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2370 I SÉRIE-NÚMERO 75

sidente da Assembleia da Assembleia da república como nos vários Srs. Deputados em relação à morte de Francisco Sousa Tavares - um homem que escreveu das páginas mais vivas e sagazes que me foi dado ler na imprensa.
Não foi pessoa com quem tenha convivido assiduamente mas distinguiu-se por certo pelo convívio desprevenido, a entrega generosa, o pensamento diuturno e autónomo. No meu entender, deixa um dos vazios mais cavos na imprensa e na política em Portugal.. Foi um espírito problemático e problematizante e não esqueço um frase extraída de uma introdução à filosofia (cito-a de cor): «A falta de problemas é a enfermidade de que padecem todos os espíritos pequenos.»

Aplausos gerais.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Freitas do Amaral.

O Sr. Freitas do Amaral (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Apenas duas breves palavras para me associar, do fundo do coração, à evocação e à saudação que esta Câmara presta neste momento ao Dr. Francisco Sousa Tavares e à sua memória de grande escritor doutrinador, democrata e defensor da liberdade. Recordo o grande impacte que teve na minha formação o seu extraordinário livro Combate Desigual. Só vim a encontrar-me pessoalmente com ele durante os tempos da Aliança Democrática, ao lado do Dr. Sá Carneiro, e desde então, ficámos amigos. Aprendi, muito com ele, sobretudo quando me criticou. Ia depor a seu favor no processo que estava neste momento pendente contra ele e ia fazê-lo para afirmar que em minha opinião, o Dr. Sousa Tavares, não cometeu nenhum crime. Apenas exerceu um direito: a liberdade, que ele tanto ajudou a reconquistar para o nosso país.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Aqui fica o testemunho da minha admiração e do meu respeito. Para todos nós, morreu um grande democrata. Para mim, morreu também, além disso um grande amigo.

Aplausos gerais.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Nogueira de Brito.

O Sr. Nogueira de Brito (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Morreu Francisco Sousa Tavares, um homem digno, um homem inteiro um grande democrata, um grande português
O CDS associa-se à homenagem póstuma que a Assembleia da República hoje lhe está a prestar e aproveito a oportunidade de ter tido o encargo de transmitir essa solidariedade para lembrara, com saudade, tempos da minha juventude e de estudante em que Sousa Tavares, anuía generosamente ao convite de jovens monárquicos de Coimbra para com eles meditar em conjunto e lhes prodigalizar o seu ensino, com a clareza, a frontalidade e a inteligência com que apreciava as ideias e as formas de intervenção política e com que aconselhava sobre as atitudes pessoais, sempre no respeito pela dignidade fundamental de cada um, com uma grande coerência e liberdade de pessoal! Paz à sua alma.

Aplausos gerais.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, vamos então proceder à votação do voto n.º 82/VI.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

Srs. Deputados, peço à Câmara que aguarde um minuto de silêncio em homenagem a Francisco Sousa Tavares.

A Câmara guardou de pé, um minuto de silêncio.

Srs. Deputados, lembro à Câmara que temos hoje entre nós um campeão olímpico e Deputado à Assembleia Nacional da república de Cuba que se encontra na bancada própria dos embaixadores, bem como uma série de crianças e jovens vindos de várias das nossas escolas de que o Sr. Secretário nos vai dar conta.

O Sr. Secretário (Lemos Damião): - Encontram-se presentes nas galerias a assistir a esta sessão o Sr. Deputado à Assembleia Nacional do Poder Popular de Cuba, Alberto Juantarena: um grupo de pessoas do Projecto «Raízes» de Almada; alunos da Cercizimbra, de Sesimbra; alunos da Escola Secundária n.º 2 do Montijo; alunos da Escola C+S do Poeta Manuel da Silva Gaio de Coimbra; um grupo
De pessoas da Citeforma, de Lisboa; um grupo de pessoas do Centro de Emprego da Figueira da Foz; alunos da Escola Primária de Galegos, da Póvoa do Lsnhoso. A todos prestamos a nossa homenagem.

Aplausos gerais.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, a ordem do dia de hoje, como sabem, tem por objecto a apreciação n. 9/VI - Debate de polícia geral centrado sobre a situação económica e social e as consequências da recessão para o futuro do País, apresentada pelo PS.
Assim sendo, nos termos regimentais, vou dar a palavra ao Presidente do Grupo Parlamentar do PS, Sr. Deputado António Guterres, para abrir o debate.

O Sr. António Guterres (PS): - Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: A interpelação realizada pelo Grupo Parlamentar do PS, em 30 de Outubro de 1992 foi para a política económica deste Governo a «crónica de uma morte anunciada». Na altura o PS apresentou um diagnóstico rigoroso da crise e propôs uma política responsável e coerente de combate à recessão prevista. O Governo rejeitou, então, o diagnóstico e as propostas. Só depois o próprio mercado o obrigou, sempre contra vontade e a reboque das circunstâncias, a adoptar parte delas ainda que tarde mal e insuficientemente. A interpelação de hoje é assim o requiem para uma política defunta.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Uma política económica morre quando todos deixam de acreditar nela; quando cidadãos, empresas e parceiros sociais passam a agir como se ela não existisse. A confiança é a base em que assenta o funcionamento das economias e a estabilidade dos mercados e o drama da política económica deste Governo é que já ninguém confia nela, nem os mais destacados economicistas do seu próprio partido.

Vozes do PS: - Muito bem!

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