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2242 I SÉRIE - NÚMERO 68

neste momento dizerem o que se nela se tem passado ao vosso imprudente colega, que veio aqui dizer coisas sem nunca ter tido uma participação efectiva na vida deste Parlamento e na dita comissão. O Sr. Deputado veio aqui dizer coisas que não sabe e ressarcir-se dos seus insucessos eleitorais, procurando agradar, mas no mau caminho.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Faça V. Ex.ª o favor de perguntar aos seus colegas se é ou não verdade termos sido nós que chamámos a atenção, no seio da Comissão de Economia, Finanças e Plano, para que era preciso quebrar a tendência para uma dicotomia entre as empresas do futuro, de alta tecnologia, e as indústrias tradicionais, que precisam também elas, concretamente as do sector têxtil, de ser melhoradas, com apoios, a fim de virem a actualizar-se no plano tecnológico. O Governo soube ouvir - honra lhe seja feita - e o PSD soube dizê-lo - honra lhe seja feita -, mas o PS teve o mérito de ter sido o primeiro a afirmá-lo.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Faça V. Ex.ª o favor de não confundir situações, porque o próprio Ministro dos Negócios Estrangeiros disse nesta Câmara, acerca do apoio comunitário que V. Ex.ª neste momento pôs em bicos de pés, e que foi honra do Governo, foi negociado pela entidade comunitária. Nós, portugueses, fizémos o que pudemos. Disse o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros ter sido à última hora que encontrou soluções. Referi na ocasião, com alguma ironia, que foi pena não ter tido um pouco mais de tempo, porque então teria encontrado melhor. Seja como for, terá feito o que pôde.
Vem V. Ex.ª dizer que o Partido Socialista obstaculizou uma solução, o que é falso. O que o Partido Socialista procurou fazer foi que essas medidas fossem integradas numa política industrial global. Isso é pensar e fazer. Se VV. Ex.ªs fazem sem pensar, então essa coerência é lastimável.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Correia Afonso): - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Pinto.

O Sr. Carlos Pinto (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Interpelante, quero desde logo anotar duas coisas sobre o pedido de esclarecimento que acabou de ser formulado pelo Sr. Deputado: o nervosismo com que fez a sua série de perguntas...

O Sr. Joaquim da Silva Pinto (PS): - Foi a indignação!

O Orador: - ... e a incoerência.
Devo afirmar-lhe a incapacidade de eu receber lições, nesta Câmara, de quem quer que seja sobre democraticidade, sobre a razão por que estou aqui e sobre outras coisas de que poderíamos falar a respeito da adesão aos princípios democráticos de exercício do poder.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Estamos esclarecidos em relação a essa matéria.
Quanto à incoerência, é evidente que ela ressalta nesta circunstância e neste momento, porque o que agora aconteceu vem em contrário do que sempre foi a atitude do Partido Socialista, pelo menos nesta Câmara, e do que foi o empenho anterior no âmbito deste sector, concretamente- se quiser ouvir esta especificação - no âmbito do RETEX. É justamente essa incoerência que quis aqui sublinhar.
O que nos pode levar a perceber essa atitude é que em determinadas circunstâncias, no Parlamento Europeu, o Partido Socialista faz o frete - passo a expressão - ao Grupo Socialista do Parlamento Europeu. É que, Sr. Deputado, esta negociação é uma negociação diferenciada de todas as outras. Só Portugal conseguiu, no âmbito do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, um apoio suplementar de 80 milhões de contos, a que acrescem mais 90 milhões de uma linha de crédito bonificada.
Compreende-se que a pressão dos outros Deputados socialistas no Parlamento Europeu - e até o próprio Partido Comunista percebeu isto, pois votou com os sociais-democratas - tivesse criado alguns engulhes aos socialistas portugueses no Parlamento Europeu.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Por isso, quero aqui trazer esta nota de incoerência, de incapacidade de perceber que os interesses nacionais estão permanentemente em jogo naquele fórum e, portanto, discursos como aquele que ontem aqui foi trazido sobre esta matéria, de adesão e de quase exclusão das outras famílias políticas, têm o peso que tem.
Pode o Sr. Deputado trazer aqui os testemunhos de membros do Governo que quiser, mas o que todos sublinham nesta altura é que se não fosse por acção dos sociais-democratas e - repito- do Partido Comunista Português no Parlamento Europeu, Portugal não poderia colocar ao dispor da indústria nacional, em 1994, cerca de 200 milhões de contos, que certamente vão promover o desenvolvimento empresarial e a manutenção de postos de trabalho.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Correia Afonso): - Srs. Deputados, estão ou estiveram a assistir aos nossos trabalhos um grupo de 55 alunos da Escola Secundária do Laranjeira; um grupo de 37 alunos do Colégio do Sagrado Coração de Maria, de Lisboa; um grupo de 35 alunos da Escola Secundária Camilo Castelo Branco, de Linda-a-Velha e um grupo de 46 alunos da Escola Secundária de Sátão.

Aplausos gerais.

O Sr. Presidente (Correia Afonso): - Para defesa da honra e da consideração, tem a palavra o Sr. Deputado Joaquim da Silva Pinto.

O Sr. Joaquim da Silva Pinto (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Muito obrigado pela atenção que me vão dedicar, assim o espero, para num minuto de uma breve intervenção fazer a defesa não só da consideração mas da honra.
Sr. Deputado Carlos Pinto, esta é a minha resposta às entrelinhas da intervenção de V. Ex.ª. Nunca no meu curriculum poderá ser apontado menor empenho no dese-

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