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28 DE ABRIL DE 1995 2235

O Orador: - 20 anos depois do «25 de Abril», não é o acesso a uma escolaridade massificada que fará nascer na alma de cada um, mas, sobretudo, no coração das novas gerações a luz da esperança e da confiança.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - O líder do meu partido, Dr. Fernando Nogueira, ao colocar as questões da ética e da transparência, não fez mais do que começar pela questão primeira deste novo capítulo que agora se aproxima.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Se queremos vencer os novos desafios, levantados pela sociedade e pela economia, temos de ser capazes de resolver a questão do poder, do novo poder, e, desde logo, na sua raiz primeira: a da credibilidade.
Se quisermos vencer os desafios deste novo capítulo do ciclo do desenvolvimento português, temos de partir para ele com um espírito refrescado, com uma fé redobrada, com um poder reacreditado, capaz de incutir confiança, suscitar colaborações, despertar iniciativas e reganhar a entusiástica adesão dos portugueses, sobretudo das novas gerações.

Aplausos do PSD.

E, hoje, felizmente, encontram-se a assistir, em grande número, à nossa sessão plenária e que eu daqui, com emoção, não posso deixar de saudar.

Aplausos do PSD.

A convergência agora verificada em tão importante e decisiva questão apenas nos deve a todos regozijar. Espero que a todos nos deva regozijar...
No entanto, é estranho o espanto e até, pelos vistos, a incomodidade que assaltaram alguns, sobretudo se atentarmos em certas reacções desabridas, quase de má consciência.
Uma curiosa vaga de protestos surgiu, com expressões e contornos evidentemente desproporcionados e geradores de uma desfocagem da questão.
Suscitou particular clamor o ponto da exclusividade.
Nem falarei do incidente levantado a pretexto das famigeradas remunerações dos Deputados, que releva - tenho de dizê-lo, Srs. Deputados -, sobretudo, da obstinada teimosia e insistência na política da intriga, como lamentável sucedâneo da política da verdade.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Srs. Deputados, seria bom evitarmos precipitações, juízos distorcidos e, sobretudo, confiarmos na seriedade das pessoas, na sensatez e elevação dos seus propósitos.
Ninguém deseja, bem pelo contrário, que o Parlamento se transforme num hemiciclo de invertebrados servidores de máquinas partidárias trituradoras de personalidades e consciências. Bem pelo contrário!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Entretanto espera-se que, depois de tanto gritar por transparência, não venham alguns concluir que afinal nenhuma questão existe, porque existe:

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Do que se trata agora, Srs. Deputados, é de lhe dar uma resposta: lógica, sensata e clara (e ninguém mais quer outra coisa), compreensível para o País, benéfica para as instituições, mobilizadora para os portugueses.
A respectiva comissão parlamentar vai atacar de imediato a sua delicada missão. E isso dá-me azo a dirigir uma proposta a todos os grupos parlamentares, uma proposta que é também um desafio. Em nome do prestígio do Parlamento, em nome da credibilização das instituições, em nome do bem do País, o que vos proponho, Srs. Deputados, é um pacto parlamentar: eliminemos deste hemiciclo as disputas verbais inúteis e desnecessárias, concentremos os nosso debates e confrontos sobre as questões da governação e administração do País, tratemos consensualmente as questões de regime - como o são as questões da ética e transparência, assim como o são as questões do sistema eleitoral.

Aplausos do PSD.

Um pacto parlamentar que enalteça a convergência, dignifique o consenso e conduza à união entre portugueses, arredando a disputa gratuita e inconsequente que apenas leva à incompreensão, ao afastamento dos cidadãos e ao descrédito e desprestígio das instituições; um pacto parlamentar que, arredando o que há de negativista e desencorajador, decorrente da intriga política ou do verbalismo destrutivo, conduza, antes, a uma maior percepção e visibilidade das nossas diferenças, dos nossos projectos e propostas de governo e de sociedade, desse modo suscitando o interesse e a adesão dos cidadãos.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Só poderá desprezar a nossa proposta, Srs. Deputados, quem não tenha ideias próprias a afirmar e viva por detrás da cortina dissimuladora das falsas questões, das meias verdades e das acusações gratuitas, falsas e, por vezes, até injuriosas.

O Sr. Vieira de Castro (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Neste tempo em que tantos, à esquerda e à direita, depois de terem adorado, até bem recentemente, os bezerros das ideologias, se apressam a proclamar a sua morte, a esbater as diferenças e a acentuar as semelhanças, nós, sociais democratas, nós, PSD, queremos retomar a força das ideias, a energia insubstituível das convicções, o valor mobilizador dos projectos.
Nós, PSD, nós, sociais-democratas, não queremos ser confundidos com ninguém e, muito menos, com o Partido Socialista.

Aplausos do PSD.

Não queremos ser confundidos, nem deixaremos que o Partido Socialista tente confundir-se connosco. Um PS à deriva, tomado pela psicose dos Estados Gerais - entrou em Estados Gerais permanente -, que, com a derrocada da mitologia socialista, ficou sem ideias próprias autênticas, sem bandeiras, vivendo de palavras e não de convicções.

Aplausos do PSD.

Qual é a política industrial alternativa do PS?

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