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216 I SÉRIE - NÚMERO 6

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Abecasis.

O Sr. Nuno Abecasis (CDS-PP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Uma instituição com 40 anos de vida não precisa que a elogiemos. Ela, por si própria, pelos frutos que deu ou merece esses elogios ou não os merece, mas a sociedade terá conhecimento disso. Não é o caso do Colégio Universitário Pio XII.
De facto, gerações e gerações, muitos milhares de pessoas passaram por aí e têm hoje uma posição relevante, eu diria, em todos os sectores da vida portuguesa e, mesmo, em todos os sectores da ideologia política portuguesa, mostrando que a cultura é, por definição, a abertura e que a cultura universitária deve abrir todos os caminhos ao pensamento humano. É uma pena que não haja mais colégios universitários em Portugal, porque eles seriam bem-vindos e contribuiriam certamente para eliminar muitas limitações que, infelizmente, ainda há entre nós.
De qualquer maneira, Sr. Presidente, nós também saudamos com muito respeito esta instituição e com muita consideração o homem que lhe deu vida e que criou um caminho, que é o Padre Aguiar, uma personalidade da maior relevância na vida cultural portuguesa.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Poças Santos.

O Sr. João Poças Santos (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Julgo que, como disse o Sr. Deputado Nuno Abecasis, é da mais elementar justiça que a Assembleia assinale esta data. Faço-o como Deputado e como cidadão, não como antigo aluno, que tive a honra de ser. De facto, o Colégio Universitário Pio XII é uma instituição ímpar, ainda hoje, em termos da universidade portuguesa, onde a interdisciplinaridade é praticada desde há muitos e muitos anos, quando ainda nem se falava na palavra, onde a própria integração europeia teve ali doutrinação, teve ali encontros, quando a nossa opção em termos nacionais ainda era outra. Como digo no voto que apresentei, foi sempre uma casa aberta às várias correntes de pensamento humanista, inspiradas pelo fundador, Padre Aguiar.
No momento em que a instituição celebra 40 anos, e, felizmente, é ainda vivo o Padre Aguiar - há pouco tempo, realizou-se uma sessão solene, com a presença de personalidades como o Dr. Mário Soares e o Professor Adriano Moreira, para comemorar esta data -, parece-me de elementar justiça que a Assembleia da República hoje aqui preste também a sua homenagem, o seu reconhecimento pela importância que o Colégio Pio XII tem tido para a educação nacional e para a juventude universitária portuguesa ao longo destes 40 anos.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Acácio Barreiros.

O Sr. Acácio Barreiros (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: O PS, sobre este voto, apenas pretende dizer, e alertar também a Câmara. que, independentemente

dos méritos das instituições, não podemos vulgarizar os votos de saudação, porque, se votássemos este voto, teríamos de votar outros e o PS não está de acordo com isso.
Além disso, há um conjunto de considerações no próprio voto que não são perfilhadas pelo Partido Socialista, isto independentemente dos méritos da instituição.

O Sr. Carlos Coelho (PSD): - Isso foi uma punhalada no coração do Primeiro-Ministro!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, como não há mais pedidos de palavra, vamos votar o referido voto.

Submetido à votação, foi rejeitado, com votos contra do PS e do PCP e votos a favor do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Para uma declaração de voto, tem a palavra o Sr. Deputado João Amaral.

O Sr. João Amaral (PCP): - Sr. Presidente e Srs. Deputados, é só para dizer que no nosso sentido de voto não está em questão o Colégio Universitário Pio XII mas, sim, o mérito de múltiplas instituições ligadas ao ensino e a passagem dos seus sucessivos aniversários. Creio que uma consideração que ponha algum freio nesta espécie de multiplicação de votos tem algum sentido.

O Sr. Carlos Coelho (PSD): - Se o voto fosse sobre o Che Guevara, estavam de acordo, mas como é sobre a educação portuguesa!...

O Orador: - Tem razão. Sobre o Che seria diferente!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, o Sr. Secretário vai proceder à leitura de dois votos de pesar pelo falecimento do cidadão Júlio Sebastião, que ainda há dias, mais exactamente na passada quinta-feira, tivemos aqui a acompanhar o nosso trabalho.
Vamos começar pelo voto n.º 86/VII - De pesar pelo falecimento do dirigente associativo dos agricultores da Região Oeste, subscrito pelo PSD, CDS-PP, PCP e Os Verdes.

O Sr. Secretário (Artur Penedos): - Sr. Presidente e Srs. Deputados, o voto n.º 86/VII é do seguinte teor:
«Morreu um homem de bem. Morreu Júlio Sebastião.
Perdemos o Júlio Sebastião em condições trágicas, mas temos a obrigação de manter vivo o seu exemplo e a sua memória.
O Júlio Sebastião era um dos cidadãos mais carismáticos que o País e a Região Oeste tinham.
Ele era um homem ímpar. Um homem que ajudava a preservar a memória do passado, mas que também queria ajudar a construir o futuro.
Um homem que assumia riscos, separava águas, ia ao combate pelo essencial, em nome de causas justas mas difíceis de defender, sempre com paixão e quase sempre contra a corrente.
Foi um intérprete fiel dos interesses dos estremenhos e das gentes do Oeste. Júlio Sebastião, habituado a viver as incertezas e as dificuldades criadas pelas adversidades do

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