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2444 I SÉRIE -NÚMERO 75

O Sr. Narana Coissoró (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Fernando Amaral, antes de mais, quero dizer-lhe que, devido ao reduzido número de Deputados do grupo parlamentar a que pertenço e às imensas comissões de que faço parte, não me tem sido possível acompanhar de perto todo o esforço que a Comissão sob a presidência de V. Ex.ª vem fazendo para a defesa da causa de Timor-Leste, no qual se integra esse grande evento que vai ser a Conferência Interparlamentar de Lisboa por Timor-Leste.
O nome de V Ex.ª é o penhor seguro de que todos os trabalhos, inclusive os preparatórios, os que ocorrerão durante a Conferência ou posteriores a ela, terão o registo que merecem na nossa história parlamentar e do País. Esta Conferência será, naturalmente, aguardada com grande certeza do êxito, porque V. Ex.ª, sempre que tem tomado nas suas mãos qualquer assunto importante, tem deixado a marca da sua presença, da sua responsabilidade, da sua inteligência e da sua dedicação. Por isso mesmo, será mais um exemplo da sua imensa experiência e savoir faire, para levar a bom termo esta tarefa, a que chamaria mesmo gigantesca para as possibilidades de um pequeno País e um pequeno Parlamento, como os nossos, organizarem tão grande acontecimento.
Nós, os Deputados do CDS-PP, vamos dar tudo o que estiver ao nosso alcance. Agradeço, na ausência do Professor Adriano Moreira, as palavras amáveis que lhe dedicou, como amigo e como companheiro do meu partido e desejo a V. Ex.ª, tal como a todos nós e ao Presidente da Assembleia da República, que sempre se empenhou nesta tarefa, os melhores êxitos.
Srs. Deputados, demos todos as mãos, para que esta Conferência seja realmente a marca inconfundível do nosso empenho para a libertação de Timor-Leste.

O Sr. Presidente (Correia Afonso): - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Castro.

A Sr.ª Isabel Castro (Os Verdes): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Fernando Amaral, quero tão-só de dizer-lhe quanto a sua intervenção nos tocou e que, pela nossa parte, subscrevemo-la. É também preocupação do Grupo Parlamentar do Partido Ecologista Os Verdes que esta iniciativa do Parlamento, seguramente um dos mais importantes contributos que o Parlamento português pode dar à causa de Timor-Leste, tão cara a todos nós, seja bem sucedida. Portanto, todo o envolvimento que possibilite o bom êxito da Conferência é para nós fundamental.
De qualquer modo, gostaria de sublinhar que a forma como o Sr. Deputado marca os trabalhos daquela Comissão, o modo extremamente correcto como trabalha em grupo e como, com extrema correcção, sempre procura compatibilizar as várias sensibilidades, também motiva o envolvimento de cada um de nós.
O facto de o Secretário-Geral das Nações Unidas ter feito coincidir com um dos dias da Conferência o reinicio das conversações sobre Timor-Leste é uma questão preocupante. De qualquer forma, julgo que, estando nós em condições adversas, porque o tempo não é muito e porque, se calhar, não encontrámos tanto eco como gostaríamos de outras entidades e instituições, de outros Deputados e de outras personalidades, no sentido do seu envolvimento na participação desta Conferência, muito da marca extremamente positiva - e que gostaria de sublinhar - do Sr. Deputado Fernando Amaral conseguirá minimizar aquilo que é ainda seguramente um longo caminho que teremos de percorrer para conseguir que outros, noutras latitudes, sejam partidários desta causa, tomando-a também na sua. Em nome do Grupo Parlamentar do Partido Ecologista Os Verdes, quero exprimir o nosso desejo de que esta Conferência corra bem, esperando que ela possa ser um passo numa caminhada que não e fácil, mas em que o cunho pessoal de quem dirige a Comissão permitirá orientá-la num sentido positivo.
Entretanto, assumiu a presidência o Sr. Vice-Presidente Ferraz de Abreu.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Amaral.

O Sr. Fernando Amaral (PSD): - Sr. Presidente, quero não tanto responder mas, sobretudo, fazer-me eco das pretensões e das preocupações que animaram os Srs. Deputados interpelantes, depois desta interrupção, que, de algum modo, veio também suavizar a vivacidade com que o Parlamento, ainda há pouco tempo, dava mostras da sua capacidade de intervenção, de diálogo e de debate.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Quero apenas e tão-só agradecer. Por vezes, vão-me faltando as palavras para poder «embrulhar» as minhas magras ideias e, sobretudo, quando elas têm de reflectir os sentimentos que nos vão na alma e no coração. É que as palavras são feitas em função do exterior e raramente encontramos aquelas que, de algum modo, sejam capazes de traduzir estados de alma. Mas, precisamente porque sabemos disso, penso que os Srs. Deputados terão a generosidade bastante de perdoar se, porventura, não conseguir atingir tanto quanto deva transportar, nas palavras que digo, de agradecimento e de gratidão.
O Sr. Deputado Carlos Candal, que foi e é uma experiência viva de toda a nossa jornada política, desde há longos anos, de quem tenho recebido, pela experiência vivida, como que um estímulo para continuar novos trabalhos e novas empresas, não terá de estranhar o cansaço que referiu, porque penso que, quando estão em causa princípios fundamentais que respeitam à nossa própria consciência, como sejam os direitos humanos e o reconhecimento do direito à autodeterminação dos povos, não há cansaço que valha e que, porventura, trave a possibilidade de levarmos mais longe a nossa empresa.
Agradeço-lhe, Sr. Deputado Carlos Candal, a generosidade com que traçou o meu perfil.
Sr. Deputado Miguel Urbano Rodrigues, sabe V. Ex.ª da estima em que o tenho e também da consideração que lhe tributo, por ser um homem de cultura, que sabe, no bico da sua pena, escrever como poucos e que tem na expressão do português uma riqueza que sempre me aviva o respeito que tenho por todos aqueles intelectuais da fasquia mais alta. Em tempos, ouvi aqui, nesta Assembleia, quando se viviam «períodos quentes», alguém fazer esta afirmação: «A democracia não é possível se, para além dos espaços que nos separam, não formos capazes de encontrar um largo denominador comum de compreensão e de solidariedade». Ora, com o Sr. Deputado Miguel Urbano Rodrigues, tenho experimentado esta vivência. Agradeço-lhe, na medida em que me tem proporcionado o recordar constante dessa lição admirável, que percebi e que proeuro praticar na medida do possível. A generosidade com que traçou o meu perfil só me traz compromissos e, porventura, maiores responsabilidades, que vou procurar assumir. Não tanto pelo que valho, mas por aqui-