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9 DE MAIO DE 1980 2025

desembarque de militares norte-americanos na base de Guantanamo, base esta que os EUA mantêm em território cubano, contra a vontade do Governo e do povo de Cuba. Ora, os próprios estatutos da base nem sequer prevêem exercícios deste tipo. Por outro lado, é quase inevitável a violação das águas cubanas durante estas manobras. Iludo isto representa, pois, uma violação do direito internacional, visando mais uma provocação contra Cuba.
O facto de, sob pressão da opinião pública mundial e em especial dos povos da região das Caraíbas, ter sido cancelado aquele desembarque em Guantanamo representa, já por si, uma importante vitória da revolução cubana e do povo cubano, como o sublinhou Fidel de Castro no seu último discurso, no 1.º de Maio deste ano. A gigantesca manifestação de mais de 1 milhão de pessoas, neste dia, em Havana, que se seguiu ao desfile, em Abril, também de mais de l milhão de pessoas em Havana, por ocasião do aniversário da derrota das forças anticastristas, preparadas e auxiliadas pelos Estados Unidos, quando do desembarque na baía dos Porcos, há dezanove anos, deixaram mais uma vez bem claros os sentimentos vivos do povo cubano contra a existência da base de Guantanamo, contra o embargo comercial dos EUA a Cuba e contra as constantes provocações da CIA.
Esta nova provocação dos círculos mais reaccionários e belicistas norte-americanos insere-se na mais larga e perigosa ofensiva contra a paz e a segurança dos povos depois da «guerra fria» e já conheceu várias etapas, que vão desde o extraordinário reforço a longo >prazo do programa armamentista da NATO em 1978 e do sinistro projecto da bomba de neutrões até à decisão de instalar mísseis americanos na Europa Ocidental, de não ratificação dos acordos SALT II, passando ipelas medidas de retaliação e boicote da Administração Cárter contra a URSS e outros pafses socialistas - tudo isto tendo por música de fundo a orquestração de violentas campanhas anticomunistas e anti-soviéticas.
É toda esta política à beira do abismo, é toda esta estratégia de posições de força, de desestabilização, de confrontação com o campo socialista, é toda esta política aberta de perigos para a paz e o desanuviamento internacional, que vem sofrendo a condenação crescente da opinião pública mundial, que encontra nos governantes da AD os seus aliados mais esforçados.

O Sr. Ferreira do Amaral (PPM): - É ao contrário, ao contrário!

A Oradora: - Com efeito, pisando os desejos de paz do nosso povo, pisando a própria Constituição da República, que é bem clara sobre a defesa dos princípios de amizade e cooperação com todos os povos do mundo, o Governo da AD, nesta corrida perigosamente desenfreada pelas forças belicistas internacionais, que pretendem mais uma vez enfrentar o agravamento da crise do capitalismo à custa dos trabalhadores e das massas populares, o Governo da AD, dizíamos, pratica uma política de submissão ao imperialismo, proclama-se adversário do desanuviamento e participa activamente nas campanhas imperialistas de agudização da tensão internacional. Tudo isto para procurar por todos os meios - doa a quem doer - ganhar apoios junto da pior reacção internacional.

Vozes do PCP: - Muito bem!

A Oradora: - Pese, porém, a esta reacção e aos seus aliados aqui ou noutras partes do Mundo, z verdade é que a situação internacional continua evoluindo favoravelmente às forças da democracia, da independência nacional, da paz, do progresso e de socialismo.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Sr. Ferreira do Amara! (PPM): - É preciso rei lata!

No que respeita a mais esta provocação das força imperialistas dirigida contra Cuba e os restantes países da região da América Central, exprimimos aqui em nome do Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português, o nosso vivo protesto. Solidarizamo-nos com todos esses povos, certos de que, ao fazê-lo exprimimos os sentimentos de paz e amizade do nosso povo com todos os povos do Mundo. Solidarizamo-nos igualmente com as forças democráticas e progressista que naquela região do Mundo, vencendo dificuldade? de toda a ordem e enfrentando provocações e ameaças do imperialismo, constróem dia a dia, na luta um futuro de liberdade paz e independência nacional

Aplausos do PCP.

Vozes do PSD: - Isso é a voz do social-imperialismo.

O Sr. Ferreira do Amaral (PPM): - É preciso ter lata!

O Sr. Presidente: - Para um protesto, tem a palavra o Sr. Deputado Ferreira do Amaral.

O Sr. Ferreira do Amaral (PPM): - Sr. Presidente Srs. Deputados: Não posso deixar de protestar contra o cinismo da intervenção que acabámos de ouvir.

Vozes do PSD, do CDS e do PPM: - Muito bem!

O Orador - Eu não sou do tempo de antes da última guerra, mas tenho lido alguns, documentos dessa época, sobretudo da propaganda nazi desfeita, a confundir a opinião pública mundial, e a verdade é que encontro semelhanças extraordinariamente coincidentes entre o discurso da Sr.ª Deputada Alda Nogueira e a referida propaganda.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.

O Sr. João Amaral (PCP): - Provocador!

O Orador: - É preciso incrível cinismo para vir dizer aqui, depois do que se passou em Cuba, e que tantos, milhares de pessoas tiveram a oportunidade de fugir ao «paraíso», depois do que se passa no Afeganistão, em que as tropas soviéticas continuam a esmagar a liberdade do povo afegão, aquilo que foi referido.

Aplausos do PSD, do CDS e do PPM.