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2312 I SÉRIE - NÚMERO 71

poucos são aqueles que vão atrás da vossa grosseira demagogia.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Junqueiro.

O Sr. José Junqueiro (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: É fundamental que as instituições existentes, nomeadamente esta Assembleia, ganhem credibilidade no dia-a-dia e é necessário que os seus membros, neste caso os Deputados, façam o seu exercício parlamentar convergente e dirigido todo ele nesse sentido.
Creio que é uma base fundamental do desenvolvimento do País conseguir que exista o relançamento da confiança entre os políticos e os cidadãos, e quem está interessado no bom funcionamento da democracia e de todo o sistema democrático deve actuar em conformidade.
Vieram aqui alguns falar em subvenções ou em subsídios de integração, mas não vieram aqui, com o mesmo rigor, com a mesma voz grossa, ter aquilo a que posso chamar de honorabilidade de também apontarem com o dedo a rejeição que deveriam fazer daqueles que, do próprio partido, aqui não passam o seu tempo e que consentem em usufruir, no fim do mês, do ordenado por inteiro.
Por outro lado, o Partido Popular tudo tem feito, em sentido contrário; para descredibilizar esta instituição. Têm feito os possíveis para descredibilizar a política e os políticos, política que fazem e políticos que também são. Têm feito os possíveis para minar a confiança entre eleitos e eleitores no sentido de promover uma agitação social permanente que vire os cidadãos uns contra os outros, que vire os eleitores contra aqueles que legitimamente elegeram.
Para além disso, fazem um esforço para- descredibilizar as instituições democráticas e os seus colegas nesta instituição, e até há outros que - num passado recente exerceram funções como jornalistas - fazem entrevistas descredibilizando agora os seus colegas de profissão.
Creio que estas atitudes não são sinónimo do prestígio das instituições.
É preciso chamar a atenção, para que aquilo que o PP quer é que vejamos a «árvore» e não a «floresta» de dificuldades em que o PP se movimenta, a floresta de incapacidades, até legislativas, concretas, que tem e que toda a gente lhe reconhece.
Convidava aqui o líder do PP para, de uma vez por todas, com seriedade e com respeito por si próprio, se assumir como político que é na sua plenitude e deixar de vir a este Hemiciclo armado em cavaleiro dó apocalipse.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - No tempo de 2 minutos, concedidos pelo Partido Ecologista Os Verdes, tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe.

O Sr. António Filipe (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Esta intervenção será muito breve e foi suscitada apenas pelas palavras que o Sr. Deputado Manuel Monteiro proferiu há pouco, uma vez que veio rebaixar o nível do debate para um nível a que, ultimamente, o PP nos tem habituado na sua acção política.
A intervenção do Sr. Deputado Manuel Monteiro foi o exemplo acabado da postura do PP, que tive oportunidade de criticar na minha intervenção. Veio dizer que o PCP está unido ao PS e ao PSD na defesa de privilégios para os políticos. O Sr. Deputado sabe que isso é inteiramente falso, sabe qual tem sido a nossa postura ao longo dos anos sobre essa matéria, postura essa que tive oportunidade, ainda há pouco, de reafirmar.
O Sr. Deputado veio acusar-nos de defender privilégios mas, no mesmo passo, veio defender que os Deputados possam acumular esta função indiscriminadamente com quaisquer outras. Isto é, o Sr. Deputado não considera um privilégio que um Deputado possa exercer esta função como um part-time ou como um biscato a somar a outras actividades e negociatas que possa ter lá fora.

Vozes do PCP e do PS: - Muito bem!

O Orador: - Com isso é que não concordamos porque isso é que é defender privilégios, Sr. Deputado!
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em Janeiro de 1987 foi aqui votado o projecto de lei do PCP de revogação das subvenções vitalícias e subsídios de reintegração. O PS, o PSD e o CDS votaram contra esta projecto. O senhor era Deputado na altura e não lhe conhecemos qualquer gesto de demarcação relativamente ao seu partido.
Finalmente, um último comentário. O Sr. Deputado, há uns dias, brandiu aqui, nesta Assembleia, um cartão de sindicato e agora veio dizer que ganhava muito mais na sua actividade privada do que se fosse Deputado. Quero felicitar esse sindicato pelo facto de o Sr. Deputado ter um contrato colectivo de que muito poucos trabalhadores se podem gabar.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Filipe Menezes.

O Sr. Luís Filipe Menezes (PSD): - Sr. Presidente, há pouco quis fazer um pedido de esclarecimento ao Sr. Deputado Manuel Monteiro, o que foi interpretado como tratando-se de uma intervenção. Tanto melhor. Tentarei ser sucinto, dado o tempo de que disponho.
A propósito, Sr. Presidente, começo por fazer um protesto: roubaram há pouco 1,5 minutos ao PSD, indevidamente.

O Sr. Presidente: - Não roubaram, não, Sr. Deputado! Desculpe, mas eu controlei a situação.

O Orador: - O Sr. Deputado Silva Marques usou da palavra para responder a um protesto...

O Sr. Presidente: - Mesmo assim, Sr. Deputado. Mas não tem importância, eu dou-lhe mais 1 minuto.
Faça favor, Sr. Deputado.

O Orador: - Sr. Presidente, toda a lógica da intervenção do CDS-PP aponta para se terminar com os subsídios de reintegração e com as subvenções vitalícias aos Deputados. E para suportar esta argumentação o PP diz que seria ideal que a classe política, a classe parlamentar tivesse, em paralelo, de forma intensa, uma actividade profissional.
Vamos descer ao concreto: isto iria conduzir a um Parlamento de gente bem instalada, com as tais barrigas grandes de que o Sr. Deputado Manuel Monteiro não gosta, de gente abastada e, provavelmente, só poderiam ser Deputados e representar o País pessoas que estivessem sediadas até 50 Km à volta de Lisboa.

Protestos do CDS-PP.

O País real, de Bragança, de Vila Real, do Algarve, não podia estar aqui; o País de gente que não fosse um

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