O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

28 DE OUTUBRO DE 1994 149

É por isso que o destinatário real das palavras do Sr. Deputado Pacheco Pereira não é, verdadeira e especialmente, o CDS-PP. A substância da sua mensagem vai direitinha para o interior do PPD-PSD. Que o PPD-PSD tenha sabido ouvi-la.

Aplausos do PS.

0 Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Narana Coissoró.

0 Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): - Sr. Presidente, não sei se a figura regimental que vou utilizar é um pedido de esclarecimento. A prosa que acabo de ouvir foi tão prolixa e inaudível, provavelmente em virtude de qualquer problema no som da Assembleia, que não percebi rigorosamente nada. Só ouvi falar em "Monteiro", "Deputados do CDS", "Pacheco Pereira", "artigo", etc.
Se o orador abordou qualquer coisa relacionada com a intervenção que o Sr. Deputado Pacheco Pereira fez durante o debate da moção de censura ao Governo, apresentada pelo CDS-PP e cujos excertos são hoje publicados no jornal "Diário de Notícias", quero informá-lo que a resposta será também dada nos órgãos de comunicação social. Efectivamente, como disse durante o debate, tal intervenção foi um exercício para a comunicação social, para artigos de opinião, e a resposta será dada também na comunicação social. Aquilo que V. Ex.ª disse - ou que me pareceu que V. Ex.ª disse - também foi objecto de um artigo no vespertino "A Capital", exactamente nos mesmos termos, ou seja, dizendo que a intervenção do Deputado Pacheco Pereira era mais para dentro do partido, para ser ouvida pelo Professor Cavaco Silva, do que pelo CDS-PP, e, portanto, a sua intervenção não trouxe qualquer novidade a não ser ao PSD. Foi por isso que perguntei à Mesa qual era o nome do orador, para ver coincidia com o do articulista de "A Capital".
Sr. Deputado, se está a levantar a luva, em nome dos Deputados do CDS-PP, contra o Dr. Manuel Monteiro, nós dispensamos esses favores, já que sabemos tratar dos nossos problemas dentro da família e responderemos ao Dr. Pacheco Pereira quando e onde escolhermos o terreno para o fazer.
Muito obrigado pelo favor que pretendeu prestar-nos, mas dispensamos esta generosidade.

0 Sr. Presidente: - Pare responder, se assim o desejar, tem a palavra o Sr. Deputado Gustavo Pimenta.

0 Sr. Gustavo Pimenta (PS): - Sr. Deputado Narana Coissoró, como é evidente sei que - e assumo-o - quando a mensagem não chega ao destinatário em princípio o vício está sempre no emitente, e eu assumo perfeitamente que não me tenha feito compreender pelo Sr. Deputado. Aliás, isso não era, para o caso, relevante, visto que se o Sr. Deputado entende que a forma como o seu grupo parlamentar reage ao comportamento do seu líder é a adequada, esse problema é do CDS-PP.
Porém, enquanto o Sr. Deputado pertencer a esta Assembleia e enquanto o comportamento do presidente do seu partido, com alguma sistematização, for o de atacar os políticos em geral e em particular os Deputados, não poderei deixar de manifestar o meu espanto pelo comportamento que, nessa matéria, os Srs. Deputados do CDS-PP têm tido. Foi só isso o que quis dizer.
Quanto à circunstância de a minha intervenção poder ser - e pelos vistos é - coincidente com alguns artigos publicados na comunicação social, devo dizer ao Sr. Deputado que leio muitos jornais - por acaso não leio "A Capital" - e que isso apenas significa que não estou só naquilo que penso. Ao contrário do que o Sr. Deputado possa pensar, isso reconforta-me.

Vozes do PS: - Muito bem!

0 Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Falcão.

A Sr.ª Helena Falcão (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Embora o assunto que me traz a esta tribuna verse uma matéria com forte pendor em saúde, não será apenas nesse âmbito que centrarei o objecto da minha intervenção ao propor-me falar de termalismo.
Pretendo antes, numa perspectiva mais abrangente, enquadrar este tema no contexto da política de desenvolvimento económico e social do País
0 tempo, em si intemporal, reserva à história da humanidade um ínfimo espaço, cuja dimensão não excede a indelével marca de um pequeno ponto.
Porém o Homem, reduzido à escala finita e na incessante busca de conhecer-se, carece de um perfil, onde inscreve um passado e um presente, procurando delinear o futuro num esboço que será tão fiel e aproximado da linha real, por definir, quanto maior for o rigor de análise e a riqueza de elementos colhidos no traçado já existente.
Usando a terminologia médica, direi que só será possível avaliar com critério o prognóstico de uma situação e instituir a terapêutica adequada na posse de um diagnóstico correcto, assente por sua vez, numa história e numa observação clínica precisas.
Partindo deste conceito - e apesar da escassez de minutos de que disponho -, não resisto a uma breve referência histórica, relançando alguns dados do passado e da actualidade, que sirvam de introdução à temática que pretendo abordar.
Desde os tempos mais remotos que o Homem reconhece na água, como elemento precioso e indispensável à vida, inúmeras propriedades e múltiplas aplicações.
Em certas épocas, esse reconhecimento foi levado ao exagero, prestando-se um verdadeiro culto a águas que, segundo a crença, eram panaceia para todos os males ou poderiam conferir dotes sobrenaturais de eterna juventude e beleza a quem as bebesse ou nelas se banhasse.
Não seria por mera casualidade que os templos médicos da Antiga Grécia residiam junto a nascentes de água medicinal.
Hipócrates, ao considerar a doença como um distúrbio dos humores do corpo, enfatizou a influência do meio ambiente, dos hábitos alimentares e do repouso físico e psíquico, constatando os efeitos benéficos da água, tanto em aplicação local como geral.
Esta teoria terá contribuído, decisivamente, para o abandono de lendas e de crenças, surgindo então, na base da medicação hídrica, o conhecimento empírico.
Segundo Plínio, a crenoterapia alicerçada neste conhecimento terá sido, para os romanos, a terapêutica mais importante.
Dessa civilização trazida até nós, ainda hoje podemos testemunhar no País vestígios e ruínas do que terão sido esplendorosas instalações de grandes cidades termais.
Chaves, com as famosas Aquae Flaviae e Vizela, dedicada ao deus Bormanicus, são paradigmas do que acabo de referir.
Modernamente, a credibilidade da hidroterapia assenta, sobretudo, no conhecimento científico, mercê de um estu-

Páginas Relacionadas
Página 0150:
150 I SÉRIE - NÚMERO 5 do aprofundado das características físico-químicas e minerais das á
Pág.Página 150
Página 0151:
28 DE OUTUBRO DE 1994 151 gem a um índice de absentismo ao trabalho altamente preocupante e
Pág.Página 151