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1802 I SÉRIE - NÚMERO 54

vestimento sem ter feito a análise económica das alternativas?
Por outro lado, também gostaria de lhe perguntar se a opção de dar prioridade a essa linha foi comparada com a extensão a Odivelas, que estava anteriormente prevista e que foi não só protelada mas atirada para as calendas gregas pelo seu Ministério, uma vez que foi retirada dos objectivos do metropolitano, mesmo a longo prazo.
De acordo com os estudos de que dispõe sobre o prolongamento a Odivelas, gostava que o Sr. Ministro me dissesse se os custos não eram inferiores e, sobretudo, se o número de passageiros não era dezenas de vezes superior, ou seja, com essa opção o Ministério iria servir muito mais pessoas.
Tudo isto, porque, como aqui disse, esta obra vai ser paga por todos nós e não pelos terrenos que vão ser valorizados.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): - Sr. Presidente, Sr. Ministro, voltamos novamente à carga: cerca de 500 toneladas de resíduos perigosos provenientes da área da Expo 98 foram instaladas numa pedreira perto de Fátima, local esse onde a capacidade de filtragem do solo é praticamente nula, havendo uma afectação clara e directa dos lençóis friáticos. Como é que as coisas podem funcionar assim na Expo 98, Sr. Ministro?
E porque por parte do Ministério do Ambiente e Recursos Naturais ficou claro que outra coisa não se fará senão esperar por um sistema de tratamento, pergunto: o que fará V. Ex.ª relativamente a esta questão, que me parece efectivamente grave?

O Sr. Presidente: - Para responder, se assim o desejar, tem a palavra o Sr. Ministro das Obras, Públicas, Transportes e Comunicações, que para o efeito dispõe de 10 minutos.

O Sr. Ministro da Obras Públicas, Transportes e Comunicações: - Sr. Presidente, Sr. Deputado José Vera Jardim, quando V. Ex.ª terminou há pouco a sua pergunta ouvi os Deputados da sua bancada dizerem «muito bem». Mas, provavelmente, depois desta minha resposta são capazes de dizer «muito mal»...
Insinuando a sua posição, a pergunta que o Sr. Deputado me fez tem sido insistentemente contrariada pela sua bancada e por várias bancadas e por mim próprio.
Sr. Deputado, qual é a viabilidade do metropolitano? Se nós fizéssemos o metropolitano pelo critério da viabilidade não tínhamos metropolitano em Lisboa, porque nenhuma linha, em qualquer circunstância, é viável. Devo dizer que é por causa disso que é o Estado a fazer. É porque, naturalmente, se fosse viável seria fácil fazê-lo privadamente ou através da Câmara. Mas o Estado faz.
Portanto, o único critério de viabilidade para o metropolitano, que é um critério de viabilidade social - e é nisso que se baseia toda a opção -, é o do volume de tráfego. Quantas pessoas precisam do metropolitano? Foi esse estudo que foi feito e foi isso, naturalmente, que levou a seleccionar esta linha há já bastante tempo.
Devo dizer que em 1990 foi seleccionada esta linha, que vai de Campolide a Moscavide e a razão por que foi estendida para essa zona nada teve a ver com a Expo 98, que não estava ainda no horizonte, mas, sim, com o facto de Moscavide ser uma zona que bem precisa de metropolitano. Portanto, foi isso que justificou essa linha.
Como já referi há pouco, essa será, das quatro linhas que estão previstas e que fazem parte da extensão da rede, provavelmente a linha de metropolitano de maior tráfego. Portanto, a viabilidade do metropolitano, segundo o meu critério e naturalmente o seu e o da sua bancada, está assegurada nestes termos, isto é, o tráfego justifica que se faça o metropolitano ou, antes, essa população não pode passar sem metropolitano E agora, paciência, temos de o pagar. É esta a visão que temos de ter - aliás, se tivermos outra não há metropolitano.
A única coisa que se fez quando se decidiu da Expo 98 foi isto: já que o metropolitano passa pela zona da Expo 98 então vamos negociar uma antecipação de um troço suficiente para ligar essa zona à restante rede, que é precisamente o troço Alameda/Expo 98. Assim, há uma antecipação, que nós calculamos em cerca de dois anos. Foi negociado com a própria Direcção da Expo 98 o seu custo, chegou-se à conclusão de um número, com critérios bastante difíceis - aliás, é sempre difícil negociar o custo de uma antecipação -, e foi esse custo de antecipação que foi debitado à própria Expo. Em termos de metropolitano, o que posso dizer é que à Expo não custou nada mais do que já lhe iria custar porque a linha já estava programada. Creio que nada há de mais claro e que isto afasta qualquer dúvida.
O Sr. Deputado fala em números, mas os números dos juristas são sempre os mais importantes de todos. O que lhe devo dizer é que o investimento nesta linha de metropolitano - qualquer uma é caríssima - custará qualquer coisa como 55 milhões de contos, segundo o que está previsto e orçamentado. Já estão assegurados os meios de financiamento e, repito, a linha não se faz por causa da Expo mas, sim, para ligar Moscavide a Campolide, que foi sempre a ideia inicial.
Quanto à Gare do Oriente será uma estação intermodal com outra dimensão, com outra capacidade e outras características, pelo facto de haver a Expo 98, mas porque é do interesse da CP, do Metropolitano e também da própria Expo que seja feita, uma vez que não fazia sentido construir-se um pequeno apeadeiro quando vamos ter ali uma cidade 300 000 pessoas. Isso não fazia sentido algum! Faz-se essa gare com a participação da Expo 98 para lhe dar uma natureza arquitectónica que a valorizaria. O custo que está previsto para essa gare, partilhado por estas três entidades, é de cerca de 11 milhões de contos, que é o custo normal de uma gare para uma cidade daquela dimensão.
Portanto, o que se poderia dizer se não fizéssemos a gare era que o que estávamos a fazer era um absurdo, porque estávamos a fazer gares para servir pessoas e tínhamos as pessoas e não a gare. Parece-me, pois, que não e legítimo dizer que isto é um custo da Expo 98. É, sim, um custo do desenvolvimento da cidade - aliás, como sabe, estão previstas outras gares, como é o caso da do Rego e, naturalmente, ninguém vai imputar esse custo ao bairro das Avenidas Novas, porque isso é uma necessidade das pessoas.
Sr. Deputado Crisóstomo Teixeira, V. Ex.ª falou da extensão do metropolitano e perguntou porquê. Esse debate sobre as redes do metropolitano foi um debate longo, que demorou, desde os primeiros estudos, cerca

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