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23 DE OUTUBRO DE 1997 217

trabalho na terra e na agricultura, assumiu sempre, de forma muito convicta e empenhada, as suas posições.
Foi fundador da Associação de Agricultores do Oeste e membro de outras comissões de luta contra aquilo que considerava injusto, como era o caso recente da luta contra as portagens no IC1.
Nunca conseguiu ficar indiferente ao que lhe estava próximo. As suas posições públicas foram sempre tomadas não por interesses pessoais ou de grupos mas, sim, pelos interesses dos outros e da população da Região Oeste. Ele inquietava-se com a injustiça, a falta de diálogo e a arrogância.
A sua força, o seu carisma atravessaram o País.
Agora ficamos com a sua memória e as suas convicções.
A Assembleia da República. presta-lhe publicamente homenagem e transmite à família as sentidas condolências».

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, o Sr. Secretário vai ler agora o voto n.º 85/VII - De pesar pelo falecimento do dirigente associativo dos agricultores da Região Oeste, subscrito pelo PS.

O Sr. Secretário (Artur Penedos): - Sr. Presidente e Srs. Deputados, o voto n.º 85/VII é do seguinte teor:
«O Grupo Parlamentar do Partido Socialista lamenta sentidamente o recente falecimento do ilustre dirigente associativo dos agricultores, Júlio Sebastião.
Júlio Sebastião, homem de convicções e de indómita coragem, foi, durante os últimos 20 anos, uma voz incómoda, mas digna e sincera, na representação dos interesses dos agricultores e das populações do Oeste.
Júlio Sebastião, independentemente dos juízos de valor pontuais sobre a dimensão das suas posições reivindicativas, foi sempre um saudável intérprete do direito à indignação por parte dos injustiçados ou dos mais desfavorecidos.
Júlio Sebastião era um homem nobre, um lutador incansável e uma figura inapagável de dirigente associativo.
Nas trágicas circunstâncias da sua morte e em homenagem à sua memória, a Assembleia da República expressa à sua família, às associações de agricultores a que pertencia e ao povo do Oeste, que inúmeras vezes representou, as mais sinceras e sentidas condolências».

O Sr. Presidente: - Inscreveram-se, para se pronunciar sobre estes votos, os Srs. Deputados Henrique Neto, João Carlos Duarte, Gonçalo Ribeiro da Costa. António Filipe e Heloísa Apolónia.
Tem a palavra o Sr. Deputado Henrique Neto.

O Sr. Henrique Neto (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Partido Socialista associa-se ao voto de pesar apresentado nesta Câmara pela morte do Sr. Júlio Sebastião.
Apesar de sermos do mesmo distrito, pelas circunstâncias da vida, não tive, infelizmente, a oportunidade de um relacionamento pessoal com o Sr. Júlio Sebastião, mas sempre tive pela sua figura pública, independentemente das contingências, dos acordos e desacordos políticos, um grande carinho e uma grande admiração, por três razões essenciais: em primeiro lugar, pela sua indiscutível capacidade de liderança, pelo seu carisma pessoal, pela sua emotividade militante em todas as situações e circunstâncias em que se via envolvido e pelo papel sempre relevante das suas intervenções públicas; em segundo lugar, por, num mundo crescentemente egoísta, sempre ter mantido uma grande disponibilidade para abraçar causas e defender ideais, não receando afrontar quem quer que fosse na defesa daquilo em que acreditava; em terceiro lugar, porque sentia carinho e admiração pela sua vida, por esta ser orientada, claramente, por motivações transcendentes, em que a sua visão do interesse público e da comunidade sempre estiveram à frente de interesses pessoais, de grupo, familiares ou profissionais.
Por estas razões, e certamente por muitas outras, a vida do Sr. Júlio Sebastião é credora do nosso respeito e admiração e deve ser aproveitada para fazer a pedagogia entre nós do cidadão interveniente e devotado ao bem público.
O Partido Socialista solidariza-se com a dor da família do Sr. Júlio Sebastião.

Entretanto, assumiu a presidência o Sr. Vice-Presidente Mota Amaral.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado João Carlos Duarte.

O Sr. João Carlos Duarte (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Estamos mais pobres. Perdemos um cidadão, Júlio Sebastião, mas temos a obrigação de manter vivo o seu exemplo. Júlio Sebastião era um dos cidadãos mais carismáticos do País e da Região Oeste, um homem que, simultaneamente, ajudava a preservar a memória do passado, mas ajudava também a construir o futuro, um homem que assumia riscos, que separava águas, que ia ao combate, que defendia o essencial, sempre em nome de causas justas da gente do Oeste, dos agricultores em geral e do País, o que fazia sempre com uma grande paixão e com uma grande pureza de alma.
O Sr. Júlio Sebastião, como dirigente associativo, marcou bastante esse movimento, quer na área da agricultura, quer noutras áreas; o Sr. Júlio Sebastião era ímpar, era como ele e só ele, sempre solto como um pássaro, entregue a si mesmo, liberto de tutelas; o Sr. Júlio Sebastião era uma pessoa sempre presente e sempre disponível para as causas difíceis, onde os homens grandes se revelam; o Sr. Júlio Sebastião era um homem grande, as suas palavras tinham a força do vento, o seu sorriso o brilho do sol.
Agora deixou-nos e foi para a terra, para aquela terra que sempre amou e pela qual sempre lutou. Júlio Sebastião, a fazer o que mais gostava, a trabalhar, morreu. Ficamos agora com a sua memória e o seu exemplo, que são muito grandes e muito pesados.
Em nome do Grupo Parlamentar do PSD, nesta hora difícil, quero transmitir aos seus amigos próximos e, principalmente, à sua família as mais sentidas condolências.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Mota Amaral): - Tem a palavra o Sr. Deputado Gonçalo Ribeiro da Costa.

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