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4432 I SÉRIE-NÚMERO 105

lares com a derrota dos partidos do Governo e em especial do PS e os generalizados e significativos progressos da APU desde Santo Adré/Vilar de Perdizes em Montalegre até à vila alentejana do Redondo, passando por São Pedro da Cova no distrito do Porto e São João da Madeira no distrito de Aveiro.
Este rápido e crescente isolamento e redução de base de apoio social e eleitoral do Governo é igualmente bem visível no banho de solidão das comemorações governamentais do 25 de Abril na Aula Magna em Lisboa ou na derrota dos propósitos do governador civil do Porto.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Muito bem!

Uma voz do PS: - Não apoiado!

A Oradora: - Desacreditado junto dos trabalhadores e dos empresários, dos estudantes e dos professores, dos jovens e dos reformados, o Governo vive isolado dos portugueses e do País.

Aplausos do PCP.

Descrédito que atinge a própria coligação governamental e só isso explica o vaivém da remodelação ministerial que estava para ser e ainda não foi, ou os remoques públicos de alguns destacados dirigentes do PSD.

O Sr. José Manuel Mendes (PCP): - Muito bem!

A Oradora: - É que uma política que não respeita a Constituição da República, que despreza os direitos e liberdades individuais e colectivas, que subordina os interesses do País à gula dos grupos económicos já formados ou em formação e às multinacionais, que governa contra Abril, só pode ter como resposta a crescente resistência do nosso povo.
Mas tornou-se também claro nestes últimos meses que há condições para impedir o afundar da economia, para demitir o Governo PS/PSD e construir uma alternativa democrática.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Handel de Oliveira, para pedir esclarecimentos.

O Sr. Handel de Oliveira (PS): - Como habitualmente, a Sr.ª Deputada lida Figueiredo fez aqui mais uma demonstração daquilo que em matéria de demagogia o seu partido é capaz de fazer, mas neste momento quero apenas referir-me muito brevemente a algumas questões.
A Sr.ª Deputada referiu aqui o número de 150000 trabalhadores com salários em atraso. Agradecia que dissesse nesta Câmara de onde são oriundos os dados que citou: se de alguma entidade com credibilidade, para que possamos realmente ter este número em atenção, ou se temos efectivamente de acreditar que o número de trabalhadores com salários em atraso é, felizmente, mais baixo, apesar de dramático e de suscitar a preocupação de todos nós, da qual, aliás, a Sr.ª Deputada não tem o exclusivo.

O Sr. João Abrantes (PCP): - Se for 149 000, o Sr. Deputado já fica mais descansado!

O Orador: - O Sr. Deputado, não é uma questão de número, de serem 149 000 ou 150 000, mas sim uma questão de falar a linguagem da verdade, que é isso que os Portugueses pretendem.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Deputada lida Figueiredo vem aqui colocar questões que afectam a sociedade portuguesa e que todos nós conhecemos e estamos interessados em resolver o mais rápido possível.
Mas é curioso não haver coerência da parte do Partido Comunista no que diz respeito a toda esta matéria. Não é a primeira vez que aqui nesta Câmara os deputados do Partido Comunista usam a palavra para atacar os contratos a prazo, dizendo que são uma praga, etc.

A Sr.ª Ilda Figueiredo (PCP): - Eu nem me referi

O Orador: - Efectivamente, hoje, não se referiu a isso. Não o fez porque de há tempos para cá tem ligações com o movimento sindical afecto ao Partido Comunista e sabe perfeitamente que aqueles mesmos que acusam os contratos a prazo são os primeiros a utilizá-los. Ainda não vai há muito tempo, um sindicato que vos está ligado directamente, ao comemorar os 50 anos da sua existência, pôs termo a um contrato a prazo estabelecido com uma funcionária, após serem cumpridos três anos de serviço.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Isso são tolices!

O Orador: - Não são tolices, são verdades. O Sr. Deputado tem o direito de fazer os apartes que muito bem entender, mas o que disse são verdades, porque lhes dói e incomoda.
Efectivamente, os senhores não são capazes de ter uma política coerente: aqui falam de uma maneira e quando estão na execução prática das questões actuam de outra.

O Sr. João Amaral (PCP): - Olha quem fala!

O Orador: - Esta é a realidade e, por muito que lhe doa, ela tem de ser aqui dita.

O Sr. Dias Lourenço (PCP): - Não dói nada, Sr. Deputado!

O Orador: - Se não dói, não reaja, Sr. Deputado.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Handel de Oliveira, agradecia que não estabelecesse o diálogo.

O Orador: - São os apartes que me levam a fazê-lo, Sr. Presidente.
Por último, a Sr.ª Deputada lida Figueiredo falou também das dívidas à segurança social. Com certeza que sabe que já foram tomadas algumas medidas no sentido de recuperar essas dívidas. Ora, gostaria que a Sr.ª Deputada pudesse mais construtivamente expor aqui à Câmara aquilo que efectivamente preconiza para se fazer uma recuperação rápida e imediata.