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1654 I SÉRIE - NÚMERO 42

que o sector público é um parasita económico. Mas talvez que daqui até Outubro o tempo não lhe chegue. As transformações não se fazem com yes-men, nem se podem faci1mente fazer contra a vontade dos trabalhadores, dos agricultores e dos utentes. Aguardemos ...

Aplausos do PS.

O Sr. José Cardoso (PSD): - Dá-me licença, Sr. Presidente?

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado José Cardoso pede a palavra para que efeito?

O Sr. José Cardoso (PSD): - Para um protesto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Peço-lhe o favor de se cingir muito sucintamente à matéria do protesto, Sr. Deputado.

O Sr. José Cardoso (PSD): Com certeza, Sr. Presidente. Protesto porque me pareceu que o Sr. Deputado Guilherme Santos, em vez de defender os agricultores portugueses, esteve, pura e simplesmente, empenhado em defender organismos estatais que ao longo dos anos provaram a sua ineficácia. Quer-me parecer que a EPAC continuou no ritmo da Junta Nacional dos Produtos Pecuários, das Frutas e outros mais, ou seja, em vez de ouvir os agricultores, foram organismos que se serviram a si próprios.
Pergunto ao Sr. Deputado, protestando ao mesmo tempo, se não concorda que os milhares de toneladas de milho que desapareciam no trajecto Lisboa-Montijo e que eram compensados com incorporação de água não estão na base do chamado processo de saneamento anunciado; pergunto se a péssima qualidade dos cereais importados que eram incorporados nas rações dando origem a problemas diabólicos na alimentação dos animais, não estará na origem daquilo que chamou de saneamento; mais ainda, se não estará a importação de aveias exóticas, que causaram problemas diabólicos aos agricultores portugueses, na origem do chamado saneamento invocado pelo Sr. Deputado Guilherme Santos?
Por tudo isto parece-me que é preciso exigir das entidades públicas o máximo de eficácia. E isso não está de maneira nenhuma a acontecer.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. Soares Cruz (CDS): - Sr. Presidente, peço a palavra para um protesto.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, pedia-lhe o favor de se cingir à matéria do protesto que determina a sua intervenção e de não formular pedidos de esclarecimento ou meras afirmações de contradição com aquilo que foi dito.

O Sr. Soares Cruz (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Ouvi com muita atenção as palavras do nosso colega e amigo Guilherme Santos, mas deixe-me dizer-lhe que fiquei extraordinariamente confundido... Por um lado, ouvi-o defender, com um certo calor mesmo, o regímen cooperativo, porquanto estava a englobar as cooperativas numa grande dependência do Poder Público, por outro lado, ouviu-o atacar o regímen que o actual Governo tem procurado estabelecer para a operacionalidade das cooperativas.
Deixe-me informá-lo de que está em preparação e entrará dentro de dias para apreciação nesta Câmara o Código de Direito Cooperativo, facto que, nunca pudemos constatar vindo de um Governo socialista, que tão defensor se dizia das cooperativas mas que nunca deu um passo nesse sentido...

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Orador: - Deixe-me dizer-lhe ainda que os pseudo-saneamentos que se permitiu referir dos elementos da administração da EPAC talvez não sejam tão injustos quanto V. Ex.ª acabou de pretender colocar nas intenções do Governo da Aliança Democrática. Posso afirmar que um dos elementos substitutos é um membro eleito pelos trabalhadores do organismo em causa. Não entendo, portanto, como é que V. Ex.ª dizendo-se defensor de uma gestão em que os trabalhadores tenham participação activa, pode permitir críticas nesta Casa a uma atitude deste tipo.

Aplausos do CDS.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr Deputado Guilherme Santos, se desejar responder aos dois protestos de que foi alvo a sua intervenção.

O Sr. Guilherme dos Santos (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em relação ao Sr. Deputado José Cardoso queria, já que me deu essa oportunidade, dizer-lhe mais alguma coisa e lembrar-lhe que falei hoje aqui da EPAC e dos dois gestores saneados, como amanhã poderei falar de mais algumas dezenas de homens válidos deste país que foram afastados das suas funções; poderia lembrar o afastamento que se operou hoje no Ministério da Agricultura e Pescas, substituindo-se um dos mais competentes técnicos em extensão rural, o Sr. Engenheiro Dias Nogueira que, aliás, é reconhecido internacionalmente; poderia falar aqui do Engenheiro Carita Frade, do Engenheiro Monteiro Dinis, do Dr. Vicente, do Dr. Beato ... Enfim, tudo isto, meu ilustre colega desta Assembleia, é uma tristeza!

O Sr. José Cardoso (PSD): - Que é uma tristeza digo eu!
O Orador: - Gostaria de o informar, em cima da hora, porque o acontecimento é de hoje, que os senhores sanearam no Instituto Cooperativo António Sérgio todos os representantes que o Estado lá tinha e meteram lá por exemplo, um representante que na primeira reunião quando se falou em cooperativas de 1.º grau e de cooperativas de base, ficou preocupado e perguntou "onde é que estava a base".
ueridos amigos e colegas, é triste que isto se diga nesta Casa, mas é em parte a política que vocês estão a fazer em relação a saneamentos.

Protestos do PSD e do CDS.

Em relação ao meu querido amigo e Sr. Deputado quando disse que a EPAC não servia os agricultores,