O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

2234 I SÉRIE - NÚMERO 69

fui eleito presidente do meu grupo parlamentar, desejaria publicamente cumprimentar V. Ex.ª, Sr. Presidente, e todos os grupos parlamentares e seus presidentes, aqui agradecendo, uma vez mais, as felicitações que tiveram a gentileza de me endereçar.
Desejaria ainda, e muito especialmente, proferir uma palavra de grande apreço pelos líderes do meu grupo parlamentar que me antecederam.

Aplausos do PSD.

Trata-se de uma referência ditada por um sentimento muito sincero e por um juízo valorativo, que nenhuma circunstância tem de ofuscar. Vivemos uma época suficientemente fustigada pela inelutabilidade da concorrência e da competição para que possamos permitir-nos o desperdício ou a insensatez da avareza nas relações humanas e da omissão nos imperativos da solidariedade e da justiça, do reconhecimento do mérito e do valor.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente e Srs. Deputados, está prestes a encerrar-se o primeiro capítulo de um novo ciclo da nossa história: um novo ciclo de progresso e modernidade. Esta década que vai findar em Outubro próximo, e que se iniciou com a ascensão do Professor Cavaco Silva à liderança do PSD, marcou o regresso de Portugal ao caminho do progresso e da modernidade.

Aplausos do PSD.

Estamos no início de uma gesta que não exigirá menos esforços, visão e patriotismo que outras tamanhas do passado.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - 10 anos é muito, mas é pouquíssimo perante os atrasos acumulados e a grandeza dos objectivos que nos chamam.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador:- Em 10 anos, Portugal recuperou 10 pontos relativamente à média de nível de vida da União Europeia.
Se não quisermos perder este ritmo ou se tivermos mesmo a ambição de estugar o passo, não nos é permitido cometer erros graves como nação e como povo.
Meio século de trágico imobilismo conduziu-nos a um atraso profundíssimo, só recuperável mediante um esforço nacional gigantesco, perseverante e duradouro, de muita convicção e muita tenacidade.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - A guerra colonial malbaratou as economias e as energias da nação durante longos e pesados anos. Quando os demais Estados europeus, incluindo a vizinha Espanha, não obstante também sob o regime de uma ditadura, já se tinham desembaraçado da questão colonial e iniciado a época moderna do seu desenvolvimento, Portugal estava esgotando os seus escassos recursos e as suas forças, adiando, de forma trágica, o seu próprio ciclo de desenvolvimento e modernização.
Depois, o período revolucionário fez desabar sobre o País não só a desorganização da economia e da administração mas, sobretudo, a vaga avassaladora de uma cultura arcaica, baseada no estatismo para a economia e no parlamentarismo estreme para a política.

Aplausos do PSD.

Lembremo-nos só, Srs. Deputados, do que foi a última revisão do Regimento deste Parlamento feita em Plenário, das coléricas resistências e dos anátemas, ao fim e ao cabo para a adopção de inovações que passaram a pertencer ao património consensual e pacífico do Parlamento.
Isto para dizer, Srs. Deputados, que a organização do poder é sempre o princípio de tudo. Sem um poder capaz de poder não teria sido possível o novo ciclo de desenvolvimento português.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Foi a maioria absoluta que o permitiu, mas foi uma cultura política diferente, nova, uma cultura de poder, de poder democrático, mas de poder que o consubstanciou.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Uma cultura de poder, mas também uma cultura de projecto, uma cultura de modernidade e de futuro.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Hoje, Srs. Deputados, é aceite pacificamente a ideia de líder e de líder com poder próprio. Mas antes tomava-se isso como um sinal de horrendo e negro de anti-democratismo; hoje, todos almejam como melhor o governo de maioria absoluta, mas antes semelhante visão era identificada com uma espécie de regresso apocalíptico à ditadura; hoje, todos reconhecem as virtualidades do mercado, mas antes apenas o Estado era penhor de recta gestão e de desenvolvimento garantido; hoje, todos sabem que sem infra-estruturas de comunicação não era possível rentabilizar o investimento e reduzir os desequilíbrios regionais, mas antes teimava-se em fazer nascer empresas e revitalizar regiões, à custa de decretos administrativos e de subvenções estatais.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Uma década passou, Srs. Deputados, e estamos hoje num país novo Mas não há razão para adormecimentos: a problemas resolvidos sucedem problemas por resolver. Ultrapassados os problemas do subdesenvolvimento, começamos a ter os problemas do desenvolvimento, e há que lhes dar resposta.
Desde logo, de novo e em primeiro lugar, a questão do poder, a questão da sua reconciliação com a sociedade, da sua recredibilização perante os cidadãos e da sua descoberta pelas novas gerações.

O Sr. Vieira de Castro (PSD): - Muito bem!

O Orador: - 20 anos depois do 25 de Abril, não é a realização das infra-estruturas de base que a ditadura adiou e impossibilitou durante meio século, e que a desorientação política subsequente voltou a adiar, que torna suportável o inferno das aglomerações gigantescas.

O Sr. Vieira de Castro (PSD): - Muito bem!

Páginas Relacionadas