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870 SÉRIE-NÚMERO 24

vitórias, o que terá como consequência inevitável baixar o guarda dos operários e demais trabalhadores, com esta derrota eleitoral da AD a vida no nosso país, apesar dela, vai virar ainda mais para a direita
Porque todos os pressupostos, quer da votação quer dos partidos dominantes na oposição à AD, foram e são os da expectativa em soluções vindas de cima, se não tão de cima como «Nosso Senhor», pelo menos do Presidente da República. Em soluções de defesa do regime Novembrista contra a luta operária e popular. Em solução de superação da crise em termos de defesa da chamada economia nacional. Em soluções de subordinação da luta às baias reaccionárias das chamadas «instituições democráticas».
São soluções, todas elas, que não põem em causa os fundamentos da política da AD, como nunca impediram o seu crescimento e a sua subida ao poder.
Ao nível das autarquias iremos ter, ainda assim, acordos de regime entre as 3 grandes forças na tentativa de demonstrarem que é possível encontrar soluções que agradem a todos, que agradem aos ricos e aos pobres, dentro do quadro das instituições.
Como a UDP sempre assinalou, os problemas básicos e essenciais do nosso - povo irão continuar a não serem resolvidos seja qual for a maioria e a presidência das autarquias.
A habitação, a saúde, a educação, o emprego, os transportes, o nível de vida, as liberdades continuarão a degradar-se, enquanto decerto aparecerão bons edifícios, viadutos bem lançados, aumentos das taxas camarárias porque o Governo cortou nas finanças locais. Iremos continuar ter aumentos de água progressistas e aumentos de água reaccionários; resistência e despejos justíssimos e resistência e despejos injustificados conforme apreciados por quem está na câmara ou quem não - está. Ou então, fé forem dados passos em frente na opção Roseta e na nova opção Abecasis popular de amplo entendimento municipal a resistência às medidas camarárias de «defesa da economia nacional e local» e da «defesa da ordem» ficarão à partida classificadas de arruaça e até de crime.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Não queremos deixar de saudar a população de Vizela pela firmeza demonstrada na defesa intransigente dos seus direitos. A luta dos vizelenses é um exemplo para todo o povo português que, ao pôr em causa a própria realização das eleições no seu concelho, assume características - muito importantes na medida em que não se deixaram intimidar pela chantagem das instituições, demonstrando que os legítimos interesses de uma população devem e podem ser defendidos por todos os meios de luta de massas. Ao não terem aceite ir no engodo da paz social só porque se realizaram eleições, os vizelenses mostraram perceber as leis da luta e deram passos importantes e decisivos para a vitória.
Neste momento põe-se aos trabalhadores em geral e à classe operária em particular a tarefa de resistirem à actual ofensiva da direita e à muito provável intensificação dessa ofensiva. Qual a saída para a situação que se vive nas fábricas? Qual a saída para a defesa dos postos de trabalho? Qual a saída para a defesa de um nível de vida digno e ajustado?
Qual a saída para a defesa das liberdades, da paz e da independência nacional?
Como vimos, as derrotas da AD no quadro do 25 de Novembro, aceitando a preservação do regime, apenas se traduzirão em recomposições do poder burguês destinadas a, da maneira mais adequada, fazerem os trabalhadores pagar a crise.
Vastos sectores da pequena burguesia dos campos e das cidades dispõem-se a colaborar por acção ou omissão numa política de centro que vai levar ao reforço da direita reaccionária. Para garantirem a estabilidade à custa da exploração e da repressão sobre os operários.
Essa política que vai ser praticada pela direita apoiada na estagnação do centro, terá como consequência não apenas a crise atirada com toda a brutalidade para cima dos operários mas também para cima dos restantes trabalhadores da agricultura e dos serviços. Por cima também daqueles que querem livrar-se dela não fazendo ondas na utopia do equilíbrio impossível.
A repressão e a liquidação das liberdades democráticas avançarão sem oposição válida enquanto persistirem as ilusões em Eanes e na democratização do regime que se instala para liquidar o 25 de Abril.
Os intelectuais progressistas na sua generalidade vão, também eles, reduzindo as suas verrinas a uma certa bajulação crítica dos pilares da sociedade, trocando o rasgar dos caminhos do futuro pela estilização dos horizontes negros e sem saída do 25 de Novembro. Pretender-se-á mais clara caracterização da fascização lenta mas segura do regime?
O caminho dos operários e demais trabalhadores terá de ser aquele que a UDP tem apontado. Tivesse ele sido seguido e hoje a derrota da AD seria de facto uma derrota política profunda.
A falta de unificação e eficácia das lutas, a sua dependência dos apelos a Eanes e da expectativa - sempre gorada - na sua actuação, levaram a que o repúdio pela AD se não traduzisse na compreensão da necessidade do corte com o regime, produziram o voto errado no PS como consequência do crescimento das ilusões nas massas.
A contenção que o PCP através da maioria do secretariado da CGTP impôs à luta operária e popular, conduziu a que a própria votação na APU apenas estabilizasse, não podendo continuar a reivindicar-se como polo da oposição à AD. A posição de salão da APU, faliu com resultados perigosíssimos para o povo português: os soporíferos produziram efeitos demais.
Os problemas que afligem as classes trabalhadoras só podem ter resolução no quadro de uma luta sem quartel contra a exploração e a repressão, contra a opulência dos ricos que medram recostados neste regime.
Os operários em primeiro lugar mas também todos os outros trabalhadores, têm de libertar-se das amarras da política reformista do PCP e do PS, têm de sacudir a canga que os atrela à burguesia liberal e a Eanes e enveredarem pelo caminho da luta inde pendente para derrubar o Governo e mudar o regime.
Só na luta pela conquista de um governo revolucionário e pela República Popular, os trabalhadores se verão livres da exploração e da repressão e cria