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3 DE ABRIL DE 1976 4423

revolucionários, agravam as condições de vida do povo trabalhador, ressuscitam atitudes neo-colonialistas, querem amarrar o País ao imperialismo e liquidar os interesses mais profundos do povo português.

Aplausos.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Perante os perigos que ameaçam a revolução portuguesa toma-se imperioso dar passos rápidos para uma clara unidade democrática e de esquerda, que, sem ambiguidades nem hesitações, possa ser a alternativa que é preciso opor aos planos da reacção. O povo trabalhador e as massas populares desejam vê-la realizada porque conservam vivos os ideais da resistência ao fascismo, a consciência de que sem uma sólida união de forças o fascismo ganhará, a dia, maior arrogância e mais audácia.
Nenhuma reserva que venha do passado, nenhuma divergência sobre o futuro deverá impedir que, a bem dos interesses populares, se unam todos os homens e todas as forças civis e militares, que estão do lado da Revolução, e que ao seu lado querem continuar a lutar.
Nenhum sectarismo, nenhuma ideia de supremacia, nenhuma ambição estreita, nenhuma discriminação contra as forças de esquerda está de acordo com as necessidades actuais e futuras de defender a revolução de 25 de Abril. E por isso, também aqui o MDP/CDE declara, como seu testemunho enraizado na vida concreta do povo português, que considera, sempre considerou e continua a considerar, que o concurso dos militares do 25 de Abril é indispensável à obra de renovação democrática do País e que a intervenção do MFA, de todos os militares, animados por sentimentos democráticos e patrióticos, na vida nacional, foi e continua a ser, com a acção do movimento popular, uma das mais sólidas garantias de que o fascismo não voltará e de que o povo português poderá percorrer com segurança o difícil mas exaltante caminho para a sociedade fraterna, justa e próspera que é o horizonte por que se bate e sempre se baterá.
Por tais objectivos, também o MDP/CDE continuará a bater-se, hoje e amanhã, sem hesitações.
Viva o Portugal democrático!
Viva o povo português!

Vozes: - Viva!

Aplausos.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado da UDP.

O Sr. Deputado está informado de que dispõe de quinze minutos, não é verdade?

O Sr. Afonso Dias (UDP):- A Constituição da República Portuguesa vai ser promulgada num momento de grande crise económica e política e de grandes tensões sociais.
A bancarrota está à vista! Acentua-se a dependência de Portugal face ao imperialismo, enquanto que as condições de vida do povo continuam a deteriorar-se a olhos vistos. O VI Governo, reaccionário, incapaz de suster a crise, tudo faz para que sejam os trabalhadores a pagá-la.
Continua a desenvolver-se a grande ofensiva fascista, iniciada com o golpe de direita do 25 de Novembro.
Os fascistas atacam à bomba, estimulam a criminalidade, fomentam, o terror! Tentam usar as dificuldades dos desempregados, dos pequenos camponeses e dos retornados pobres para os virar contra as conquistas do restante povo.
Atacam a reforma agrária, as nacionalizações, o controle operário e o direito à habitação. Renegam a descolonização! Atentam contra as liberdades conquistadas.
Nas forças armadas, os postos chaves têm sido sistematicamente ocupados por elementos conservadores e fascistas, depois de saneados ou presos os militares do 25 de Abril Saneiam-se os soldados, sargentos e oficiais progressistas, ao mesmo tempo que já se iniciou a criação de um exército mercenário.
A pretexto de combatei a criminalidade, arma-se a GNR e a PSP até aos dentes, apetrechando-as com material bélico suficiente para uma guerra clássica.
Será que a PSP vai utilizar os bastões eléctricos e os escudos de vidro contra os traficantes de droga?
Será que a GNR vai atacar os violadores com auto metralhadoras lança-granadas?
Todo este arsenal se destina, sim, a reprimir a luta dos trabalhadores!
Os atentados contra a independência e a unidade nacional sucedem-se, sem que os seus responsáveis sejam reprimidos.
Os fascistas e os pides são soltos. Permite-se o regresso de conspiradores, como Sanches Osório e Spínola.
Os fascistas e a reacção atacam em todas as frentes. Quanto mais alcançam, mais querem. As forças negras da opressão preparam um golpe.
Todavia, o povo não se tem limitado a ser o espectador passivo desta escalada.
Às tentativas de fazer que sejam os trabalhadores a pagar a crise económica, congelando os salários, fazendo despedimentos e elevando o custo de vida, a resposta tem sido a greve, o protesto, a luta reivindicativa.
Às acções repressivas respondem as acções populares pela liberdade. Ergue-se por toda a parte o movimento contra os avanços fascistas. Amplia-se o protesto contra as prisões de democratas e contra a libertação dos verdugos do povo português.
A situação actual caracteriza-se da seguinte forma;
De um lado encontram-se as forças fascistas e reaccionárias; os monopolistas e latifundiários apoiados pelo imperialismo; os bombistas do ELP/MDLP; os reaccionários e fascistas do PPD, CDS, PDC; os separatistas.
Do outro lado, todo o povo português, que anseia pela liberdade e o fim da exploração; as organizações populares: sectores antifascistas da intelectualidade; os partidos e organizações revolucionárias, que procuram unir o povo na luta intransigente contra os seus inimigos; a UDP, que luta pela República Democrática Popular.
Entre estes dois campos, situam-se os conciliadores, os vacilantes e os traidores da luta do povo. Aqueles que se ajoelham diante do fascismo para impedir essa luta Aqueles que avalizam a repressão sobre o povo.
Aqueles que dividem o povo falando em unidade.
Aqueles que tentam afastar o povo do caminho da luta, impingindo-lhe promessas que o imobilizem e o desarmem frente à ameaça fascista.

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