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452 I SÉRIE - NÚMERO 12

O Orador: - Por isso, nós, no PSD, depois de confrontar a cassette em causa, voltamos a dizer, ipsis verbis, vírgula a vírgula, ponto a ponto, rigorosamente o mesmo que dissemos há pouco.

O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares: - Um pouco mais de humildade não lhe fazia mal!

O Orador: - A nota final que peço ao Sr. Presidente é a seguinte...

O Sr. Ministro da Presidência: - Os senhores chamaram-nos mentirosos. Às vezes, é preciso pedir desculpa!

O Orador: - Já que esta questão se colocou, que é factual pelo que pode ser claramente esclarecida e clarificada, peço ao Sr. Presidente e à Mesa que, junto do órgão de informação em causa, clarifique se esta versão que aqui transmiti é verdadeira ou não é verdadeira - são os serviços do partido que nos dizem que é verdadeira mas gostaria da confirmação e acho que isso seria bom para todos.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (João Amaral): - Sr. Deputado Marques Mendes, ouvi a sua interpelação, solicitando que a Mesa peça ao órgão de informação em causa que indique a parte da gravação que foi transmitida, creio que em Maio deste ano. A Mesa assim fará.
Entretanto, tenho também um pedido de interpelação do Sr. Primeiro-Ministro, a quem dou a palavra.

O Sr. Primeiro-Ministro: - Sr. Presidente, Srs. Deputados, todos, na vida, cometemos erros e eu, seguramente, tenho cometido muitos. Há uma coisa que, no entanto, tenho procurado fazer sempre na minha vida política: é pautá-la pelo amor à verdade. Devo dizer que o que me fere profundamente hoje não é o facto de se ter ou não apresentado uma versão truncada de uma cassette , mas o facto de, independentemente de qualquer cassette, tendo eu afirmado que tinha dito uma coisa, isso tivesse sido negado.

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - Muito bem!

O Orador: - E mais: que tivesse havido a pressa de procurar humilhar-me em Plenário,...

A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): - Credo!

O Orador: - ... com uma cassette truncada,...

Vozes do PSD: - Truncada?! Não foi truncada!

O Orador: - ... em que a totalidade das minhas afirmações não estavam contidas.
Não posso deixar de vos dizer que o que me fere não é a cassette ; o que me fere é o facto de, conhecendo-me como me conhecem, há tantos anos, e sabendo como sabem a forma como procuro fazer política, não acreditem naquilo que digo.

Aplausos do PS.

O Sr. Luís Marques Mendes (PSD): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente (João Amaral): - Sr. Deputado Luís Marques Mendes, pede a palavra para que efeito?

O Sr. Luís Marques Mendes (PSD): - Sr. Presidente, também para uma interpelação, se me permite, e na mesma linha do Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Presidente (João Amaral): - Sr. Deputado Luís Marques Mendes, no quadro que está traçado evidentemente que, se me pede para usar da palavra, tenho que lha conceder.
Tem a palavra.

O Sr. Luís Marques Mendes (PSD): - Sr. Presidente, julgo que é justo fazê-lo pelo que não invocarei a defesa da honra.
Sr. Primeiro-Ministro, permita-me que sublinhe três aspectos. O primeiro, só recordar aqui que foi o Sr. Primeiro-Ministro há pouco que, em jeito de interpelação à Mesa, requereu que fosse apresentada a cassette com as declarações em causa.

O Sr. Primeiro-Ministro: - Integrais!

O Orador: - E o PSD foi junto dos seus serviços audiovisuais próprios, que são os que temos, e, na sua maior boa-fé,...

Voz do PS: - Não sejam aldrabões!

O Orador: - ... obtivemos a cassette do telejornal em causa. Fizemos dela entrega ao Sr. Primeiro-Ministro e disso aqui demos nota.
Primeira questão: Sr. Primeiro-Ministro, vai-me desculpar, pode V. Ex.ª estar irritado, perturbado com uma crítica que não foi pessoal mas política, mas quero dizer-lhe "cassette truncada não, Sr. Primeiro-Ministro!".

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - A cassette não foi truncada.

Aplausos do PSD.

Protestos do PS.

O Orador: - É o telejornal que temos. Não fizemos nenhuma truncagem e, por isso, não posso deixar passar em claro o que disse porque, como não questiono minimamente o seu carácter, a sua palavra e a sua seriedade, tenho o direito de exigir que o senhor não coloque minimamente em causa o meu carácter, a minha palavra e a minha seriedade.

Aplausos do PSD.

Protestos do PS.

O Sr. Ministro da Presidência:.- Está a armar-se em vítima!

O Orador: - Segundo ponto: Sr. Primeiro-Ministro, permita-me que diga sobre esta questão só mais duas coisas. O Sr. Primeiro-Ministro pode e tem todo o direito de se armar em vítima.

Protestos do PS.

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