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632 I SÉRIE - NÚMERO 17

Mas, em vez dos 241,1 milhões de passageiros, a CP transportou apenas 208,6 milhões, ou seja, menos do que em 1988.
No que diz respeito às mercadorias, e quanto ao mesmo período, o Plano previa um crescimento médio de 10,2 %, passando de 7,2 milhões de toneladas, em 1988, para 11 milhões toneladas, em 1993. O valor ficou por 7,9 milhões de toneladas.
Vejamos também o prometido e a situação actual quanto aos tempos de percurso entre as principais cidades.
O Plano previa, para este ano, que o percurso em comboio rápido entre Lisboa e Porto fosse de 2 horas e 30 minutos. Na realidade, é de 3 horas e, mesmo assim, com inúmeros atrasos.
A ligação Lisboa-Braga era contemplada no Plano com uma duração de 3 horas e 30, em 1994, mas continua a fazer-se em cerca de 5 horas e também com atrasos.
Para se ir de Lisboa à Guarda estava previsto, para este ano, um tempo de percurso não superior a 4 horas e 10 minutos, mas continua a durar cerca de 5 horas e 30 minutos.
O percurso Lisboa-Faro devia fazer-se, este ano, segundo o Plano aprovado em Conselho de Ministros, em 3 horas, mas continuam a gastar-se 4 horas e 40 minutos.
Se a esta já preocupante situação se juntar que o Governo, nos últimos oito anos, encerrou cerca de 1000 Km de linha férrea e 300 estações, distribuídas por todo o território nacional mas com particular incidência nas regiões interiores, como Trás-os-Montes, Alentejo e Beira Interior, promovendo ainda mais o isolamento e a sua desertificação, eliminou mais de 5000 postos de trabalho na CP desde 1988, desmembrou a empresa em 14 novas empresas, e que o défice acumulado atinge cerca de 270 milhões de contos, claramente se conclui que esta política não serve os interesses dos trabalhadores e do País e as necessidades de deslocação das populações, componente importante na sua qualidade de vida.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados' É evidente que os portugueses e, em particular, os cidadãos das Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto e do interior não serão os directamente beneficiados com a opção praticamente exclusiva pela rede de grandes estradas.
No âmbito nacional, o agravamento da dependência da viatura particular, com o incremento do transporte rodoviário de mercadorias, levará decerto a uma maior despesa, a prazo, no esforço de conservação e manutenção das estradas, feita à custa das finanças públicas, ou seja, dos bolsos dos portugueses. Falta, pois, uma opção equilibrada entre a construção e modernização da rede de estradas, que, naturalmente, é necessária, e o desenvolvimento de outros sistemas de transporte de massas, designadamente o ferroviário.
Fazer o que pode ser inaugurado, com muita propaganda, para que «encha o olho» é o lema do Governo.
É a gestão do ciclo eleitoral contra o interesse nacional e das populações.

Aplausos do PCP e do Deputado independente João Corregedor da Fonseca

O Sr Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado João Matos.

O Sr. João Matos (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado José Manuel Maia, de facto, não consigo entender, por muito que tente, as explicações que normalmente o PCP dá sobre determinados assuntos. Um deles é o que o Sr Deputado trouxe hoje a esta Assembleia relacionado com a falta de prioridade do Governo em relação aos transportes e, particularmente, ao transporte ferroviário.
O Sr. Deputado andou, durante este tempo, distraído. Penso, inclusive, que não teve oportunidade de ler o relatório que a Comissão fez sobre esta matéria. Quero apenas referir-lhe alguns números.

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): - Está lá tudo!

O Orador: - Os números são estes, o investimento na CP, para o ano de 1995, e de 45 milhões de contos e o investimento nos Nós Ferroviários de Lisboa e Porto é superior a 30 milhões de contos. Ora, isto equivale a um investimento de 75 milhões de contos na área do transporte ferroviário, o que significa que se vai realizar esse conjunto de infra-estruturas que o Sr. Deputado disse não ser uma prioridade, a começar por aquela tão cara ao Partido Comunista Português, mas não menos cara ao PSD a linha de Sintra
Sr. Deputado, vai ser feito: a remodelação da estação do Rossio, concluída em 1995; a quadruplicação da linha entre o apeadeiro da Cruz da Pedra e a estação de Benfica; a remodelação da estação de Benfica; a segunda fase da remodelação da estação da Amadora,...

O Sr. Joel Hasse Ferreira (PS)- - Estamos banzados!

O Orador: - ... a construção da nova estação de Queluz/Massamá; na linha de Cascais, a construção da subestação de São Pedro do Estoril: na linha de Sintra- e não vou referir obras que estão em curso e não vão ser concluídas, porque, como sabe, é impossível, a nível de transporte ferroviários, concluir, num ano. um conjunto de obras impossíveis de concretizar -, a sinalização da linha, a construção do apeadeiro da Reboleira, a construção da estação de Melecas/Mira Sintra e a remodelação da estação das Mercês.
Sr. Deputado, estas são algumas obras que vão ser feitas, nomeadamente na linha de Sintra. Não vou especificar mais obras, porque, de facto, são muitas, por todo o País, e o Sr. Deputado tem conhecimento delas, pois constam do relatório da Comissão.
Quanto às acessibilidades, sabe perfeitamente - e já tivemos oportunidade de fazer vários debates, não só no Plenário como na Comissão, sobre esta questão - que só na Área Metropolitana de Lisboa vão ser investidos mais de 1000 milhões de contos e que essa tem sido uma prioridade, que vai ser concretizada até ao final do século.
Não vou lembrar as obras, porque os portugueses já as conhecem, mas vou pedir-lhe que, de uma vez por todas, desenterre esse fantasma e essa perseguição que, entretanto, resolveu ter em relação às questões dos transportes e das acessibilidades, porque só lhe fica mal, Sr. Deputado.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para responder, se assim o desejar, tem a palavra o Sr. Deputado José Manuel Maia.

O Sr. José Manuel Maia (PCP): - Sr. Presidente, Sr. Deputado João Matos, vou ser muito rápido.
Permito-me chamar a sua atenção para, por exemplo, o dia 2 de Julho de 1990 e as afirmações do Sr. Ministro na tomada de posse do Conselho de Gerência da CP. Vou apenas citar uma frase: «A opção ferroviária ficará numa

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