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conquistadas. A comunicação social é amordaçada, reinstaura-se a censura na rádio, na televisão, na imprensa. Montam-se novos tribunais plenários para julgar os antifascistas. Os preços sobem todos os meses, tornando a vida de todos os que trabalham cada vez mais difícil. Apesar de cem mil promessas, a economia continua mergulhada na crise e na estagnação. Não há novas obras, não há melhoramentos, nada se faz para criar novos postos de trabalho que absorvam o meio milhão de desempregados.
0 25 de Abril e as conquistas do nosso povo hoje, em Portugal, são o ponto de referência e demarcação de todas as forças políticas. Ou se é a favor ou se é contra. 0 golpe reaccionário do 25 de Novembro foi a grande arrancada contra o 25 de Abril, que mostrou claramente de que lado estavam as várias forças políticas irmanadas do mesmo desejo de travar o avanço dos trabalhadores para novas conquistas de uma sociedade nova, vamos encontrar desde as forças mais negras da reacção, que querem reinstaurar um regime fascizante em Portugal, como o CDS e o PPD, até ao PS, que teve mais modo dos trabalhadores do que de aliar-se com os militares reaccionários aos saudosos do 24 de Abril e com o imperialismo.

Vozes do PS: - Não apoiado!

O Orador: - 0 PCP, em vez de enfrentar abertamente o golpe reaccionário, adapta-se ao novo regime e continua, como antes, a aproveitar-se da força dos trabalhadores para negociar, para manobrar, sempre cedendo no essencial: a defesa das conquistas populares de 74 e 75.
Os homens que encabeçaram aquele golpe e por isso são dos principais responsáveis por toda a escalada a que temos assistido desde então contra os
trabalhadores, os democratas e antifascistas não podem ser os representantes do 25 de Abril.

Vozes do PSD e do CDS: - Não apoiado!

O Orador: - A UDP sempre afirmou que o 25 de Novembro foi um golpe contrário em tudo ao 25 de Abril e responsável pelas dificuldades que atravessa o País. Nós sempre afirmámos que, apesar dos ataques, que têm vindo a sofrer após o 25 de Novembro as conquistas populares, apesar da arrogância da direfta reaccionária que nos governa, há suficientes forças para impor uma mudança na situação política actual. Essas forças estão dispersas pe1as lutas populares, que têm vindo a ser travadas em todo o país, na Roforma Agrária, nas poderosas manifestações ainda recentes, como a de 19 de Abril.
Afirma-mos claramente: o único caminho possível para defender o 25 de Abri1 é confiar, sem reservas, na força e na luta dos trabalhadores, unir todas essas lutas numa só de norte a sul, capaz de impor derrotas a este governo e fazê-lo cair ainda antes das próximas eleições.

Risos do PSD, do CDS e do PPM.

Por isso, enganam-se aqueles que pensam que a política de cedências, vacilações e compromissos pode ser uma barreira eficaz contra os ataques da

I SÉRIE - NÚMERO 43

direita. Essa política leva a recuos sucessivos do movimento popular, ao abandono das conquistas populares uma após outra. Todos os trabalhadores, todos os democratas que querem defender o 25 de Abril dove empenhar-se juntamente com a UDP e outras forças revolucionárias, no levantamento de uma poderosa força de unidade popular que se afirme como alternativa revolucionária à política do PS e do PC nas próximas eleições. É a partir dos locais de trabalho, dos campos, das fábricas, é nas lutas de hoje contra o Governo reaccionário da AD que é preciso construir a força de unidade popular, capaz de derrotar a direita, se não for antes, nas próximas eleições. 0 25 de Abril está bem vivo no coração do nosso povo, não é uma mera recordação do passado. Em cada luta, em cada protesto, na revolta que brota dia a dia em milhar e milhares de trabalhadores, o 25 de Abril renasce com força redobrada. 0 crescer desta luta, o explodir desta revolta farão um Abril novo, um Abril dos trabalhadores, capaz de satisfazer as suas aspirações mais profundas e construir um Portugal novo.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o representante do MDP/CDE, Sr.ª Deputada Helena Cidade Moura.

A Sr.ª Helena Cidade Moura (MDP/CDE): - Sr. Presidente da República, Sr. Presidente da Assembleia da República, Srs. Conselheiros da Revolução, Sr. Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, minhas Senhoras e meus Senhores: 0 Grupo Parlamentar do MDP/CDE sobe a esta tribuna, trazendo com ele a alegria e a força de milhares de portugueses que hoje saúdam o 25 de Abril.
Prestamos, em primeiro lugar, homenagem ao Movimento das Forças Armadas e a todos os militantes antifascistas, muito especialmente àqueles que na clandestinidade, na prisão, no exílio, dedicaram integralmente a vida à vitória dos ideais de liberdade, de fraternidade, e deram à causa da participação o povo oprimido, a grandeza de uma tarefa que pertence a toda a Humanidade.

Aplausos do MDP/CDE, do PS, do PCP, da UDP e dos Deputados reformadores.

Nesta homenagem estão connosco os democratas que, nestes anos difíceis da nossa Revolução, souberam encontrar o caminho da coerência, não perdendo nunca, o objectivo que escolheram. E ainda aqueles que souberam prescindir de regalias, com renúncia a comodidades e a gastos supérfluos e converteram o seu estatuto social de privilégio na alegria da participação colectiva.
Estão aqui, também, presentes as mulheres que transformaram, de um dia para o outro, a face visível da nossa vida social, e que hoje marcam a luta presente e marcarão a história futura.
É ainda a juventude que luta por emprego, por habitação, por melhores condições de vida, de profissiona1ização e de estudo, e que alicerça essa luta organizada numa consciência que garante a Revolução de Abri1.
MDP/CDE celebra hoje a revolução portuguesa nos órgãos do poder local, nas comissões de mora-