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médio o povo português da importância e significado que terá em toda a vida da província a Universidade do Algarve.
Outrora como hoje a Universidade, melhor dizendo, a insfituição, universitária desempenhou e desempenha um papel decisivo na vida dos povos, designadamente nos aspectos cultural, educaitivo, moral o económico. E esta elementar verdade. é de tal maneira patente que muitos sociólogos têm afirmado com muita pertinència que a Universidade actua como barómetro político e social da sociedade em que se insere.
E efectivamente assim é! Não, por mero acaso, mas porque ela reflecte e espelha, com amplitude e quase com rigor científico, os conflitos, as ansiedades e as profundas aspirações dos indivíduos da sociedade.
E é salutar que assim seja. É porque uma Universidade, além de ser uma escola do saber e do aprender, terá necessariamente de ser uma escola do. auscultar, cabendo-lhe uma função pedagógica e actuante mas não activista, tranFformadora da sociedade, mas não anarquista e demagógica, de modo a contribuir para o desejado equilíbrio, moral e soiúal sem contudo obstar, pelo contrário incentivar a libertação espirítual e económica do homern.

O Sr. Moreira da Silva (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: É assente nestes parâmetros e vocacionada para estas perspectivas que concebemos o alto, significado que tem para os Algarvios a criaço de uma Universidade.
È evidente e pré-claro que, ante estas considerações de, cariz sócio-económica e cultural, está subjacente -uma concepção de sociedade que perfilham os sociais-dernocratas e que se, baseia nos valores histórico-culturais e em objectivos de raiz personalista e humanista onde campeie a honestidade e a liberdade com a consequente responsabilização.
E estes atributos ou ..características estru-turais de personalidade são. comuns à maioria esmagadora dos algarvios e supomos mesmo que constituem autênticos valores -quadro que, consciente ou inconscientemente pesam e condicionam o comportamento e o modus vivendi dos Portugueses em geral, assumindo-&e como dinâmica cultural.
A criação de uma Universidade, e a do Algarve não foge à regra, constitui insofismavelmente um facto. de extraordinário significado político, pelas múltiplas repercussões que- determina nos mais diversos sectores do con-tCxto, social onde irá fazer sentir a sua acção.

O Sr. Moreira da Silva (PSD): -Muito bem!

O Orador: -Sr. Presidente, Srs. Deputados: É com toda a humildade mas também com toda a firmeza e serenidade que nos propomos analisar, debater e ponderar toda a complexa mas prometedora realidade que se avizinha como. consequência da criação da Universidade do Algarve; e como Deputado eleito pelo círculo de Faro compete-me 1.-mbrar ao Governo a necessidade da criação rápida das condiçõ-,s indispensâveis ao seu funcionamento. Foi essa a intenção e o propósito que presidiu à minha intervenção.
Não vamos gizar aqui, como-é evidente, o ordenamento e a estrutura que se deverão revestir as várias faculdades que integrarão a Universidade do Algarve.

1 SÉRIE - NÚMERO 10

'Mas temos a consciência que uma Universidade, para além do seu apetrecho tecnológico, humano e finan. ceiro (sem os quais não poderá funcionar eficientc,.. mente), ter-se-á de virar para as réaiidades concretas, da região, sobe pena de não, desempenhar o papel que lhe é inerente numa sociedade demoí-rática em que a descentralização se tem de estender cada vez mais ao plano cultural.

Vozes do PD: -Muito bem!

O Orador: -Sr. Presidente, Srs. Deputados: Ninguém melhor que os Algarvios sabe avatiar das suas necessidades, das suas carências e o que mais lhes interessar. Em suma, numa palavra: é aos Algarvios que cabe perspectivar e definir o seu futuro que o mesmo é dizer o futuro dos seus filhos. E por isso aqui estamos, sem preconceitos nem veleidades de qualquer espécie, tentando detectar e vislumbrar com a vossa ajtida como deverá ser a Universidade do Algarve.
Porque uma coisa é certa e adquirida: a Universidade do Algarve já tem existência legal. E aqui cabe dizer alguma coisa acerca daqueles que, com o seu esforço, para isso contribuíram.
Há qe referir, e em abono da verdade o fazemos, que diversas personalidades dos mais diversos quadrantes ideológicos, quer através de, escritos nos jornais, quer em conferências e palestras, desempenharam um papel relevante na sua criação.
Propos'itadamente não cito nenhum nome, o que não significa menos apreço pela sua actuação.
Quero, porém, sublinhar o dériorninador comum que, inequivocamente e de forma transparente, resultou da assunção.de -todos quantos de. forma. itão diligente e ajustada reconheceram 'a necessidade da Universidade do Algarve, ao salientarem a marginalização e até o desprezo que os poderes constituídos ao longo de muitas dezenas de anos votaram a região do Algarve.
E na verdade assim sucedeu.
Em todas as reformas do ensino nunca o Algarve foi contemplado. Revestiu porém, particular e ostensivo escândalo a reforma de ensino superior da autoria do ex-Ministro Veiga Simão em que foram criadas as Universidades do Minho e Aveiro, bem como o Instituto Universitário de Évora.
15to passou-se em 1973 e lembr,->-rne perfeitamente a angústia quei, senti ao ouvir o referido senhor anunciar as novas Universidades sem mencionar o nome do Algarve e'as razões'que pretensamente fundamentavam a decisão do Mirristro sem me lembrar do seu conteúdo concreto, baila-me na memória a impressão que delas colhi, isto é, que se baseavam em critérios de, manifesta discricionalidade e conveniência de interesses.
Falei posteriormente com muitos e dos mais representativos - comprovincianos e constatei que aquilo que po.rventitra poderia ser produto de uma emoção era efectivamente uma sensação comum aos Algarvios.
0 Algarve continuava a não figurar na cabeça dos governantes em projectos que envolvessem custos elevados sem a contrapartidí imediata dos lucros à vista.
Srs. Deputados, é pois sem demagogia que podemos afirmar que a criação da Universidade do Algarve, além de ter constiluído um êxito demobrático com a