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406 I SÉRIE - NÚMERO 18

ensino superior; na definição de um conjunto de medidas pedagógicas de combate à droga; na definição de uma lei quadro de apoio ao movimento associativo, entre outras tantas iniciativas que, em breve, apresentaremos a esta Assembleia.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Quero terminar a minha intervenção, em nome da Juventude Socialista, desejando a todos um excelente ano de 1992 e deixando claro, perante vós, de que não estaremos nesta Casa para ver passar navios.
Os jovens portugueses podem contar com a Juventude Socialista.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Muito obrigado, Sr. Deputado, pelos votos que formulou.
Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, os Srs. Deputados Luís Nobre e Carlos Coelho.
Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Nobre.

O Sr. Luís Nobre (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado António José Seguro: Quero, em nome da JSD, felicitar a organização a que preside pela realização do seu último congresso. Desejo, desta forma, e deseja a JSD, que, após o vosso último congresso, saibam, de forma reforçada, fazer que os jovens participem mais e melhor na vida política.

O Sr. Carlos Coelho (PSD): - Muito bem!

O Orador: - No entanto, a sua intervenção levantou-me algumas questões, que gostaria de ver esclarecidas. A primeira diz respeito aos estabelecimentos de ensino superior privado, pois fiquei sem perceber se o Sr. Deputado prefere que haja apenas ensino superior público, se tem alguma «pedra no sapato» contra o ensino superior privado.
Não sei se sabe, mas da liberdade de opção entre o ensino superior público e o privado nasce, muitas vezes, a liberdade na formação. Como fui daqueles que foram formados no ensino superior cooperativo privado, tenho muito gosto nisso, e não pense que é levantando qualquer questão sobre a sua qualidade - o que me pareceu transparecer das suas palavras - que se reconhece a capacidade daqueles que aí foram formados, porque essa demonstra-se no mercado de trabalho.
Na sua intervenção, não percebi também algumas expressões que salientou quanto aos novos vínculos laborais. Pergunto-lhe, como jovem, se entende que os novos vínculos laborais são mais favoráveis àqueles que entram, agora, como jovens, no mercado de trabalho ou se prefere, pelo contrário, contra a mobilidade profissional de cada um de nós, que os vínculos de trabalho sejam estáveis, quase, por vezes, mais difíceis de romper do que um casamento.
No entanto, não posso deixar de salientar a adesão da Juventude Socialista à ideia do fim do serviço militar obrigatório, ideia muito querida à JSD, ao longo dos anos. Agrada-nos sempre saber que alguém, embora tarde, tenha vindo juntar-se a nós nesse caminho. Desde 1979 que preconizamos a desconstitucionalização do serviço militar obrigatório para que a sua obrigatoriedade seja alterada por lei ordinária.
Termino o meu pedido de esclarecimento com uma pequena questão. Começou a sua intervenção dizendo que, agora, não há política de juventude e, portanto, gostaria de perguntar-lhe se, antes, quando o PSD não estava no governo, havia essa política de juventude.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado António José Seguro, deseja responder agora ou no final?

O Sr. António José Seguro (PS): - No final, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Coelho.

O Sr. Carlos Coelho (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado António José Seguro: Quero também, em meu nome pessoal e em nome da minha bancada, felicitar a JS pelo congresso e felicitá-lo a si, pessoalmente, pela eleição para secretário-geral da organização.
Não foi uma eleição renhida - dizem que as eleições renhidas são aquelas a que damos mais valor -, mas foi uma eleição indiscutível e que o coloca à frente da organização de juventude do segundo maior partido português.
O Sr. Deputado António José Seguro trouxe-nos aqui as conclusões do congresso e usou duas políticas para poder rivalizar com a JSD - de certa forma, o Sr. Deputado Luís Nobre já deu resposta a isso -, embora não deva deixar de sublinhar que o fez utilizando o próprio discurso da JSD (recordo-me de acções, políticas e soluções que foram apresentadas pela JSD contra a escola-fábrica, contra a escola-supermercado e dizendo «a escola é uma chatice») e fiquei muito agradado pela circunstância de a JS importar este discurso de tal forma que, pela voz do seu mais alto responsável, hoje o projectou aqui na Assembleia da República.
Não me atreveria a sugerir que a JS aprendeu alguma coisa com a JSD, mas não creio que esta convergência de discursos não deva ser assinalada positivamente, porque todos temos a consciência de que há muito a fazer e, sobre esse ponto de vista, estamos, com certeza, todos de acordo. Se calhar a nossa diferença está no reconhecimento daquilo que de bom já foi feito e nisso o Sr. Deputado António José Seguro foi mais parco, naturalmente.
Aliás, no início da sua intervenção disse com muita humildade - uma humildade democrática que gostaríamos de sublinhar - qualquer coisa como isto, se a memória me não trai: «Todos contribuímos para que a política se jogasse baixo».
Julgámos, nesta altura, que iríamos assistir a uma intervenção com alguns laivos de humildade e que o Sr. Deputado António José Seguro explicaria, pelo menos da parte do Partido Socialista, qual foi a sua quota-parte de responsabilidades para que, nas suas palavras, a política se jogasse tão baixo. Mas esta humildade ficou-se pela tirada de retórica porque, depois, assistiu-se só ao ataque à JSD, o ataque ao PSD.
O Sr. Deputado António José Seguro falou na educação, na habitação, no emprego, no trabalho infantil e na questão de Timor Leste, mas o tempo disponível não chega para debatermos todas estas questões.
Durante esta legislatura iremos não só debater todas as questões que levantou mas também as propostas - algumas delas, sim, bastante interessantes - que teve ocasião de sublinhar na parte final do seu discurso e que julgo que não deixarão de ter a nossa resposta consequente no

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