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2832 I SÉRIE - NÚMERO 81

O Orador: - É a mesma coisa! E não foi gaffe! Reconheçamos que a posição do PCP e a do PP têm essa mesma base! É isso que nos distancia profundamente, sem a mania das grandezas, sem nos pormos em bicos do pés!
V. Ex.ª há-de reconhecer uma coisa, já que se debruçou sobre a História: chegámos ao séc. XX numa posição extremamente recuada em relação à Europa, podemos mesmo falar - e falava-se - que estávamos na cauda da Europa, mas vamos entrar no séc. XXI lado a lado com os mais avançados países europeus, trabalhando para uma Europa comum. E o verdadeiro desígnio nacional é esse, Sr. Deputado!

O Sr. Augusto Boucinha (CDS-PP): - Está mesmo convencido disso?!

O Orador: - Convença-se que é esse, Sr. Deputado!
O Sr. Deputado Manuel Monteiro disse que este é um debate profundo, mas eu digo-lhe que é mesmo o debate mais essencial para o futuro de Portugal.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Mais uma vez o painel electrónico entrou em colapso. Não sei se há telemóveis ligados na Sala, mas os serviços já se queixaram disso. Por isso chamo, mais uma vez, a atenção dos Srs. Deputados para esse facto.
Peço aos serviços que corrijam o erro do painel, que, pela segunda vez, se verifica, agora por excesso em vez de por defeito.
Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Manuel Monteiro.

O Sr. Manuel Monteiro (CDS-PP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, embora não esteja cá o Sr. Professor Adriano Moreira, gostaria de lembrar uma frase que ele um dia aqui disse, dirigindo-se ao então Primeiro-Ministro Professor Cavaco Silva, quando curiosamente foi interpelado um pouco nas mesmas circunstâncias em que VV. Ex.as me interpelaram. Ele disse qualquer coisa como isto: «os filhos dos "Velhos do Restelo" são aqueles que apenas querem ficar na Europa, não aqueles que querem partir para além dela».

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Penso que respondi, quando pretendeu insinuar determinado tipo de comentários em relação ao Professor Adriano Moreira.
Em segundo lugar, quero dizer aos Srs. Deputados o seguinte: o Partido Popular propõe de facto a extinção do Comité das Regiões, irias também propõe a sua substituição por um comité do poder local. Portanto, é bom que por vezes leiamos o que é escrito, para, posteriormente, podermos fazer uma análise mais detalhada, e o PP fê-lo consciente de que a Europa em que acreditamos não é a Europa dos povos nem a das regiões, e nisto somos muito claros.
Não acreditamos nem na Europa dos povos nem na Europa, das regiões. Em essência, acreditamos na Europa dos Estados-Nação, na Europa das Pátrias, e há efectivamente nesta condição uma divergência, uma diferença de opinião e de substância profunda entre os senhores do PSD e do PS e o Partido Popular. Acreditamos na Europa, acreditamos numa União Europeia.
Mas gostaria de dizer-lhe o seguinte: há sondagens para todos os gostos e para todos os feitios e, se quiser, podemos trazer-lhe para a semana sondagens encomendadas pelo próprio Partido Popular que demonstram exactamente o contrário em relação ao exército único europeu, a um governo central europeu e, curiosamente, em relação à própria moeda única. Agora, Srs. Deputados, estamos permanentemente e este é que é ponto essencial, o que é de lamentar, a esquecer-nos de uma coisa: é que os senhores são menos europeus do que eu e do que muitas pessoas desta bancada. E vou explicar-lhes porquê.

Risos do PS.

Vou explicar-vos porquê. É que os senhores «vendem» a Europa como um alguidar de moedas. Os senhores não são capazes de discutir as questões políticas da Europa. Os senhores subverteram o primado político e dos valores da Europa à lógica monetária, à lógica financeira e à lógica económica.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Os senhores só avançam na construção europeia na medida em que os estômagos ou as carteiras dos cidadãos estejam mais ou menos cheias.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - E entendamo-nos em relação a isto. Houve um arrepio, um grande susto para aqueles que acreditam, como vós, numa determinada Europa com o Tratado da União Europeia.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - E é por isto que agora o não vão discutir. É por isto que agora não vão discutir o Tratado de Maastricht mas apenas querer concretizar a moeda única, porque, primeiro, adormeça-se o povo, dê-se-lhe dinheiro, dê-se-lhe subsídios...! E, meus caros amigos, cá estaremos - e queira Deus que eu e os meus colegas do PP nos enganemos! - para ver, se no dia em que acabar o dinheiro verdadeiramente, se as populações estarão ou não com as vossas opções e as vossas ideias. Porque defender Europa é dizer aos europeus que a Europa tem coisas boas e muitos sacrifícios, o que não fizeram, nem os senhores do PS, nem os senhores do PSD..
Os senhores são uns maus defensores da ideia europeia; os senhores são uns maus percursores da Europa.
Para concluir, Sr. Presidente, há um aspecto, em meu entender, fundamental: nós defendemos um outro modelo europeu. Somos contra o federalismo e por isso o propusemos, não porque o Sr. Deputado do PCP tenha vindo agora. com a graça que lhe é habitual e o brilhantismo que lhe é reconhecido, dizer que aderimos ou deixámos de aderir a todo o tipo de teses. Não vamos entrar por aí! Porém, Sr. Deputado, há uma coisa a que os senhores não são capazes de responder. É que o Sr. Primeiro-Ministro e o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros vêm aqui falar de emprego para trás, de emprego para a frente, de coesão social, de mais preocupação social... Mas os senhores não conseguem explicar a ninguém como é que estão preocupados com o emprego, com a protecção social dos trabalhadores na Europa, se os Deputados do PS, tal como os Deputados

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