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2566 I SÉRIE - NUMERO 67

O Orador: - Falam hoje do terrorismo na Irlanda, não para denunciar a verdadeira situação, mas para, se mostrarem ainda mais de rastos perante á «rainha» Tatcher. Para pretenderem significar que dezenas de países ontem colonizados e hoje libertados em consequência de uma luta persistente e heróica, dos seus povos, não passam de uma criação e uma consequência do que chamam «terrorismo».
Se vivessem no tempo das lutas das colónias americanas pela independência, aí estariam, em pontinhas dos pés e de flácidos dedos em riste, contra o perigoso terrorista George Washington e outros velhos fundadores dos Estados Unidos da América!

Aplausos do PCP.

Falam hoje de terrorismo para fomentar a corrida aos armamentos e criar novos focos de tensão. Utilizam esta Assembleia e certos...

Aplausos do PCP.

Esgotado o tempo de que o orador dispunha, foi-lhe cortada a palavra pelo controle automático do tempo.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. Sousa Marques (PCP): - Sr. Presidente, pretendo interpelar a Mesa no seguinte sentido: faltava-me apenas quatro linhas para terminar a minha intervenção, razão pela qual requeiro que estas linhas sejam transcritas no Diário da Assembleia da República.

O Sr. Presidente:- Concedido, Sr. Deputado.
Eram as seguintes:

- Utilizam esta Assembleia e certos órgãos de comunicação social, despudoradamente ao seu serviço, para deturpar e mentir .
Pela nossa parte, é bom que se repita, podem contar com a nossa firme e lúcida crítica, a nossa, acção determinada e consciente, a força da força da nossa razão.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Ribeiro e Castro.

O Sr. Ribeiro e Castro (CDS): - Sr. Presidente,. Srs. Deputados: Eu gostava de usar a palavra para protestar, invocando o meu direito de defesa, uma vez que fui directamente citado na intervenção do Sr. Deputado Sousa Marques;
Não irei abordar nesta resposta, a menos que isso seja considerado necessário - até porque, pelo que li na imprensa, foi um assunto em relação ao qual vários Srs. Deputados me gostariam de fazer pedidos de esclarecimento, ainda que, tardios - um aspecto da minha declaração política de ontem, que nada tem a ver com este voto, mas sim com o acidente de Camarate e em relação ao qual gostaria de esclarecer a minha opinião sobre essa matéria.
Relativamente a este voto, gostaria de usar o meu direito de defesa, repudiando veementemente qualquer cumplicidade com redes bombistas, o facto insinuado pelo Sr. Deputado Sousa Marques. Peço-lhe que olhe para si mesmo e para os seus amigos. -

A Sr.ª Ercília Talhadas (PCP): - Olhe os telhados de vidro!

O Orador: - É fácil levantar suspeitas. E nós, que também já fomos objecto de actos bombistas, havendo até recentemente novas ameaças de práticas nesse género contra nós, recusamos e repudiamos veementemente qualquer cumplicidade com essas redes.
Por outro lado, gostava de lhe dizer que ontem tive ocasião de circunscrever o âmbito do meu voto à necessidade imperiosa de defesa das sociedades democráticas, considerando o terrorismo como o mais bárbaro atentado contra os direitos humanos, a mais grave ofensiva contra a liberdade e contra a democracia, nomeadamente na Europa. Portanto, com isto respondo a considerações que o Sr. Deputado fez.
Com efeito, considero que nas sociedades democráticas, nas sociedades em que há liberdade para debater todas as questões e em que a evolução política e social em todos os domínios é garantida pacificamente num quadro das instituições, nada pode legitimar o uso da violência política.
Por outro lado e quanto ao terrorismo só servir à direita, não estou assim tão seguro quanto o Sr. Deputado; É evidente que há forças extremistas de direita interessadas no terrorismo, assim como as há na esquerda. Aliás, pergunto-lhe: quem arma as redes terroristas? Penso que a resposta é o esclarecimento desta questão e o seu aprofundamento internacional esclarecerá muitos aspectos.
Registo quer o Sr. Deputado diga que apenas eu, coitado, é que tenho de suportar aquilo que se passa para lá de Berlim. Registo que o Sr. Deputado não o tenha de suportar. É algo que é importante ter em conta, ou seja, que para o Sr. Deputado a falta de liberdade e de democracia para lá de Berlim não o incomoda. A mim incomoda-me. Penso, aliás, que estes aspectos estão relacionados.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Orador: - É evidente que quem tem telhados de vidro, é o seu partido. Mais uma vez isso ficará patente através da intervenção que acabou de fazer, bem como através da votação deste voto.

Aplausos do CDS.

O Sr. Rogério Brito (PCP): - É preciso ser cretino!

O Sr. Presidente:- Tem a palavra o Sr. Deputado Sousa Marques.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Vou aproveitar para ler a última página da minha intervenção!
Se vivessem no tempo das lutas das colónias americanas pela independência, aí estariam, em - pontinhas dos pés e de plácidos dedos em riste, contra o perigoso terrorista George Washington e outros velhos fundadores, dos Estados Unidos da América.
Falam hoje de terrorismo para fomentar a corrida aos armamentos e criar novos focos de tensão.