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I SÉRIE - NÚMERO 5 184

O Sr. João Carlos Silva (PS): - Diga qualquer coisa de novo!

O Orador: - Srs. Deputados do PS, a promessa não foi deixar alastrar a criminalidade; a promessa era aumentar a segurança nas ruas do País. Se António Guterres estava angustiado com a insegurança e, por isso, descontente com o anterior governo, tem, também neste ponto, razões acrescidas para estar ainda mais descontente com o seu próprio Governo.

O Sr. Carlos Encarnação (PSD):- Isso também é verdade!

O Orador: - Mas se aquilo a que o PS chamava «Estado laranja», tanto o preocupava e tantos alertas mereceu, que dizer então do vendaval que a partidarização da Administração Pública sofreu num único ano, com os famosos «jobs for the boys»?

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Um escândalo! É só boys!

O Orador: - Se, neste capítulo, o PSD eventualmente pecou em dez anos, num só ano os socialistas bateram todos os recordes possíveis e imaginários.

Aplausos do PSD.

O «Estado rosa» está já devidamente implementado. Foi talvez a única reforma de fundo que este Governo se preocupou em acelerar. E acelerou-a tanto, que já só lhe resta uma alternativa: ou cria rapidamente mais alguns organismos públicos, ou então, os boys que ainda estão em stock, vão ter mesmo de ficar sem job.

O Sr. Nuno Baltazar Mendes (PS): - Ainda não chegámos à Madeira!

O Orador: - A promessa, Sr. Presidente, também aqui não foi a de partidarizar a Administração Pública; a promessa era de não aproveitar o poder para colocar a clientela política. Se António Guterres estava incomodado com as nomeações do anterior governo, estará, certamente, revoltado com as escandalosas nomeações do seu próprio Governo. Se alguma coisa mudou para melhor com este Governo, não foi seguramente aquilo que António Guterres considerava como os principais problemas do País. Tudo aquilo que foram as principais prioridades que o Primeiro-Ministro enunciou no princípio do seu mandato, e que constituíram as promessas nucleares da sua caminhada eleitoral, estão hoje substancialmente agravadas na sociedade portuguesa.

Aplausos do PSD.

Em todas estas matérias, António Guterres tem hoje mais razões para criticar o seu próprio Governo do que aqueles que o antecederam. Perante o quadro desolador destes doze meses, e sabendo o que sabe hoje, é lógico admitir que o poder socialista coloque a si próprio a pergunta se valeu a pena, se valeu a pena votar na «mudança tranquila», porque aquilo a que os portugueses e ele próprio assistem quotidianamente é a muita tranquilidade e a pouca ou nenhuma mudança. Não foi, seguramente, para isso que o cidadão António Guterres resolveu votar no Partido Socialista em 1 de Outubro de 1995.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: o PSD que sempre defendeu a estabilidade política como elemento indispensável para o desenvolvimento do País, reafirma, mais uma vez, em coerência, que tudo fará para que ela continue a ser uma realidade em Portugal. É nesse sentido, que, hoje, aqui fazemos a nossa apreciação a estes primeiros doze meses de governação.

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Doze meses de mandato mas não de governação!

O Orador: - O seu mandato é de quatro anos, pelo que este alerta tem o objectivo fundamental, de obrigar o executivo a mudar o rumo que até agora entendeu dever seguir. Temos a esperança de que, ao exercermos esta obrigação enquanto principal partido da oposição, não só estamos a cumprir o nosso dever democrático, como estamos a dar um importante contributo para que, quando se fizer o balanço do segundo aniversário governamental, esse possa ser mais positivo para o País e menos incómodo para o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Era bom para os portugueses!

O Orador: - É, aliás, Sr. Presidente, esse o nosso profundo desejo. Porque só conseguimos estar tranquilos e de bem com nós próprios, quando os portugueses estão bem e quando Portugal está a seguir o rumo certo. Foi assim no passado, assim terá de ser, seguramente, no futuro.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Mota Amaral): - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado João Carlos Silva.

O Sr. João Carlos Silva (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado Ruí Rio, a sua intervenção fez-me lembrar uma frase que li há muito pouco tempo, que é a seguinte: "foi um dilúvio de palavras num deserto de ideias!"

Risos e aplausos do PS.

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - É natural, dado o tema de que se tratava!

O Orador: - Aliás, o que ficou relativamente bem revelado pelo pouco entusiasmo que a sua intervenção suscitou na sua própria bancada!

O Sr. Nuno Baltazar Mendes (PS): - É natural!

Protestos do PSD.

O Sr. Presidente (Mota Amaral): - Srs. Deputados, têm de deixar o orador exprimir as suas opiniões.
Faça favor de continuar, Sr. Deputado.

O Orador: - É bom ouvir o entusiasmo regressar à vossa bancada!
Fica-nos a dúvida sobre o objectivo desta intervenção, se foi para dar algum contributo ao debate político, ou se se trata de uma compensação em relação ao discurso feito pelo seu colega Luís Filipe Menezes, há quinze dias,

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