O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

1 DE JULHO DE 1981 3613

ontem pelo Sr. Deputado Luís Coimbra. No entanto, acho difícil produzi-los, uma vez que não terei interlocutor válido .para elas.

O Sr. Presidente: - Na realidade tem razão, Sr. Deputado. O Sr. Deputado Luís Coimbra não se encontra presente na Sala.
Como V. Ex.ª estava inscrito para uma intervenção, fá-la-á desde já e a Mesa entende que prescinde de formular os pedidos de esclarecimento que pretendia fazer ao Sr. Deputado que ontem o precedeu no uso da palavra.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Sr. Presidente, se ene permite, utilizarei os três minutos que decorrem de eu ter algumas considerações a tecer sobre a intervenção do Sr. Deputado Luís Coimbra ...

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, se V. Ex.ªprescinde de fazer pedidos de esclarecimento, prescinde necessariamente do tempo.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Sr. Presidente, uma vez que está prejudicada a hipótese de eu pedir esclarecimentos, utilizarei o tempo para fazer um protesto.

O Sr. Presidente:- Tem então V. Ex.ª a palavra, Sr .Deputado Jorge Lemos. Dispõe de dois minutos.

O Sr. Jorge Lemos (PCP): -. Sr. Presidente, Srs. Deputados: O PPM parece que se está a habituar a engolir muita coisa. Começou por engolir «elefantes», engoliu «torres do Tejo» e parece que agora quer engolir cargas brutais da polícia contra os cidadãos.
É uma conduta que só o PPM é responsável por ela. Simplesmente, isso não lhe dá o direito de vir dizer nesta Câmara que o PCP pretende aproveitar politicamente o acontecimento desportivo.
O que trouxemos a esta Câmara foi o resultado da violência exercida contra cidadãos nazarenos pela polícia, seja ela de intervenção ou sejam os corpos de polícia normal, de que resultaram feridos bastante graves.
Chegou-se mesmo ao ponto de disparar balas de fogo real e não balas de borracha. É deste caso que aqui trouxemos que devemos falar. Não podemos continuar a refugiamo-nos em canduras hipócritas que nada beneficiam esta Casa. Temos de tomar uma decisão. Temos de saber se vamos continuar a permitir que a policia actue da forma como o fez e temos de saber, com clareza, donde lhe vêm as ordens para actuar de maneira brutal contra cidadãos, como aconteceu na Nazaré e há algum tempo no Estádio da Luz.
É sobre isto que, de uma vez por todas, temos de tratar nesta Assembleia da República.

O Sr. Presidente:- Sr. Deputado Sousa Tavares, V. Ex.ª pediu há pouco a palavra para que efeito?

O Sr. Sousa Tavares (PSD): - Para fazer uma intervenção sobre a matéria em discussão, Sr. Presidente.

0 Sr. Presidente: - Fica inscrito. Sr. Deputado.

O Sr. António Moniz (PPM): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - O seu partido foi visado sem individualização de nomes. Tem V. Ex.ª o direito de contraprotestar, Sr. Deputado António Moniz.

O Sr. António Moniz (PIPM) : - Sr. Presidente, Srs. Deputados: A falta de correcção do Sr. Deputado Jorge Lemos passa todas as marcas.

Não se encontra presente, neste momento, na Sala o meu colega de bancada Luís Coimbra e mesmo assim o Sr. Deputado Jorge Lemos achou conveniente vir aqui falar nas declarações feitas pelo meu colega de bancada.

A Sr. Zita Seabra (.PCP): - A culpa é do ST. Deputado Luís Coimbra, que não está presente!

O Orador: - Desejava dizer ao Sr. Deputado Jorge Lemos que o que se passou na Nazaré é muito estranho e, naturalmente, ainda fará correr rriuita tinta.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): - Não me digam que foram os comunistas que provocaram os incidentes!

O Orador: - Estive ontem com habitantes de Viseu que me declararam, peremptoriamente, que se não fosse a intervenção da polícia ficavam todos mortos na Nazaré.

O Sr. Jorge Lemos (PCP'.: - Foi o chefe da Policia de Viseu que lhe disse isso!

Risos do PCP.

O Orador. - 15so é significativo.

Ficará também por esclarecer quem atirou pedras para a multidão, porque os habitantes da Nazaré dizem que quem cometeu tal acto não é gente conhecida. Talvez tivessem sido pessoas interessadas em criar outros problemas (talvez em desacreditar a polícia para depois tirarem os respectivos proveitos políticos).

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): - É espantoso!

A 6r.• Zita Seabra (,PCP): - Foi o rei!

O Orador: - A polícia deve ser criticada, mas tem de existir. Não podemos estar permanentemente a criticar pessoas que muitas vezes, para cumprirem o seu dever, passam por grandes riscos. Não podemos estar a aproveitar-nos de acontecimentos, principalmente nos campos de futebol - onde, infelizmente, há tanta violência e inconsciência, para transformar este Parlamento num tribunal para julgar a polícia ...

O Sr. Carlos Brito (PCP):- .Para julgar o Governo!

O Orador. - ..., que, afinal de contas, está a zelar pela defesa e segurança dos cidadãos portugueses.

Aplausos do PPM, do PSD e do CDS.

Páginas Relacionadas