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10 DE OUTUBRO DE 1997 65

do -, citando o Professor Marcelo Rebelo de Sousa, que ele teria afirmado: «Se o modelo for (...), o PSD é contra». Ou seja, a vossa questão sobre a regionalização não é de convicção mas, sim, de cartografia. Temos de colocar as questões no seu devido plano.
Ora, Sr. Deputado Luís Marques Mendes, o meu partido é contra esta ou qualquer outra regionalização.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - O meu partido não é contra a regionalização por ter ciúmes de o PS se ter entendido com o PCP para a fazer. O meu partido é contra a regionalização por convicção, porque quando os senhores fizeram a negociata da revisão constitucional com o PS felizmente já lá estava o referendo sobre a regionalização. Na verdade, quando essa matéria, hoje tão importante para VV. Ex.as, foi introduzida na Constituição os senhores estavam não se sabe onde.

Risos do PCP.

Não estavam certamente na Comissão Eventual para a Revisão Constitucional.
Finalmente, Sr. Deputado Luís Marques Mendes, vou fazer-lhe algumas perguntas.
Se as duas perguntas forem feitas no mesmo referendo, como tudo indica, que atitude vão VV. Ex.as tomar? Não vão ao referendo, como fizeram aqui em Maio, quando não votaram contra os projectos de lei que criavam as regiões, apresentados pelo PS, pelo PCP e por Os Verdes? Abandonam? Cedem? Como sabe, Sr. Deputado, eu estive cá, por isso, sou mau exemplo. Vão-se embora? Fogem? Não tomam posição? O que é que dizem ao País?
Por outro lado, se não fugirem - como, aliás, o líder do vosso partido normalmente faz em relação aos debates -, qual é a vossa posição no referendo? Respondem «sim» à primeira pergunta - porque o vosso problema é o modelo, a cartografia, o mapa e não a instituição em concreto das regiões, pois com isso os senhores e o líder do vosso partido concordam, tal como já os vossos Conselhos de Ministros concordavam, pelo que, seriamente, terão de responder «sim» à instituição em concreto das regiões - e «não» à segunda?
Peço-lhe que confirme se vai ou não ser esta a posição oficial e coerente do vosso partido.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Para responder, se assim o desejar, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Marques Mendes.

O Sr. Luís Marques Mendes (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Jorge Ferreira, quanto à questão sobre a lei-quadro de 1991,...

O Sr. Acácio Barreiros (PS): - Não! Sobre o seu voto no Conselho de Ministros!

O Orador: - Seguramente, estive nesse Conselho de Ministros, mas o Sr. Deputado Jorge Ferreira também não fica sem resposta e vai ver que «pela boca morre o peixe». O senhor tem tanta autoridade como eu para falar nessa matéria, porque essa lei foi aqui aprovada por unanimidade, incluindo pelo seu partido.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Jorge Ferreira (CDS-PP): - Eu não era Deputado! Nenhum de nós cá estava!

Vozes do PSD: - Não estavam cá?!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, façam silêncio!

O Orador: - Sr. Deputado, de duas, uma: ou V. Ex.ª não sabia, e, então, tem de me agradecer pela informação que acabei de lhe prestar, ou, então, o senhor faz aquilo que acontece de vez em quando, ou seja, o partido que antecedeu o PP serve para algumas coisas, mas não serve para outras.

O Sr. Jorge Ferreira (CDS-PP): - Serve para o que é bom! Para o que é mau não serve!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, agradeço que respeitem as minhas advertências, tal como há pouco pedi ao Grupo Parlamentar do Partido Socialista. Não podemos funcionar neste sistema de quem está a falar acabar por ser boicotado, na sua intervenção, por um ruído que não tem a menor justificação. Todos têm a possibilidade de se manifestar, votam como entenderem, falam como quiserem, mas serão também respeitados se respeitarem quem está no uso da palavra.
Faça o favor de continuar, Sr. Deputado.

O Sr. Carlos Coelho (PSD): - Muito bem, Sr. Presidente.

O Orador: - Muito obrigado;. Sr. Presidente.
A segunda questão colocada pelo Sr. Deputado diz respeito à realização do referendo com as duas perguntas em simultâneo ou em separado. Dissemos sempre, ao longo destes meses, o mesmo que hoje voltei a reafirmar. Ou seja, a pergunta nacional e a pergunta regional devem ser feitas em separado e não em simultâneo, por razões jurídicas, apesar de não ser essa a questão que neste momento mais interessa, e sobretudo por razões de clareza política. Fazer as duas perguntas em simultâneo, no mesmo dia, é fazer uma autêntica confusão, porventura é juntar vários votos...

Protestos do PS.

... de «não» à regionalização, o que, às tantas, para alguns é esse o objectivo.
Compreendo que o senhor esteja preocupado com esta questão porque já percebeu que, de facto, é a confusão total aos olhos do País e foi o seu partido que, na Comissão Eventual para a Revisão Constitucional, coonestou esta possibilidade, que era então gerada pelo Partido Socialista.

O Sr. Jorge Ferreira (CDS-PP): - Ainda bem que reconhece! Já não era sem tempo!

O Orador: - A nossa posição é tão simples quanto isto: antes sós que mal acompanhados!

O Sr. Jorge Ferreira (CDS-PP): - Mas é «sim» ou «não»?!

O Orador: - Para nós, as perguntas só terão a nossa aprovação se forem feitas em separado e não em simultâneo. Somos pela clareza e não pela confusão.

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