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2238 I SÉRIE - NÚMERO 69

conduzem, a curto prazo, à generalidade de os políticos ficarem na deplorável situação de dependentes totais dos directórios partidários ou das pequenas tiranias e dos caciques locais», ou, mesmo, quando V. Ex.ª se referia à exclusividade como «implicando que ela devesse ponderar em simultâneo um quadro de compensações e de garantias correspondentes», quando vemos V. Ex.ª, partindo das posições de que partiu, chegar agora à convergência na conveniência de esta temática ser discutida e até parecer sustentar a necessidade de grande celeridade para que o Parlamento conclua, em tempo útil, todos estes trabalhos, a questão que lançamos a V. Ex.ª é esta: quais são as posições que, finalmente, traz o seu grupo parlamentar para este debate?
Esperava até que, na sua intervenção de hoje, sob a forma de declaração política, já viesse munido do pacote legislativo do PSD, fundamentador do diálogo político para a geração de um consenso.

O Sr. Presidente: - Atenção ao tempo, Sr. Deputado.

O Orador: - V. Ex.ª tem uma parte da sua intervenção notavelmente viva, sempre muito convergente para o PS. Aliás, V. Ex.ª é, neste Parlamento e fora dele, um grande especialista do PS!... Não quero ver na acentuação dessa problemática, nem sequer da escolha de V. Ex.ª, uma opção do PSD e do seu grupo parlamentar no sentido de já ter escolhido o líder ideal para a transição, isto é, para a oposição ao PS.
Mas, mesmo assim, no dia de hoje, não queria deixar de, em nome do meu grupo parlamentar, felicitar V. Ex.ª e desejar-lhe que traga ao debate as posições concretas que fundamentem, em matéria de transparência, a posição efectiva do PSD e também um grande êxito na liderança da sua bancada, sobretudo para que o Parlamento português conclua os trabalhos que tem em mãos, antes do final da presente legislatura.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Silva Marques.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Jaime Gama, eu tive momentos de emoção ao ouvi-lo!

Risos do PSD.

De qualquer modo, não poderei deixar de lhe chamar a atenção para o facto de que aquilo que há de verdadeiramente novo na posição do meu partido, introduzido, sobretudo, pela posição do líder do meu partido, Dr. Fernando Nogueira, é ter-se aceite o vosso repto dos prazos. É isso! Porque nós estávamos tão preocupados, se calhar há tanto tempo como o PS, se calhar há mais, não sei, com as questões da transparência, da ética. Estávamos! Ao mesmo tempo, se mo permite, que o PS! A única coisa que fizemos - e foi essa a inovação - foi responder ao vosso repto, porque o PS estava a acusar-nos de termos posições dilatórias, pretextos, ou seja, estavam a acusar-nos de falta de seriedade. E nós respondemos! A verdade é que isso foi útil porque o PS andava «a cantar de galo» e, desde então, «perdeu o pio»!

Aplausos e risos do PSD.

A tal ponto que não me permito ir mais longe, sobretudo porque me sinto obrigado a corresponder à gentileza de V. Ex.ª. Mas, apesar de tudo, não posso deixar de reconhecer a dificuldade com que o PS ocupa agora a maior parte do seu tempo no cerimonial dos cumprimentos!

Risos do PSD.

Contudo, em tempo de árduos trabalhos, mesmo aí, devemos ser um pouco mais secos para que possamos ser mais eficazes.

Risos do PSD.

Mas compreendo os ziguezagues daquilo a que chamei um PS à deriva, que perdeu as suas verdadeiras bandeiras e que, agora, está no estado de Estados Gerais permanente!
De qualquer modo, a delicadeza do Sr. Deputado Jaime Gama foi, para mim, sem dúvida, tocante e eu também não podia deixar de lhe responder com a mesma gentileza e, evidentemente, a minha ingratidão não vai ao ponto de lhe desejar uma longa continuidade nas suas funções! Porque... nunca se sabe!

Aplausos e risos do PSD

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Narana Coissoró.

O Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): - Sr Presidente, Sr. Deputado Silva Marques, já em tempo oportuno, tive o prazer de o felicitar, bem como aos seus colegas da nova direcção. Como já aqui foi reiterado esse cumprimento, vou passar à parte substantiva.
Não há dúvida de que a função faz o homem. Quando o ouvi hoje da tribuna, sem aquelas invectivas «Srs. Deputados socialistas, Srs Deputados centristas, Srs. Deputados comunistas», tratar toda a gente com brandura de «Srs. Deputados», pensei: «Lá está o Silva Marques, Presidente do grupo parlamentar' Vamos lá ver se continua assim!» Isto porque o primeiro discurso pode ser assim e depois «fugir-lhe o pé», ou a boca, para o Silva Marques Deputado truculento que sempre conhecemos, e sempre interveniente em grandes questões!
E as grandes questões que queria colocar-lhe são as seguintes: V. Ex.ª falou, e bem, sobre as tiranias, sobre os directórios partidários, sobre o jugo dos partidos; V. Ex.ª conhece os dois lados - as tiranias partidárias do partido de onde veio e as do partido onde está! Efectivamente, tem capacidade, competência e experiência para falar das tiranias partidárias!
Mas agora pergunto: V. Ex.ª e o seu grupo parlamentar estão interessados em começar o debate do regime eleitoral, da transparência, partindo da própria lei dos partidos políticos? Nós sabemos que a lei dos partidos políticos de 1974 está completamente caduca, muitas das suas disposições já não têm qualquer sentido. V. Ex.ª sabe que aparecem partidos durante as campanhas eleitorais apenas para gastar tempo de antena, e mais nada. Se lhes fosse pedido que arranjassem 1000 assinaturas, não eram capazes disso! Por isso, temos de começar por rever a lei dos partidos políticos. V. Ex.ª está disposto, em nome da sua bancada, a começar esse trabalho pela revisão da lei dos partidos políticos? E também haverá lugar para debater o financiamento, naturalmente.
Em segundo lugar, hoje de manhã, alguém do PSD, segundo disse o noticiarista da TSF, lançou o boato de que o CDS iria opor-se ao pacote da transparência. Por-