O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

23 DE JANEIRO DE 1997 1093

muito bem que existem estudos contraditórios, pelo que tem havido grande dificuldade em encontrar certezas sobre a melhor solução a adoptar e isso foi herdado do governo anterior. Mesmo na actualidade, em que parece ter-se chegado finalmente a um consenso sobre o que há a fazer, acabou por se descobrir que não havia projecto sobre as obras concretas de construção civil. Como sabe, estavam a construir-se esporões e não havia qualquer projecto de construção civil para esses esporões. Ora, não é possível construi-los sem um projecto de construção civil e é isso que, tanto quanto conheço, está a ser feito.
Há outros aspectos complexos no nosso distrito de Leiria, como, por exemplo, a suinicultura, que cria gravíssimos problemas de ambiente, extremamente difíceis de resolver, como sabe, uma vez que durante mais de 10 anos se deixou que a situação se degradasse ao ponto de, agora, os investimentos necessários serem imensos.
Ou seja, Sr.ª Deputada, é sempre muito fácil, em relação às questões do ambiente, encontrar o "bandido", mas é muito difícil encontrar uma solução ou uma contribuição para melhorar a situação.
O que quis fazer hoje, aqui, em relação ao distrito de Leiria foi, por um lado, definir algumas ideias que, do ponto de vista estratégico do planeamento, são essenciais e, por outro, contribuir com algumas sugestões para a solução dos problemas.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Presidente (Mota Amaral): - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Marta.

O Sr. Carlos Marta (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Passado que é mais de um ano de governação socialista, gostaríamos, hoje e aqui, de felicitar o Governo, em particular o Ministro Jorge Coelho e o Secretário de Estado do Desporto, pelas medidas tomadas a favor do desporto nacional.
Era este o tempo, era a oportunidade. Infelizmente, não o podemos fazer. O ano que terminou, de governação virtual dos socialistas, liderada pelo Engenheiro António Guterres foi de desilusão, de adiamento de reformas prometidas mas não concretizadas.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Foi de completa confusão e de barafunda total.
A medida que pretendia ser a mais inovadora tornou-se no maior fracasso do actual Governo e, por via dele, instalou-se na sociedade desportiva portuguesa a maior das incertezas, saindo claramente prejudicado todo o desporto português.
É por isso que a primeira pergunta que deve ser colocada a todos é a de saber se há verdadeiramente uma nova política desportiva em Portugal.
É nossa convicção e de todos os agentes desportivos envolvidos que até ao momento não se notam, não se vêem, alterações significativas.
Nada há de novo, não há qualquer posição política de fundo alternativa que possa querer demonstrar uma nova política para o desporto português.
Antes das eleições legislativas de 1995, o então Deputado Miranda Calha dizia: "O desporto português vive momentos de alguma incerteza". Que bem ficam estas palavras no momento presente, passado que foi um ano de governação virtual dos socialistas.
Onde está a política integrada, coerente e exequível, que racionalize e transmita eficácia aos meios existentes? Onde estão as novidades, as grandes reformas anunciadas pelos socialistas? Estão na gaveta, esquecidas, à espera de melhor oportunidade.
Que frustração, Srs. Deputados do Partido Socialista! Mas não estamos sozinhos nestas críticas. Recentemente, em artigo de opinião publicado num jornal diário de âmbito nacional, o Dr. Jorge Olímpio Bento dizia: "Aquilo que mais precisamos é de ideias. Até para poder tirar partido das poucas ideias que temos". E mais dizia: "A riqueza ou pobreza das nossas ideias determina a amplitude do nosso relacionamento com o mundo, o grau de entendimento e grau de compreensão de nós próprios, da vida, dos seus fenómenos e acontecimentos. E também do desporto, naturalmente.
Importa, por isso, que empenhemos as energias e o discernimento ao serviço de uma política que corresponda ao interesse, às emoções e paixões, aos objectivos e esperanças que investem no desporto muitos milhões de portugueses. Uma política apostada em que o desporto adquira uma expressão qualitativa conforme no notório desenvolvimento de conhecimentos e competências registado nos últimos anos. Hoje sabe-se mais de desporto, temos universidades devotadas ao seu estudo, são melhores os quadros e os meios".
Afinal, os governos do PSD sempre fizeram alguma coisa.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - E mais adiante este ilustre académico e socialista do Norte continuava: "Mas também são outras a natureza e a complexidade dos problemas e é outro o nível de aspirações e exigências. Temos por isso bons resultados, mas não tão bons quanto seria lícito esperar. Persiste a dificuldade em determinar uma política à altura dessa evolução, uma política que configure, na doutrina e na prática, nas palavras e nos actos, as profundas e radicais mudanças ocorridas e em curso no cenário desportivo. Continuamos a ficar de fora a assistir, a percorrer a via do ocaso, perdidos nas areias movediças de um deserto em que não brota uma ideia".
Sr. Presidente e Srs. Deputados, as críticas continuam, e mais incisivas: "As dificuldades económicas e financeiras do desporto são enormes. Mas, afinal, parece tudo tão fácil de resolver: a conversão de clubes em sociedades desportivas emerge como panaceia milagrenta para debelar todos os males! O associativismo definha a olhos vistos, mas não se descortina um gesto de incómodo pelo seu depauperamento, nem se ouve uma palavra em defesa da necessidade da sua recuperação e do seu rejuvenescimento. Não se vêem estímulos nem medidas que atraiam os jovens para um terreno que carece de ser arado e semeado com novas mentalidades. O clube parece não merecer esforços de revitalização e preservação. É perfeitamente dispensável. O seu desaparecimento não suscita a mínima preocupação. Estamos muito magros de ideias".
Foi este ilustre socialista que, também muito recentemente, foi indigitado para Presidente do Conselho Superior do Desporto e depois afastado pelo Governo socialista. Segundo o próprio, a sua não confirmação como presidente do referido órgão deveu-se ao facto de ter escrito um artigo de opinião sobre os problemas entre o Norte e o Sul. Para nós, o Governo e o Secretário de Estado arrependeram-se, pois não podiam nomear uma personalidade que

Páginas Relacionadas
Página 1098:
1098 I SÉRIE - NÚMERO 29 Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Filipe Mad
Pág.Página 1098
Página 1099:
1099 23 DE JANEIRO DE 1997 Vozes do CDS-PP: - Muito bem! O Orador: - O provedor munic
Pág.Página 1099