o seguinte: os factos são factos. A primeira vez que eu participei num Comício do Partido Popular Democrático, a convite desse partido, foi na qualidade de independente, num comício que teve lugar - em fins de Novembro na cidade do Porto. Quando regressei a Portugal, em Dezembro, fui convidado para pertencer a esse partido por dois grandes amigos, o Dr. Santos Silva. e o Prof. Emídio Guerreiro. Eu pus reservas à minha entrada nesse partido. Foi ,nem altura dito: «mas nós