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31 DE MARÇO DE 1995 1953

Aplausos do PS.

Protestos do PSD.

As pessoas não compreendem, e eu também não, como pode a produção industrial, ter caído, em Portugal, durante quatro anos seguidos. Com efeito, nos anos de 1991, 1992, 1993 e 1994 verificou-se uma descida contínua. Foi, a mais prolongada quebra da nossa história e caso único on to a União Europeia. No ano passado, todas as outras indústrias cresceram, só a portuguesa diminuiu. Tudo isto, apesar dos PEDIP. Que seria sem eles?
As pessoas estão fartas das promessas não cumpridas e eu também estou.
Prometeram-nos que, em Portugal, a crise começaria mais tarde e nos seus fundamentos começou mais cedo. Não cumpriram!
Prometeram-nos que, entre nós, a recessão seria mais branda. Não cumpriram!
Prometeram-nos que a retoma no nosso país seria a primeira e a mais forte da Europa. Não cumpriram!

Vozes do PS: - Muito bem!

0 Orador: - E quando se sacrifica a produção da riqueza, criam-se inevitavelmente problemas sociais.
É tudo isto que a velha maioria PSD...

Vozes do PSD: - Velha?!

0 Orador: - ... não quer discutir. Até lá houve quem teorizasse: nada de permitir um clima político "normal", em que os problemas se discutam com serenidade e as propostas alternativas se avaliem pelos seus méritos próprios.
0 PSD precisa de criar um clima de "anormalidade", de alta tensão política, de agressivo confronto institucional, para que os problemas económicos e sociais das pessoas sejam esquecidos.

0 Sr. Pacheco Pereira Coelho (PSD): - Vou explicar-lhe isso!

0 Orador: - Anuncia-se um debate sobre esses problemas. Há que lhes fugir! A debandada é a palavra de ordem para os líderes do PSD, para o antigo e para o actual.

Aplausos do PS.

Um, verdadeiramente, já cá não está. Está em campanha presidencial,
0 outro, verdadeiramente, ainda cá não está.

Risos do PS.

Precisa de mais quatro ou cinco meses para tomar "conhecimento profundo" do País real, para não. correr o risco de "falar sem saber porquê", antes de participar a sério em qualquer debate.

Aplausos do PS.

É caso para perguntar: que andou a fazer no Governo nos últimos 12 anos?
Se não conhece o País real, o que é que esteve a governar?
Com um líder que já não é e outro que ainda não é, a velha maioria PSD foge às suas responsabilidades perante o País.

Aplausos do PS.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: - Não me conformo com este estado de coisas. Quero restabelecer uma relação de confiança entre governantes e governados e criar condições para uma nova esperança no nosso futuro. Não estamos como estamos pela maldição dos deuses, mas pelos erros dos homens e são esses erros que importa corrigir.

Vozes do PS: - Muito bem!

0 Orador: - Sobretudo, na estratégia, porque o maior erro da velha maioria PSD foi um erro estratégico: o de pensar que Portugal poderia ser a reserva de mão-de-obra barata de um mercado europeu fechado.
Erro evidente, quando se desvalorizou o papel da educação, sacrificada, desde 1991, à mesquinhez tecnocrática e à confusão nas políticas de sucessivos ministros, incompetentes e efémeros, com a desorientação e a desmotivação do sistema educativo que hoje conhecemos.

Vozes do PS: - Muito bem!

0 Orador: - Portugal precisa de uma nova estratégia.
Uma estratégia que faça da valorização das pessoas a prioridade absoluta.
Uma estratégia para a organização harmoniosa dos espaços rural e urbano.
Uma estratégia que estabeleça um novo contrato entre o Estado e o mercado e assente em políticas que possam responder equilibradamente ao difícil compromisso entre competitividade, emprego e protecção social.
Uma estratégia capaz de criar a Portugal novas vantagens em comparação com os outros países, vantagens essas baseadas no saber e no saber fazer, na qualificação das pessoas e na qualidade, no aproveitamento integral das nossas capacidades de adaptação rápida e de resposta flexível às necessidades de um mercado cada vez mais aberto e global.
Uma estratégia que terá de construir-se e de aplicar-se no diálogo e na concertação entre a nova maioria e o novo governo, os grupos empresariais e as empresas, os parceiros sociais e a sociedade em geral.

0 Sr. Jorge Paulo Cunha (PSD): - Blá, blá, blá!

0 Orador: - 0 dirigismo corporativo, que conhecemos estes 10 anos, não pode prosseguir.

Vozes do PS: - Muito bem!

0 Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Precisamos de uma nova estratégia, mas também de uma nova sensibilidade. Uma sensibilidade que assente numa cultura humanista de solidariedade. Uma solidariedade entre as pessoas, no combate ao desemprego e à pobreza, entre as gerações, entre as regiões e entre as mulheres e os homens nas oportunidades de intervenção política e na partilha das responsabilidades familiares e profissionais.
Cultura de solidariedade que afaste a da tecnocracia do egoísmo e do "salve-se quem puder".
Sr. Presidente e Srs. Deputados, as políticas sociais são, hoje, geridas de forma essencialmente estatista, centralista e desumanizada...

Protestos do PSD.

Resultados do mesmo Diário
Página 1954:
em matéria penal. Quarto, que o Governo aceite a aplicação do rendimento mínimo garantido às famílias
Pág.Página 1954
Página 1957:
as despesas com a educação em cerca de 1 por cento do PIB e o rendimento mínimo garantido representa 0,3
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Página 1958:
faz de uma política de "Rendimento Mínimo Garantido" quando outros países que fizeram tal experiência
Pág.Página 1958
Página 1983:
mínimo garantido... Vozes do PS: - Caridade?! É um crédito social de todas as pessoas! 0
Pág.Página 1983
Página 1986:
e para se criar um rendimento mínimo garantido a todos os portugueses, e denunciado as consequências graves
Pág.Página 1986
Página 1989:
: - As promessas de criação do rendimento mínimo garantido não merecem qualquer credibilidade. 0 Sr. José
Pág.Página 1989
Página 1992:
, de algo a que chama "o rendimento mínimo garantido"; fala na política de emprego - pasme
Pág.Página 1992
Página 1993:
em prática. 0 Sr. Jaime Gama (PS)- - Agora pode falar do rendimento mínimo garantido! 0 Sr. Ferro
Pág.Página 1993