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4 DE MAIO DE 1995 2303

de Abril, ou seja, não de há muito tempo, subscrita pelas Associações de Criadores de Ovinos do Sul, de Agricultores do Baixo Alentejo, de Agricultores do Campo Branco, de Jovens Agricultores de Beja, de Agricultores de Serpa e pela Associação Técnica de Olivicultores de Moura, enviada ao Sr. Ministro -- e deduzo que, eventualmente, não lhe tenha chegado às mãos -, sobre a calamidade provocada pela seca no Baixo Alentejo, agradecendo ao Sr. Ministro todo o esforço e empenhamento demonstrado, que termina dizendo «(..) bem haja por tal Sr. Ministro (...)», etc. Ou seja, penso que esta carta.

O Sr Presidente: - Sr. Deputado, peço desculpa por interrompê-lo, mas gostaria de saber o que pretende da Mesa, pois está a interpelá-la.

O Orador: - Sr Presidente, estou a dar conhecimento desta carta à Mesa, para que o Sr. Ministro se possa servir dela,...

O Sr Presidente: - Então, agradeço que ma faça chegar.

O Orador: - ... não tendo, por isso, necessidade de usar chaimite, dado que é uma carta amistosa para o Sr. Ministro.

Vozes do PSD:- Muito bem!

O Sr. Presidente: - Sr Deputado, estava com medo de que estivesse a requisitar à Mesa uma chaimite.

Risos.

O Sr. Luís Capoulas Santos (PS): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para que efeito?

O Sr. Luís Capoulas Santos (PS): - Sr. Presidente, gostaria de clarificar uma pequena questão, que me passou. Peco-lhe apenas 10 segundos, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra para uma interpelação, com o mesmo espírito e rigor com que a dei ao Sr. Deputado Mendes Bota.

O Sr Luís Capoulas Santos (PS): - Muito obrigado, Sr. Presidente, mas creio que 10 segundos bastam.
Quero manifestar a minha estranheza por, na bancada do PSD, designadamente, ninguém ter solicitado que comprovasse a gravíssima declaração que produzi, no sentido de que me mostrei disposto a demonstrar que o Sr Ministro da Agricultura mentiu aos agricultores de Moimenta da Beira.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, têm a palavra o Sr Deputado Narana Coissoró, dispondo para o efeito de 2 minutos e 48 segundos.

O Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados. Agora que estamos a chegar ao final deste debate, gostaria de dizer duas palavras, em. nome do meu partido, mas fiquei um pouco apreensivo depois de ouvir o Sr Deputado Mendes Bota, Deputado eleito pelo círculo eleitoral do Alentejo, pelo que não sei se devo ou não juntar a minha voz de solidariedade para com o povo alentejano, pois não sei se com isso também estarei a praticar um acto de calamidade Realmente, parece que é bom o Governo e o PSD inaugurarem os «elefantes brancos», como a fábrica de açúcar a partir da beterraba, a Auto Europa, sem irem à Renault, ou irem, por exemplo, para Pulo de Lobo, para não ouvirem nada e depois dizerem que o Alentejo está a mudar

O Sr. Vieira de Castro (PSD) - É para onde vou quando não quero ouvir o Dr. Monteiro!

O Orador: - Mas a verdade é que, quando há grandes calamidades, nem o Primeiro-Ministro, nem os Ministros, nem o presidente do PSD se lembram de lá ir, ao contrário do que fez o presidente do meu partido, que ainda há 15 dias lá esteve, visitando m loco o que efectivamente se passa em relação à seca do Alentejo, e teve, pelo menos, como partido de oposição, uma palavra de solidariedade para com aqueles que sofrem. E nós somos um partido da oposição, não temos a máquina administrativa, os subsídios, os carros do Estado, pelo que não podemos andar em correrias a prometer coisas, a fazer grandes promessas, nem a enganar, como fez o Sr. Ministro da Agricultura ontem nas Beiras, parando onde o deixavam parar, dizendo o que não devia dizer, em suma, o Sr Ministro andava a prometer mundos e fundos, principalmente fundos da União Europeia. Quer dizer, o Sr. Ministro dizia que ia tratar junto da União Europeia daquilo que devia de ser tratado a nível local desde há muito tempo, para que daqui a três ou quatro meses, se a União Europeia quiser, vir cá acudir às nossas necessidades.
De qualquer modo, Sr. Presidente, nestes segundos que me restam, gostaria de dizer que estamos solidários com todas as resoluções aqui trazidas, quer pelo PS, quer pelo PCP, quer pelo Governo, quer pelo PSD do Dr. Nogueira, quer pelo PSD do Dr. Mendes Bota,..

Risos do PS.

... quer pelo PSD de quem quer que seja, pois já não sei se também há um PSD do Dr. Luís Filipe de Menezes e um outro dos projectos de hidráulica.
Portanto, dentro destes vários PSD, que se movimentam, se acotovelam, se querem pôr em bicos de pés, estamos com todos os que queiram realmente servir o país e os interesses do Alentejo. Esta é a nossa postura e podemos dizer que subscreveremos e apoiaremos todas as resoluções, porque, além de não vermos nelas qualquer contradição, o Governo, depois, saberá escolher a melhor forma de acudir o mais depressa possível à seca e às calamidades que a população do Alentejo está a atravessar. Penso que pedir isto não é aumentar a calamidade. O que é uma calamidade? É ouvir as pessoas negar a solidariedade e também o valor daqueles que querem trazer à Assembleia da República, em toda a sua extensão e profundidade, os dramas de uma parte, de um terço, do nosso Portugal. Era isto o que queria dizer.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Mário Tomé.

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