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5 DE JULHO DE 1997 3217

Risos.

Mas eu não faria tal desfeita ao Sr. Deputado António Filipe...

Risos.

Porque se é extremamente interessante, dos pontos de vista literário e artístico, a posição do PSD, a do PCP os herdeiros da tradição do Tropedo de Moscovo, do Dínamo de Bucareste, do Dínamo de Kiev - é também quiçá interessante. Aliás, esses países também eram peritos em ginástica e reconheçamos que foram países especialistas no trampolim e na cambalhota, ora para a frente ora para trás...

Risos.

E é deveras interessante ver como VV. Ex.as, que apresentaram aqui um pedido de ratificação absolutamente oco que se baseava unicamente na referência à questão dos 50% dos municípios e na questão da irreversibilidade, foram de comboio; de automóvel ou de avião à cidade do Porto para contactar a Liga, pura e simplesmente, para arranjar argumentos para preencher a vacuidade da vossa argumentação. Aliás, até quero aqui referir que foi muito interessante verificar que o Sr. Deputado Bernardino Soares, que é aqui caracterizado como o «jovem da camisa aberta» nesse dia - não sei se por ir à cidade do Porto, se por ir contactar o Presidente da Liga -,tenha posto gravata a preceito, o que, aliás, lhe fica muito bem...!

Risos.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Não vou ter tempo para fazer a refutação específica dos cinco pontos que o Sr. Deputado António Filipe apresentou, mas quero pegar naquele que continua a ser o ponto mais polémico, ou seja, a de os senhores dizerem que as câmaras ficarão com a maioria. Ora, eu quero dizer-lhe que 50%o não é maioria, só é maioria 51 % e os problemas mais ou menos fantasmagóricos que VV. Ex.as imaginam de câmaras municipais que teriam interesse em controlar os clubes de futebol, como se na vida as coisas não se passagem exactamente ao contrário, esse problema tanto se coloca com 50% como com 45%a ou 40%, porque, como VV. Ex.as sabem, se esse objectivo existisse, havia 1001 maneiras de, cruzadamente, fazer o controlo de uma sociedade desportiva.
Mas VV. Ex.as não querem compreender a seguinte realidade: existe a cidade do Porto, existe a cidade de Lisboa, existe Coimbra, existe Faro, existe um litoral neste país. Existe um país profundamente assimétrico, Srs. Deputados! repito, existe uma país profundamente assimétrico! Existem cidades onde há forças vivas capazes de acorrerem às sociedades desportivas para dinamizarem uma sociedade desportiva de futebol, mas há regiões onde as coisas não são assim. Há neste país regiões onde, mormente pela sua interioridade, as coisas não são assim, e nesses sítios os munícipes, o povo dessas regiões, as suas instituições, têm o direito de considerar quer querem ter uma visibilidade nacional. É a sua autonomia, é a sua capacidade de decidir e, aí a participação das câmaras municipais, que noutros sítios é até proibida pelos próprios clubes ou pelo menos está interditadas, é extremamente importante.

O Sr. Presidente (Mota Amaral): - Sr. Deputado, peço-lhe que termine, pois já esgotou o tempo de que dispunha.

O Orador: - Vou concluir, Sr. Presidente.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Termino, dizendo que o PCP apresentou esta iniciativa para obter um protagonismo que, afinal, se mostrou inteiramente defraudado. Fica, para o País, a imagem de que este Governo quer clarificar, impor a transparência no futebol português. Mais: o futebol português também quer isso e está de acordo com esta política do Governo, porque, afinal, foi isso que o futebol português sempre defendeu, com as suas dificuldades e os seus medos, nesta fase de transição, que VV. Ex.as não compreendem e, como tal, vêm aqui fazer o papel que acabaram de fazer.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Mota Amaral): - O Sr. Deputado Bernardino Soares inscreveu-se para formular um pedido de esclarecimento, mas o Sr. Deputado Pedro Baptista não dispõe de tempo para lhe responder.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Sr. Presidente, o PCP cede um minuto do seu tempo.

O Sr. Presidente (Mota Amaral): - Sendo assim, tem a palavra.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Sr. Presidente, não queremos de forma alguma que o Sr. Deputado Pedro Baptista deixe de ter hipótese de responder às questões que vamos colocar-lhe.
O Sr. Deputado Pedro Baptista fala aqui como o porta-voz do futebol, assume-se como tal e como o dono da única verdade que pode trazer o bem ao futebol e ao futebol profissional.
Quando o Sr. Deputado. acusa o PCP de protagonismo, no que diz respeito a este pedido de ratificação, está a confundi-lo com o Governo. É o Governo quem só intervém nas matérias que lhe dão algum protagonismo na comunicação social, nomeadamente no futebol profissional. É esta a lógica de actuação do Governo do PS na área desportiva, e este é que é o protagonismo que urge denunciar aqui.
O Sr. Deputado acusou-nos de sermos muito dados à ginástica e às cambalhotas.
Quero dizer-lhe que, provavelmente, o que temos da parte do PS é, mais do que ginástica ou qualquer outra prática desportiva, uma prática das artes circenses, porque me parece de um bestial contorcionismo que o Sr. Deputado venha aqui, por um lado, defender o primado dos clubes do futebol profissional e, depois, dizer que não é admissível que os clubes possam

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