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4 DE ABRIL DE 1986 1937

dos salários representa, pela via do alargamento do mercado interno.
Dito isto, o problema é conciliar as duas coisas e há aqui uma questão de adjectivação. Porém, deixarei essa questão para outra altura, pois vejo que o Sr. Deputado Silva Marques está enfadado com este tipo de substantivação.

Risos.

A título de esclarecimento - e não me alargaria mais -, gostaria de colocar aqui um último problema.
Suponho que estas questões de política económica não podem ser discutidas com políticas de algibeira.
«Diga-me quanto é que já calculou ou já fez» - todos nós sabemos como isso se faz e todos nós sabemos que isso tem de ser feito.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Muito bem!

O Orador: - Por isso mesmo, quando discutirmos as Grandes Opções do Plano, espero que o Governo concorde em dois aspectos - já está circulada a proposta e, portanto, podem ver.
O primeiro é o de que se realize o próprio desejo do Governo - p. 25 do Relatório das Grandes Opções do Plano -, no sentido de que as Grandes Opções do Plano, no seu aspecto concreto e sectorial, resultem de sucessivas sínteses em que participem largamente todos os interessados - trabalhadores, empresários e os mais diversos titulares de soberania. Este é, portanto, o primeiro aspecto a ter em conta para evitar precisamente as perguntas de algibeira.
Ó segundo aspecto é o de que se realize ainda o que está expresso nessas propostas, isto é, que exista um sistema de informação económica e social que funcione e seja capaz de responder às perguntas que o Sr. Ministro fez, depois de a Comissão de Economia, Finanças e Plano ter feito, anteriormente, outras perguntas a que o Sr. Ministro não respondeu.
Já agora, Sr. Ministro, porque o sabe tão bem como eu - e não digo isto com nenhuma animosidade -, V. Ex.ª sabe que as suas perguntas podem ser respondidas com um intervalo de tempo muito curto, porque existem em Portugal instrumentos para o fazer.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Sr. Deputado, por que é que não responde às questões que lhe coloquei?

O Orador: - Sr. Deputado, há um mínimo de conhecimento sobre o modo de fazer estas coisas. Como lhe disse, isto não são perguntas de algibeira.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Mas por que é que não responde às questões que lhe coloquei?!

O Orador: - Sr. Deputado, eu respondo às suas questões, revertendo para si as perguntas que fiz ao Sr. Ministro das Finanças.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Sr. Deputado, quer que lhe recorde as questões que lhe coloquei?

O Orador: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Sr. Deputado, V.Ex.ª, adjectivando uma política que não privilegiava, tanto quanto o Sr. Deputado, um aumento dos salários reais, ou pela via do desagravamento fiscal ou por outra, classificou esta política de «Quinta da Marinha». Assim, li-lhe a proposta da mesma política, subscrita por Laurent Fabius, e perguntei-lhe o que é que o Sr. Deputado pensava sobre isso.

O Orador: - Sr. Deputado, permita-me que não pense rigorosamente nada, porque não classifiquei nenhuma política de «Quinta da Marinha» - entenda-mo-nos.

Aplausos do PS, do PCP e do MDP/CDE.

Ò Sr. Pereira Lopes (PSD): - Peço a palavra para um protesto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, não são possíveis protestos a pedidos de esclarecimento.

O Sr. Pereira Lopes (PSD): - Então, era para defesa da honra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Isso não será um subterfúgio de V. Ex.ª apenas para usar da palavra?

O Sr. Pereira Lopes (PSD): - Com certeza que não, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem então a palavra, Sr. Deputado, e queira desculpar a insinuação que lancei.

O Sr. Pereira Lopes (PSD): - O Sr. Deputado João Cravinho, ao referir-se ao meu pedido de esclarecimento invocou o seu passado - não sei se o passado familiar, se o passado político.
Se foi o passado familiar, quero dizer-lhe, Sr. Deputado, que do meu, embora sendo humilde e, direi quase, mesmo pobre, também não me envergonho.
Se, pelo contrário, se referiu ao passado político, direi que também do mesmo me não envergonho.
Porém, referiu V. Ex.ª, através da sua imaginação - que me pareceu fértil -, o que seria um parlamento com presidentes de centrais sindicais a dizerem não à diminuição da carga fiscal sobre os rendimentos do trabalho.
Foi imaginação de V. Ex.ª, Sr. Deputado, porquanto, embora não estando aqui na qualidade de presidente de uma central sindical, não me dispo nem enjeito essa responsabilidade.
Não foi isso que eu disse, Sr. Deputado. O que disse e lhe dei a entender foi que a prioridade das minhas preocupações e das preocupações dos sociais- democratas vai primeiramente para os desempregados, para aqueles que nada ganham e para os quais há necessidade de criar postos de trabalho.

Aplausos do PSD.

O Sr. João Corregedor da Fonseca (MDP/CDE): - Felizmente que a UGT tem um presidente destes! Magnífico presidente!

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Ministro das Finanças.

O Sr. Ministro das Finanças (Miguel Cadilhe): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Quando o Programa do

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