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3098 I SÉRIE - NÚMERO 88

O Orador: - Sr. Deputado, ouviu-o atentamente e espero que faça o mesmo, que tenha, pelo menos, esse sinal de boa educação.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - É difícil!
O Orador: - Como dizia, relativamente a esta matéria, se o Sr. Deputado quiser ficar bem esclarecido, tem na sua bancada um Deputado que lhe pode explicar tudo sobre isso, o Deputado Júlio Meirinhos, que, pelos vistos, também foi saneado do programa PROCOA!

O Sr. José Magalhães (PS): - É falso!

O Orador: - Portanto, faça favor de perguntar...

O Sr. José Magalhães (PS): - É totalmente falso!

O Orador: - Tem aí um belo exemplo da sua política!

Aplausos do PSD.

O Sr. José Magalhães (PS): - O que é que isto tem a ver com o Foz Côa?!

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Não fique desesperado, Sr. Deputado José Magalhães!

O Orador: - Quanto à «triste figura», devo dizer que quem a faz é o Sr. Deputado José Magalhães.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - E vou dizer-lhe porquê. Porque devia explicar aos 42 trabalhadores, que se encontram nas galerias a assistir aos trabalhos, a razão por que estão no desemprego. Isto é que é uma triste figura. E aquela que se faz para tentar justificar esta política. Era isto que o Sr. Deputado deveria ter em conta e não mandar as pessoas para o desemprego, nem fechar teatros, porque isso nunca aconteceu.
Aliás, devo dizer-lhe mais: no tempo do Salazar poderia haver censura, mas ele não mandava encerrar os teatros ....

O Sr. José Magalhães (PS): - Não elogie o Salazar!

O Orador: - ... nem despedia os encenadores, como está a acontecer neste momento.

Vozes do PSD: - Muito bem!

Protestos do PS.

O Sr. Guilherme Silva (PSD): Nem sequer o António Ferro!

O Orador: - Nem o António Ferro, exactamente!
Vou dizer-lhe mais, Sr. Deputado José Magalhães, para ver o que está a passar-se na política cultural. O senhor disse que eu fui Secretário de Estado. Fui com muita honra e muito gosto, fui-o ao serviço deste país. O Sr. Deputado chamou-me ajudante do Professor Cavaco Silva ou ajudante do ajudante, não interessa as palavras que foram ditas exactamente, com as quais está habituado a tratar os outros. Respondo-lhe apenas com uma coisa: é preferível ser ajudante do Professor Cavaco Silva e ter feito pela cultura a obra que nós fizemos...

O Sr. José Magalhães (PS): - Onde é que está a obra?!

O Orador: - ... do que ser ministro e nada fazer, que é o que acontece com o actual Governo.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria José Nogueira Pinto.

A Sr.ª Maria José Nogueira Pinto (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Manuel Frexes, começo por cumprimentá-lo por ter trazido a esta Câmara duas questões paradigmáticas da actual gestão da cultura portuguesa, a primeira das quais prende-se com este instinto persecutório. Acho isto interessante porque. ao fim e ao cabo, já vou vendo muitas coisas. Queria deixar aqui bem claro aquilo que, julgo, representa o sentimento das pessoas. As pessoas não foram, de tacto - e eu até escrevi urna expressão muito usada pela bancada do Partido Socialista -, «lacaios do cavaquismo». Às pessoas foram criadas condições para trabalhar, o que é uma questão completamente diferente. Aliás, as condições que há hoje são as que havia ontem e as que havia ontem são as que há hoje. Não há ninguém que me possam apontar que esteja neste momento a fazer alguma coisa que não tivesse tido, de uma maneira mais ou menos próxima, uma relação com a Secretaria de Estado da Cultura. Alguns escondem-no, fazem muito mal, ruas fazem isso na base da nossa educação, de não termos a paciência de lembrar-lhes esse facto. Portanto, não há ninguém que hoje esteta que não tenha estado. Ninguém! Gostava que me dissessem um nome. Estavam era mais satisfeitos, porque realmente foram-lhes dadas condições de trabalho, coisa que agora não acontece.
A segunda questão muito importante é a do encerramento de um teatro, a do encerramento de um palco.

Vozes do PSD: - Muito bem!

A Oradora: - Quero lembrar que o grosso do encerramento de toda a rede de palcos em Portugal, incluindo a grande rede de cinemas que havia, se deu durante a gestão socialista, a anterior à gestão do PSD.

Vozes do PSD: - Muito bem!

A Oradora: - Isto é um facto. Os senhores conseguiram fechar o grosso da rede de, exibição e de espectáculos existente em Portugal. E só quem lá está ou quem lá esteve percebe quanto é doloroso ver fechar um palco.

O Sr. José Magalhães (PS): - Fizémo-lo por maldade!

A Oradora: - Não, não, os senhores nunca fazem isso por maldade, os senhores fazem-no por ineficácia.
Para terminar, pergunto ao Sr. Deputado Manuel Frexes se não concorda comigo em relação a esta enorme contradição, que é a de o Ministério da Cultura, particularmente o Sr. Secretário cie Estado, não ter

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