O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

7 DE JANEIRO DE 1983 1053

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Carlos Lage (PS): - O Grupo Parlamentar do Partido Socialista não vê nenhuma razão para as galerias se encontrarem encerradas, e pedia, por esse motivo, ao Sr. Presidente para as mandar abrir.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, o Sr. Presidente Leonardo Ribeiro de Almeida foi informar-se acerca dos acontecimentos que ocorreram no Plenário e por isso aguardamos instruções, visto que as galerias não foram encerradas, mas sim evacuadas, e assim se vão encontrar até o Sr. Presidente decidir o contrário.
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Rocha de Almeida.

O Sr. Rocha de Almeida (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Não era intenção do meu grupo parlamentar intervir neste tempo suplementar do período antes da ordem do dia. No entanto, as palavras do Sr. Deputado Carlos Lage levam-me a tecer algumas considerações acerca das mesmas.
Aproveitarei igualmente a oportunidade para salientar o seguinte à Sr.ª Deputada Odete Santos acerca das eleições de Ourique: enquanto a Sr.ª Deputada apela para que não haja medo face às tentativas de criar o medo e a coacção, o meu grupo parlamentar apela e diz às gentes de Ourique que não tenham medo face à coacção, porque o voto é secreto e a sua vontade será cumprida.

Aplausos do PSD e do PPM. Vozes do PCP: - Boa, boa!

O Orador: - Passaria agora à resposta e aos motivos...

Protestos do Sr. Deputado do PCP Sousa Marques.

O senhor já reparou que é mal-educado?

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Passando às palavras do Sr. Deputado Carlos Lage, dizia que estranhei a sua intervenção e estranhei por um simples facto: é que, embora da sua parte haja solidariedade e não haja insensibilidade para com a luta dos trabalhadores e os seus problemas reais, o senhor quis sacar-nos esse ferrete ao dizer que somos insensíveis ou não somos solidários com os milhentos problemas dos trabalhadores deste país.
V. Ex.ª, sem necessidade absolutamente nenhuma, porque sabe que da nossa parte e do nosso grupo parlamentar pensamos exactamente da mesma forma, utilizou uma manifestação, que não vou referir se foi feita às margens do Regimento ou não, fazendo exactamente aquilo que o Partido Comunista costuma fazer, ou seja, utilizou as justas reivindicações dos trabalhadores para vir fazer demagogia e para vir dizer que o seu partido é que tem na manga ou no saco as soluções para os problemas das empresas deste país.

O Sr. Luís Filipe Madeira (PS): - Para os problemas de quem tem fome!

O Orador: - V. Ex.ª criou nesta Casa uma figura de respeito pela verdade e è por isso que V. Ex.ª sabe que quando fala da forma como falou n ao está a usar de toda a verdade.
V. Ex.ª disse que é necessário em todas, ou em muitas, das empresas deste país fazer um vasto e profundo estudo com vista a uma profunda reestruturação..., mas isso também nós defendemos. Simplesmente, esse estudo e essa profunda reestruturação não passam por esta Casa, visto que temos de apelar aos administradores das empresas, sejam elas públicas ou privadas, sejam gestores públicos ou entidades patronais, para uma reestruturação em termos modernos de modo a que tenham rentabilidade e de modo a que os trabalhadores tenham uma palavra activa na gestão dessas mesmas empresas.
Tudo está correcto, portanto, nas palavras de V. Ex.ª e é por isso que a única coisa que o Grupo Parlamentar do PSD aqui diz é que V. Ex.ª não tinha o direito de, para fazer propaganda do seu partido - o seu partido terá soluções, nós também as temos, mas certamente nenhum partido ou grupo parlamentar deste país terá soluções para as empresas se não houver uma vontade colectiva de empresários, gestores públicos e trabalhadores para as resolver, e é isto que está a faltar neste país e isto tem de ser dito publicamente -, não tinha o direito de se aproveitar de uma manifestação, feita, conforme disse, à margem do Regimento desta Assembleia, para dizer que o Partido Socialista tem a solução para os problemas. O Partido Socialista não tem, como nenhum partido terá, solução para os problemas se não houver uma vontade colectiva e principalmente, da parte de quem produz, de quem trabalha, de quem gere, a consciência de que este país precisa de trabalho.

Vozes do PSD: - Muito bem!

Protestos do PCP.

O Orador: - A solução deste problema não passa, portanto, pela vontade de nenhum partido político ou grupo parlamentar. Este problema não se resolve se não houver, como V. Ex.ª disse, um estudo vasto e profundo acerca da gestão das empresas deste país.
Aproveito para lhe dizer que estamos solidários com todas as lutas dos trabalhadores, não só com os que aqui estiveram, mas com todos os trabalhadores das empresas públicas ou privadas. Estamos solidários com os trabalhadores de São Jacinto, estamos solidários com os trabalhadores que não recebem o seu salário e seu 13.º mês. Nós sentimos isso e V. Ex.ª não tem o direito de nos vir acusar de sermos insensíveis face a estes problemas.

Aplausos do PSD.

Protestos do PCP.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - Demagogia da mais reles!

O Sr. Presidente: - Pedia aos serviços de segurança para reabrirem as galerias de modo a que o público possa assistir à sessão.

O Sr. Carlos Lage (PS): - Sr. Presidente, pergunto à Mesa qual é o tempo disponível do meu grupo parlamentar.

O Sr. Presidente: - O Grupo Parlamentar do PS já não tem tempo.